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terça-feira, 8 de abril de 2025

Salmos 33

Fonte: Imagesearchman

Salmos 33 -  "A Soberania de Deus e o Poder do Louvor: Uma Jornada pelo Salmo 33"


Introdução


O Salmo 33 é um convite vibrante à adoração, carregado de verdades profundas sobre quem Deus é e como Ele governa o mundo. Ele nos chama a louvar ao Senhor com alegria, a reconhecer Seu poder criador e a confiar em Sua soberania sobre todas as nações e acontecimentos. Diferente de muitos salmos que nascem de um clamor pessoal, este é um cântico comunitário de exaltação — uma celebração da fidelidade e justiça de Deus.

Neste capítulo, somos lembrados de que a Palavra do Senhor é reta, que tudo o que Ele faz é digno de confiança, e que Seu olhar está sobre aqueles que O temem. O Salmo 33 não apenas nos mostra a grandiosidade de Deus como Criador, mas também como Protetor e Redentor. Ao estudarmos cada versículo, seremos levados a uma fé mais sólida e a uma adoração mais sincera, mesmo em tempos incertos. Afinal, quando compreendemos quem é o nosso Deus, nossa alma encontra descanso e esperança.

✝ Salmos 33:1

"Cantai ao SENHOR, vós que sois justos; aos corretos convém louvar."

Este versículo é um chamado direto aos justos — aqueles que vivem em integridade diante de Deus — para que expressem louvor ao Senhor. O louvor, aqui, não é apenas uma atividade religiosa, mas uma resposta natural de quem reconhece a bondade e a justiça divina. O salmista destaca que esse tipo de adoração é apropriado, é condizente com a vida daqueles que andam em retidão. Ou seja, louvar não é apenas um dever, mas um reflexo do coração de quem foi transformado pela justiça de Deus.

Ao dizer que "aos corretos convém louvar", o texto também revela uma verdade espiritual profunda: o louvor é uma linguagem dos santos, uma marca dos que vivem de acordo com a vontade divina. O justo encontra prazer em adorar, porque seu coração está alinhado com o coração de Deus. Mesmo em tempos difíceis, ele canta — não porque tudo está perfeito, mas porque confia no caráter perfeito do Senhor. O louvor se torna, então, um testemunho vivo de fé, gratidão e esperança.

✝ Salmos 33:2

"Louvai ao SENHOR com harpa; cantai a ele com alaúde e instrumento de dez cordas."

Neste versículo, o salmista amplia o chamado à adoração, agora incluindo instrumentos musicais na expressão de louvor. A harpa, o alaúde e o instrumento de dez cordas representam a beleza e a harmonia que podem ser usadas para glorificar a Deus. Isso mostra que o louvor não deve ser algo frio ou automático, mas criativo, vibrante e cheio de arte. Deus se agrada de um louvor que vem do coração, mas também de um louvor que envolve todo o ser — inclusive os dons artísticos que Ele mesmo concedeu.

Esse convite à adoração com instrumentos nos ensina que o louvor deve ser intencional e bem elaborado. Não se trata apenas de cantar por cantar, mas de oferecer ao Senhor o melhor que temos — com excelência, dedicação e alegria. Louvar com instrumentos é uma forma de colocar nossos talentos a serviço do Reino, exaltando Aquele que nos deu vida, dom e inspiração. É como se cada corda tocada fosse uma declaração: "Senhor, tudo que sou e tudo que tenho é para Teu louvor!"

✝ Salmos 33:3

"Cantai-lhe uma canção nova; tocai instrumento bem com alegria."

O salmista convida o povo a cantar ao Senhor uma "canção nova", um louvor fresco, vivo e renovado. Isso fala de uma fé que se renova constantemente, que não se acomoda na rotina, mas que reconhece, dia após dia, as misericórdias e maravilhas de Deus. A “canção nova” não se refere apenas a uma música inédita, mas a um coração que se abre para novas experiências com o Senhor, sempre com gratidão e reverência. Quando Deus age de forma nova, o nosso louvor também deve acompanhar essa novidade, refletindo um coração desperto e sensível à Sua presença.

A expressão "tocai instrumento bem com alegria" reforça a importância de um louvor que une qualidade e sentimento. Tocar bem é dedicar-se com excelência; fazê-lo com alegria é expressar o verdadeiro espírito da adoração. O salmista mostra que Deus se alegra quando O adoramos com tudo o que somos — com nossas habilidades, mas também com emoção e sinceridade. Não é apenas sobre técnica musical, mas sobre intenção espiritual. Um coração alegre e agradecido é, muitas vezes, o mais afinado instrumento diante do trono de Deus.

