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Fonte: Imagesearchman |
Salmos 96 - "Cantem ao Senhor: A Alegria da Salvação e o Governo de Deus sobre as Nações"
Introdução
O Salmo 96 é um convite vibrante à adoração universal. Ele exorta todas as nações, povos e culturas a louvarem o Senhor com cânticos novos, proclamando Sua glória, majestade e justiça. Este salmo não é apenas um chamado à adoração pessoal, mas também uma proclamação missionária que antecipa o reinado de Deus sobre toda a Terra. Nele, vemos a beleza da santidade, o poder criador de Deus e a promessa de um julgamento justo e redentor. Cada verso é um lembrete de que a adoração verdadeira transcende fronteiras, unindo a criação em louvor ao único Deus digno.
✝ Salmos 96:1
"Cantai ao SENHOR uma nova canção; cantai ao SENHOR toda a terra."
Este versículo abre o Salmo com um convite vibrante à adoração. A expressão "nova canção" representa não apenas um novo cântico literal, mas uma renovação espiritual — uma resposta fresca e viva às obras maravilhosas de Deus. Cantar ao Senhor é um ato de celebração, reconhecimento e gratidão, que nasce de corações tocados por Sua graça e fidelidade.
A segunda parte do versículo amplia o chamado: "toda a terra". Isso demonstra que o louvor ao Senhor não está limitado a Israel, mas é estendido a todas as nações. Deus não é apenas o Deus de um povo, mas o Criador e Rei de toda a Terra. Essa visão universal do louvor prefigura o tempo em que todos os povos reconhecerão a soberania do Senhor, cumprindo assim o plano divino de redenção global.
✝ Salmos 96:2
"Cantai ao SENHOR, bendizei ao seu nome; anunciai todos os dias sua salvação."
Neste versículo, o salmista continua a conclamar os fiéis a uma adoração contínua e consciente. Cantar ao Senhor e bendizer o Seu nome significa reconhecer e declarar a santidade, grandeza e dignidade de Deus em tudo o que fazemos. Não se trata apenas de um louvor musical, mas de uma vida que honra e glorifica o nome do Senhor com atitudes, palavras e intenções puras.
A segunda parte é um chamado missionário: “anunciai todos os dias sua salvação”. Isso revela que a adoração verdadeira não se limita ao templo ou ao culto, mas se manifesta diariamente na proclamação do que Deus tem feito — especialmente Sua salvação. O texto nos ensina que falar sobre a salvação do Senhor deve ser uma rotina de fé e gratidão, inspirando outros a conhecerem e confiarem nEle. É uma convocação à evangelização com alegria e perseverança.
✝ Salmos 96:3
"Contai sua glória por entre as nações, e suas maravilhas por entre todos os povos."
Este versículo aprofunda o chamado missionário do Salmo 96. Aqui, somos instruídos a “contar”, ou seja, a proclamar, a declarar com ousadia e alegria a glória de Deus entre as nações. A glória do Senhor é a manifestação visível do Seu caráter — Seu poder, amor, justiça e santidade. É algo tão grandioso que não pode ser contido, precisa ser compartilhado.
A menção às “maravilhas por entre todos os povos” reforça a ideia de que os feitos do Senhor não são apenas para um grupo exclusivo, mas para toda a humanidade. Cada ação divina, cada livramento, cada demonstração de misericórdia deve ser contada como um testemunho vivo. Esse versículo inspira a Igreja a abraçar seu papel de mensageira, levando o evangelho e os testemunhos do poder de Deus a todos os cantos do mundo.
✝ Salmos 96:4
"Porque o SENHOR é grande e muito digno de louvor; ele é mais temível que todos os deuses."
Este versículo apresenta uma poderosa razão para a adoração universal: a grandeza incomparável do Senhor. Ele não é apenas digno de louvor — Ele é muito digno. Isso aponta para um louvor intenso, profundo e reverente, que reconhece a majestade, a soberania e a santidade do nosso Deus. A palavra “grande” aqui não é uma medida comum; ela expressa a supremacia absoluta do Senhor sobre tudo o que existe.