✝ Salmos 33:4

"Porque a palavra do SENHOR é correta; e todas suas obras são fiéis."

Este versículo apresenta o fundamento do louvor: a confiança na Palavra e nas obras do Senhor. A palavra de Deus é descrita como "correta" — ou seja, reta, justa, verdadeira, sem erro ou engano. Em um mundo onde palavras podem ser manipuladas e promessas quebradas, a Palavra do Senhor permanece como um alicerce seguro. Ela não muda com o tempo, nem se curva à vontade dos homens. Cada promessa, cada direção, cada revelação é pura e perfeita, digna de total confiança.

Além disso, o texto afirma que todas as obras de Deus são fiéis. Ele age com coerência, com justiça e com verdade. Nada do que Deus faz é por acaso ou fora do seu caráter santo. Quando olhamos para o mundo ao nosso redor, mesmo em meio às dificuldades, podemos encontrar provas da fidelidade de Deus em ação — em sua criação, em sua provisão e em sua salvação. Louvamos ao Senhor não apenas por quem Ele é, mas também por tudo o que Ele faz. E tudo o que Ele faz, Ele faz com fidelidade.

✝ Salmos 33:5

"Ele ama a justiça e o juízo; a terra está cheia da bondade do SENHOR."

Neste versículo, vemos revelado o coração de Deus: Ele ama a justiça e o juízo. Isso significa que Deus não apenas pratica o que é justo, mas tem prazer em ver a justiça sendo feita. O juízo aqui não é apenas no sentido de julgamento, mas de governo reto, decisões corretas e atitudes íntegras. O Senhor se agrada daqueles que também amam o que é certo, que buscam viver com retidão, misericórdia e respeito pelas pessoas. A justiça não é apenas uma ideia divina — é uma expressão do amor de Deus em ação.

A segunda parte do versículo nos convida a abrir os olhos para perceber que "a terra está cheia da bondade do SENHOR". Mesmo diante das dores, injustiças e guerras que o mundo apresenta, a bondade de Deus continua presente — sustentando a vida, oferecendo oportunidades de arrependimento, derramando graça sobre justos e injustos. Basta observar a natureza, a provisão diária, os gestos de amor entre pessoas, e veremos sinais dessa bondade. A bondade de Deus não está ausente — ela nos cerca e nos convida a confiar, louvar e descansar nEle.

✝ Salmos 33:6

"Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus; e todo o seu exército foi feito pelo sopro de sua boca."

Este versículo destaca o poder criador da Palavra de Deus. Não foram necessários instrumentos, esforço físico ou matéria-prima humana — bastou a Sua Palavra. Quando Deus falou, os céus vieram à existência. Isso nos revela que a Palavra do Senhor não é apenas informativa, mas criativa e poderosa. O mesmo Deus que disse “Haja luz” continua sustentando o universo com Sua voz. Cada estrela no céu, cada galáxia distante, tudo foi formado pelo “sopro de Sua boca” — uma linguagem poética para expressar a majestade da criação divina.

O "exército dos céus" representa os corpos celestes — sol, lua, estrelas — organizados com precisão, como soldados obedientes a um Comandante supremo. Eles cumprem seu papel dia após dia, testemunhando a ordem e o poder do Criador. Este versículo nos convida a reverenciar a grandeza de Deus e confiar na eficácia de Sua Palavra. Se Ele criou os céus com uma simples palavra, será que não pode também sustentar nossas vidas, restaurar nossos caminhos e cumprir Suas promessas? A resposta é sim — com toda certeza.

✝ Salmos 33:7

"Ele junta as águas do mar como se estivessem empilhadas; aos abismos ele põe como depósitos de tesouros."

Este versículo continua exaltando o poder criador de Deus, agora com foco nos mares e profundezas. A imagem poética de Deus "juntando as águas do mar como se estivessem empilhadas" transmite uma autoridade absoluta sobre a natureza. O que para o ser humano é incontrolável — como o mar — está totalmente sob o domínio do Senhor. Ele não apenas criou os oceanos, mas os organizou e determinou seus limites. Assim como no Êxodo, quando as águas se abriram diante do povo, Deus continua sendo aquele que controla o incontrolável.

A segunda parte do versículo fala dos abismos como “depósitos de tesouros”, sugerindo que até nas profundezas mais misteriosas do mundo há ordem, riqueza e propósito estabelecidos por Deus. Os oceanos, com sua imensidão e segredos, não são lugares caóticos para o Senhor, mas parte de Sua criação organizada e cheia de maravilhas. Esse versículo nos convida a reconhecer que não há nada fora do alcance de Deus — nem nas profundezas da terra, nem nas da nossa alma. Ele governa tudo com sabedoria e soberania.

✝ Salmos 33:8

"Toda a terra, tenha temor ao SENHOR; todos os moradores do mundo prestem reverência a ele."

Este versículo é um chamado universal ao temor do Senhor. Não se trata de medo paralisante, mas de um profundo respeito, admiração e reconhecimento da majestade e santidade de Deus. O salmista não limita esse chamado ao povo de Israel — ele convoca toda a terra e todos os moradores do mundo a reconhecerem quem Deus é. Diante de um Deus tão poderoso, justo e criador, a única resposta adequada é a reverência. É uma convocação à humanidade para dobrar os joelhos diante do Rei eterno.

Prestar reverência é mais do que um gesto exterior — é uma atitude do coração que reconhece a soberania de Deus sobre todas as coisas. Em tempos onde muitos vivem como se Deus fosse distante ou irrelevante, este versículo nos lembra que Ele continua sendo o Senhor sobre tudo e todos. A verdadeira sabedoria começa com o temor do Senhor, e esse temor leva à obediência, à adoração e à humildade. Quando o mundo volta os olhos para Deus com reverência, há paz, ordem e vida verdadeira.

✝ Salmos 33:9

"Porque ele falou, e logo se fez; ele mandou, e logo apareceu."

Este versículo reforça a autoridade absoluta da Palavra de Deus. Quando Ele fala, não há demora, dúvida ou resistência — as coisas simplesmente acontecem. Isso revela um Deus cuja voz tem poder criador e executador. Ele não precisa negociar com a criação, não depende de processos longos nem de ajuda externa. O universo obedece instantaneamente à Sua ordem. Cada detalhe da criação — do menor grão de areia à galáxia mais distante — é fruto de uma ordem direta de Deus.

Esse texto também fala ao nosso coração: o mesmo Deus que criou tudo com uma palavra continua agindo com autoridade em nossas vidas. Suas promessas não são palavras vazias — quando Ele fala, podemos confiar que algo vai acontecer. Mesmo que não vejamos imediatamente com os olhos naturais, no mundo espiritual já está feito. Crer nisso é descansar no caráter e no poder do Senhor. Onde Deus manda, a vida aparece, o caos se organiza e o impossível se torna realidade.

✝ Salmos 33:10

"O SENHOR desfez a intenção das nações; ele destruiu os planos dos povos."

Este versículo revela a soberania de Deus sobre os poderes humanos. As nações e os povos fazem planos, estabelecem estratégias, levantam impérios — mas o Senhor tem a palavra final. Quando esses planos se opõem à vontade divina ou promovem injustiça, Deus os desfaz. Ele frustra intenções arrogantes e derruba projetos que parecem invencíveis aos olhos humanos. Esse texto é um lembrete poderoso de que nenhum governo, sistema ou força terrena é maior que Deus.

Também é uma palavra de consolo para os justos: por mais que o mundo pareça dominado por decisões injustas, Deus está atento e intervém quando for necessário. Ele não é um espectador distante, mas um Rei que governa com justiça. Nada escapa ao Seu controle, e nenhum plano que O desonre prosperará a longo prazo. Isso nos chama a confiar mais em Deus do que em qualquer estrutura humana. Ele é o verdadeiro Senhor da história — e nada pode impedir Seus propósitos eternos.

✝ Salmos 33:11

"O conselho do SENHOR permanece para sempre; as intenções de seu coração continuam de geração após geração."

Enquanto os planos humanos são passageiros e frágeis, o conselho do Senhor é eterno. Ele não muda de ideia, não se contradiz, e não é surpreendido pelos acontecimentos. Sua vontade é perfeita e imutável, e aquilo que Ele determina se cumpre no tempo certo. Essa verdade nos dá segurança: podemos construir nossa vida sobre os conselhos de Deus porque eles são firmes como rocha. O que Ele planejou desde o princípio está de pé até hoje — e assim continuará para sempre.