A segunda parte do versículo confronta diretamente os falsos deuses: "ele é mais temível que todos os deuses". Isso não sugere que outros deuses sejam reais, mas sim que os ídolos e entidades que os povos adoram não têm qualquer poder diante do Deus verdadeiro. Deus é temível — ou seja, digno de temor reverente — não por causar medo destrutivo, mas porque Sua glória e justiça são tão perfeitas que inspiram respeito absoluto. Este verso lembra que, diante de Sua grandeza, todos os outros ídolos se tornam insignificantes.
✝ Salmos 96:5
"Porque todos os deuses dos povos são ídolos, porém o SENHOR fez os céus;"
Este versículo estabelece um contraste direto entre os falsos deuses das nações e o Deus verdadeiro. “Todos os deuses dos povos são ídolos” — a palavra hebraica usada aqui para “ídolos” pode ser traduzida como “coisas vãs” ou “nada”. Ou seja, os ídolos são criações humanas, sem poder, vida ou autoridade. Eles representam a ilusão da divindade, mas não têm essência divina alguma.
Em oposição absoluta, o salmista afirma: “porém o SENHOR fez os céus”. Isso destaca o poder criador do Deus de Israel, que não foi criado — Ele é o Criador! Os céus, com toda sua imensidão, beleza e ordem, testemunham a glória e a soberania do Senhor. Este contraste ensina que enquanto os ídolos são obras humanas, o Senhor é o autor de tudo que existe, digno de ser adorado por Sua majestade e poder incomparáveis.
✝ Salmos 96:6
"Majestade e glória há diante dele; força e beleza há em seu santuário."
Este versículo é uma declaração poderosa sobre a presença gloriosa de Deus. As palavras “majestade” e “glória” revelam que, onde Deus está, reina a plenitude do esplendor divino. Diante dEle não há trevas, desordem ou mediocridade — há soberania, luz e honra. Essa é a atmosfera do trono de Deus: majestosa e repleta de glória, algo que excede qualquer entendimento humano.
A segunda parte do versículo aponta para o interior do santuário do Senhor, onde se encontram força e beleza. Isso revela uma combinação única: o Deus que é todo-poderoso também é perfeitamente belo em Sua santidade. A força fala do domínio e da proteção que Ele oferece; a beleza, da harmonia e da paz que só podem ser encontradas em Sua presença. O santuário, símbolo da habitação de Deus, é o lugar onde o crente experimenta o equilíbrio entre reverência e admiração, temor e encanto.
✝ Salmos 96:7
"Reconhecei ao SENHOR, ó famílias dos povos; reconhecei que ao SENHOR pertence a glória e a força."
Este versículo é um convite universal ao reconhecimento da soberania de Deus. O salmista chama as “famílias dos povos” — ou seja, todas as nações e todos os lares da terra — para que reconheçam quem Deus é. A palavra “reconhecei” implica mais do que apenas saber; significa admitir, honrar, render-se e declarar publicamente que o Senhor é digno.
A segunda parte afirma com clareza: ao SENHOR pertencem a glória e a força. A glória representa o esplendor divino, enquanto a força fala do Seu poder absoluto. Esses atributos não são emprestados nem divididos — pertencem exclusivamente a Ele. Quando reconhecemos isso em nosso coração, em nossa casa e diante dos outros, alinhamos nossa vida com a verdade de que somente Deus merece honra e adoração.
✝ Salmos 96:8
"Reconhecei ao SENHOR a glória de seu nome; trazei ofertas, e entrai nos pátios dele."
Neste versículo, o salmista continua o convite ao reconhecimento e à adoração. Reconhecer a glória do nome do Senhor é honrar Sua reputação, Seu caráter santo e Seu poder revelado. O nome de Deus simboliza tudo o que Ele é — fiel, santo, justo e cheio de misericórdia.
O chamado a trazer ofertas expressa a atitude de entrega e gratidão. Na adoração bíblica, as ofertas eram uma forma concreta de demonstrar devoção e confiança em Deus, representando também sacrifício e compromisso. Ao trazer essas ofertas, os adoradores são convidados a entrar nos pátios do Senhor, ou seja, a se aproximar dEle com reverência e comunhão.
Este versículo mostra que a verdadeira adoração envolve reconhecimento, oferta e intimidade — uma comunhão que vai além do simples cantar, é um encontro genuíno com o Criador.