As intenções do coração de Deus não são temporárias ou limitadas a uma época específica; elas atravessam gerações. Isso significa que o mesmo amor, graça e justiça que Ele demonstrou no passado continuam disponíveis agora, e estarão presentes no futuro. Deus não abandona Seu povo e não se cansa de agir com misericórdia. Sua fidelidade alcança filhos, netos e bisnetos. Assim, ao nos rendermos à vontade de Deus, estamos nos conectando com algo eterno — uma direção segura que ultrapassa o tempo e transforma vidas.

✝ Salmos 33:12

"Bem-aventurada é a nação em que seu Deus é o SENHOR; o povo que ele escolheu para si por herança."

Este versículo declara uma poderosa verdade espiritual: a verdadeira felicidade e bênção de uma nação não está em sua riqueza, poder ou cultura, mas em reconhecer o SENHOR como seu Deus. Quando um povo se submete à vontade de Deus, vive segundo Seus princípios e O honra como Rei, ele é chamado de "bem-aventurado" — ou seja, abençoado, pleno, feliz. A presença de Deus em uma nação traz justiça, paz e propósito, pois Ele guia seus caminhos com sabedoria e proteção.

A segunda parte do versículo fala do povo escolhido como herança de Deus. Isso aponta para a relação íntima que o Senhor deseja ter com Seu povo — não como um governante distante, mas como um Pai que valoriza, guarda e se alegra com Seus filhos. Ser herança do Senhor é um privilégio imenso: significa que pertencemos a Ele, somos cuidados por Ele e participamos de Seus planos eternos. Quando reconhecemos isso, entendemos que não somos apenas indivíduos soltos no mundo, mas parte de um povo amado e separado para viver com propósito e missão.

✝ Salmos 33:13

"O SENHOR olha desde os céus; ele vê a todos os filhos dos homens."

Este versículo nos lembra que Deus é um observador atento de tudo o que acontece na terra. Ele não está distante ou alheio ao que vivemos — ao contrário, do alto dos céus, Ele vê cada pessoa, cada ação, cada intenção. "Todos os filhos dos homens" estão diante dos Seus olhos. Isso nos traz tanto conforto quanto responsabilidade: conforto, porque sabemos que não estamos sozinhos; responsabilidade, porque nada escapa ao Seu olhar justo e santo.

Essa vigilância divina não é de acusação, mas de cuidado e justiça. O Senhor vê os que sofrem em silêncio, os que são fiéis no anonimato, e também os que agem com maldade. Ele observa não como um tirano, mas como um Pai e Juiz perfeito. Sua visão é completa — não limitada ao que é visível aos olhos humanos, mas penetrante, que alcança até os pensamentos e intenções do coração. Saber disso deve nos motivar a viver com sinceridade, reverência e confiança, pois o Deus que tudo vê também tudo governa com amor.

✝ Salmos 33:14

"Desde sua firme morada ele observa a todos os moradores da terra."

Este versículo reforça a soberania e vigilância constante de Deus. Sua "firme morada" simboliza o trono celestial — um lugar de estabilidade, autoridade e perfeição. De lá, Ele observa toda a humanidade. Nenhuma pessoa, por mais escondida que esteja, escapa ao olhar atento do Criador. Isso revela que Deus não está confinado aos céus, mas presente em cada detalhe da vida humana, acompanhando tudo com total clareza e controle.

Essa visão divina é diferente da humana: enquanto nós vemos aparências, Deus vê o coração. Ele conhece motivações, intenções e necessidades. E mais — Ele observa com propósito. Seu olhar não é passivo, mas cheio de compaixão, justiça e sabedoria. Isso deve nos despertar para viver com integridade diante dEle, sabendo que somos vistos, conhecidos e amados. Viver na presença de um Deus que tudo vê é viver com reverência, mas também com profunda segurança.

✝ Salmos 33:15

"Ele forma o coração de todos eles; ele avalia todas as obras deles."

Este versículo aprofunda ainda mais a relação entre Deus e a humanidade. Deus não apenas observa as pessoas — Ele é o Criador do coração de cada uma. Isso significa que Ele nos conhece desde a essência, sabe como pensamos, sentimos e reagimos. O coração, na Bíblia, representa o centro das emoções, pensamentos e vontades. O Senhor conhece as motivações mais íntimas, aquelas que nem nós mesmos conseguimos compreender por completo.

Além de formar o coração, o texto diz que Deus avalia todas as obras. Isso nos lembra que cada ação nossa é analisada à luz das intenções que a motivam. Ele não julga apenas o que fazemos, mas também por que fazemos. O que para os homens pode parecer justo, para Deus pode ser vazio se for feito por orgulho ou vaidade. Essa avaliação divina é perfeita, sem erros, e serve tanto como alerta quanto como consolo. Alerta, para vivermos com integridade; consolo, porque Deus vê e valoriza até os gestos mais simples feitos com sinceridade.

✝ Salmos 33:16

"O rei não se salva pela grandeza de seu exército, nem o valente escapa do perigo pela sua muita força."

Este versículo revela uma verdade espiritual fundamental: a verdadeira segurança não está no poder humano, mas na dependência de Deus. O rei, mesmo com muitos soldados, não é capaz de garantir sua própria salvação; e o homem valente, por mais forte que seja, não pode escapar do perigo apenas com seus próprios recursos. Aqui, o salmista quebra a ilusão de autossuficiência. Ele mostra que nenhum título, posição ou força física pode substituir a proteção e o livramento que vêm do Senhor.

É uma palavra para os dias de hoje também. Muitas vezes confiamos em estratégias, recursos financeiros, influência ou habilidades pessoais para vencer desafios. Mas o salmo nos lembra que a vitória vem de Deus, e não de nossas estruturas humanas. Isso não significa desprezar o preparo ou os dons que temos, mas reconhecer que tudo isso só tem valor real quando está debaixo da direção e do favor do Senhor. A salvação — tanto física quanto espiritual — está nas mãos dEle.

✝ Salmos 33:17

"O cavalo é falho como segurança, com sua grande força não livra do perigo."

Esse versículo continua a linha de pensamento do anterior, reforçando que confiar em meios humanos é inútil diante das ameaças da vida. Na época bíblica, o cavalo era símbolo de força militar, velocidade e vantagem em batalha. Porém, o salmista afirma com clareza: por mais impressionante que pareça, o cavalo não é garantia de livramento. Sua força não pode impedir o perigo, pois há limites para aquilo que o homem pode controlar.

A lição aqui é profunda: quando colocamos nossa confiança em coisas visíveis — seja poder, dinheiro, influência ou estruturas — estamos construindo sobre terreno instável. Deus não condena o uso de recursos, mas sim a falsa segurança neles. O verdadeiro refúgio está em confiar no Senhor, que é soberano sobre todas as circunstâncias. A força que realmente salva é a graça e a intervenção de Deus, não aquilo que aparenta força aos olhos humanos.

✝ Salmos 33:18

"Eis que os olhos do SENHOR estão sobre aqueles que o temem, sobre os que esperam pela sua bondade."

Depois de mostrar que a força humana é insuficiente, o salmista nos apresenta o verdadeiro lugar de segurança: o temor do Senhor e a esperança em Sua bondade. Os olhos de Deus — símbolo de Sua atenção, cuidado e proteção — estão voltados para aqueles que O reverenciam e confiam nEle. Isso é poderoso: não precisamos ser os mais fortes, influentes ou bem armados — precisamos apenas temer ao Senhor e esperar nEle.

Temer a Deus aqui é reconhecê-Lo como o centro de tudo, viver com reverência, humildade e obediência. E esperar por Sua bondade é descansar com fé em Seu caráter — crendo que Ele é bom, justo e age no tempo certo. Esses são os verdadeiros alvos do olhar atento de Deus. Ele não ignora aqueles que O buscam com sinceridade. Este versículo nos enche de esperança: se confiarmos em Deus acima de tudo, nunca estaremos sozinhos ou desamparados.

✝ Salmos 33:19

"Para livrar a alma deles da morte, e para os manter vivos durante a fome."

Este versículo mostra o propósito do cuidado de Deus por aqueles que O temem e confiam em Sua bondade: Ele é o Deus que livra e sustenta. Quando a morte ameaça, Ele protege a alma. Quando a escassez bate à porta, Ele provê o necessário para sobreviver. Isso mostra que a fidelidade de Deus não é teórica — ela se manifesta em momentos concretos de necessidade, em meio às crises mais difíceis da vida.

A morte e a fome representam os extremos do sofrimento humano, e o salmista declara que mesmo nessas situações, Deus continua sendo suficiente. Seu cuidado não é limitado pelas circunstâncias do mundo. Ele pode suprir no deserto, alimentar na seca e guardar mesmo diante da ameaça de morte. Este versículo fortalece nossa fé: quem confia no Senhor nunca está sem esperança, pois o Deus que vê também age com poder para salvar e sustentar.

✝ Salmos 33:20

"Nossa alma espera no SENHOR; ele é nossa socorro e nosso escudo."

Neste versículo, vemos uma declaração de confiança profunda e coletiva: "nossa alma espera no SENHOR". Esperar no Senhor é mais do que paciência — é uma atitude de fé ativa, de quem descansa na certeza de que Deus vai agir no tempo certo. Quando confiamos assim, não estamos paralisados, mas firmes, sabendo que o nosso auxílio vem do alto.

O salmista descreve Deus com duas imagens poderosas: socorro e escudo. Ele é o socorro que vem quando não há mais saída — o amparo presente na aflição, a resposta que salva. E Ele também é o escudo, proteção contra ataques visíveis e invisíveis, guardando nossa vida e nossa fé. Essa dupla atuação de Deus — prover e proteger — nos dá paz em meio à luta. Esperar no Senhor é reconhecer que nossa segurança não está nas circunstâncias, mas em quem Ele é.

✝ Salmos 33:21

"Porque nele nosso coração se alegra, porque confiamos no nome de sua santidade."

Aqui, o salmista revela a fonte da verdadeira alegria: o próprio Deus. A confiança em Seu nome — que representa Seu caráter santo, fiel e imutável — gera uma alegria profunda e duradoura no coração. Não é uma alegria superficial ou passageira, mas uma satisfação que brota do relacionamento com o Senhor. Quando confiamos nEle de verdade, nosso coração se alivia, se enche de paz e transborda em alegria, mesmo em tempos difíceis.

Confiar no "nome da sua santidade" é reconhecer que Deus é puro, justo e digno de total confiança. Sua santidade garante que Ele não mente, não falha e não muda. Assim, nossa confiança está baseada em quem Deus é — não em sentimentos, nem em circunstâncias. E quando essa confiança é firmada, a alma se alegra, porque sabe em quem repousa sua esperança. Essa alegria é fruto da fé que enxerga além do momento presente e descansa na santidade do Senhor.

✝ Salmos 33:22

"Que tua bondade, SENHOR, esteja sobre nós, assim como nós esperamos em ti."

Este versículo fecha o Salmo 33 com uma oração humilde e cheia de fé. É um clamor pela bondade contínua de Deus — aquela graça amorosa, generosa e imerecida que sustenta, protege e guia. Ao pedir que a bondade do Senhor esteja sobre nós, o salmista reconhece que dependemos totalmente dEle em todas as áreas da vida.

A segunda parte do verso — "assim como nós esperamos em ti" — mostra que essa bondade é direcionada especialmente aos que confiam no Senhor. A expectativa no coração de quem espera em Deus não é frustrada, porque Ele é fiel em derramar Sua bondade sobre aqueles que O buscam com fé. É como se disséssemos:

"Senhor, já depositamos nossa confiança em ti; agora, confiamos que tua bondade nos acompanhará".

Essa conclusão nos ensina que esperar no Senhor é viver debaixo de Sua bondade — dia após dia, passo após passo. A fé ativa atrai a graça divina. E, assim, o Salmo nos convida a manter nossos olhos fixos nEle, confiando plenamente, para que Sua bondade nos envolva em todo tempo.

Resumo do Salmos 33

O Salmo 33 é um convite ao louvor e à confiança no Senhor, destacando Sua soberania, fidelidade e poder criador. Ele começa exaltando a alegria dos justos em louvar a Deus, usando instrumentos e cânticos novos para expressar gratidão. O salmista ressalta que a palavra do Senhor é reta, e todas as Suas obras são feitas com fidelidade e justiça. Ele criou os céus com Sua palavra e domina as águas com autoridade, mostrando que tudo está sob Seu controle.

A segunda parte do salmo reforça que o Senhor frustra os planos das nações e estabelece os Seus próprios propósitos, que duram para sempre. Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor. Deus vê todos os habitantes da Terra e observa os corações e ações de cada um. Não é a força militar ou o poder humano que salva, mas a confiança no Senhor. Ele protege aqueles que O temem e esperam em Sua misericórdia. O salmo termina com uma declaração de confiança: “Nossa alma espera no Senhor... Nele o nosso coração se alegra, pois confiamos no Seu santo nome.”

Referências

SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL. Bíblia Sagrada: Almeida Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995. Comentário sobre Salmo 33.

KIDNER, Derek. Salmos 1–72: Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova, 2010. Comentário sobre Salmo 33.

SOUZA, Ana Lúcia de. A soberania de Deus no Salmo 33: uma leitura teológica e pastoral. Revista Teológica Brasileira, Belo Horizonte, v. 12, n. 2, p. 45-60, jul./dez. 2020.

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