✝ Salmos 96:9
"Adorai ao SENHOR na glória da santidade; temei perante sua presença toda a terra."
Este versículo nos revela o coração da verdadeira adoração: ela acontece “na glória da santidade” de Deus. Isso significa que ao nos aproximarmos para adorar, devemos reconhecer que Deus é santo — separado do pecado, puro e perfeito em Sua essência. A adoração, portanto, é um ato de reverência profunda diante de um Deus que é moralmente sublime.
O chamado para que “toda a terra temei perante sua presença” destaca a universalidade desse temor reverente. Não se trata de medo aterrorizante, mas de um respeito reverente e honrado que toda a criação deve ter diante da majestade e justiça divinas. Esse temor é uma resposta natural à presença de um Deus que é ao mesmo tempo amoroso e justo.
✝ Salmos 96:10
"Dizei entre as nações: O SENHOR reina; o mundo está firme, e não se abalará; ele julgará aos povos de forma correta."
Este versículo é uma proclamação do governo soberano de Deus. O salmista nos chama a declarar publicamente, entre as nações, que “o SENHOR reina”. Essa é uma verdade central das Escrituras: Deus está no controle, reina com justiça e Sua autoridade é suprema, acima de qualquer rei ou sistema humano. Proclamar isso é um ato de fé e missão — anunciar ao mundo que não está abandonado, mas governado pelo Rei dos reis.
A afirmação de que “o mundo está firme, e não se abalará” revela que o domínio do Senhor traz estabilidade. Mesmo em tempos de caos, Deus sustenta o universo com Seu poder. E mais: Ele julgará os povos com retidão — ou seja, com justiça verdadeira, imparcial e perfeita. Isso é motivo de esperança, pois garante que o mal não terá a palavra final e que todos serão julgados por um Deus justo e fiel.
✝ Salmos 96:11
"Alegrem-se os céus, e enchei de alegria a terra; faça barulho o mar e sua plenitude."
Este versículo expressa um momento de celebração cósmica — toda a criação é chamada a se alegrar diante do Senhor. Céus, terra e mar são convocados a reagir com júbilo diante do reinado e da justiça de Deus. É como se o universo inteiro participasse de um coral de adoração, reconhecendo o Criador como Rei soberano.
A imagem do mar “fazendo barulho” com sua plenitude é poética e profunda. Reflete que até a natureza, em sua força e grandeza, responde à glória de Deus. Quando o salmista diz que céus e terra devem se alegrar, ele mostra que o reinado de Deus não traz apenas juízo, mas renovação, esperança e vida para toda a criação. Esse é um convite para que também nós, como parte da criação, celebremos com entusiasmo o Deus que reina com justiça e amor.
✝ Salmos 96:12
"Saltem contentes o campo e tudo que nele há, e que todas as árvores dos bosque cantem de alegria,"
Este versículo continua a linda imagem de toda a criação celebrando o reinado de Deus. Agora é o campo — com sua vida, suas plantas e animais — que é convidado a “saltar de alegria”, como alguém que dança de contentamento. E até mesmo as árvores, normalmente silenciosas, são descritas como cantando. O salmista usa essa linguagem poética para mostrar que o governo de Deus traz vida, restauração e esperança até para a natureza.
Essa alegria da criação é uma resposta à vinda do Senhor como justo juiz e rei. Quando Deus reina, tudo volta à ordem, ao equilíbrio e à justiça — até a terra reage! Esse versículo nos ensina que a verdadeira adoração não está limitada ao ser humano, mas envolve todo o cosmos, que aguarda com expectativa a plena manifestação da justiça e da glória de Deus.
✝ Salmos 96:13
"Diante do SENHOR; porque ele vem; porque ele vem para julgar a terra. Ele julgará ao mundo com justiça, e aos povos com sua verdade."
Este versículo conclui o Salmo 96 com esperança e expectativa pela vinda do Senhor. A repetição enfática — “porque ele vem; porque ele vem” — reforça a certeza do retorno e da intervenção direta de Deus no mundo. Ele não é um Deus distante, mas um Rei que virá para julgar, restaurar e estabelecer Sua justiça plena.
O juízo de Deus aqui não é motivo de medo para os justos, mas de alegria. Ele julgará o mundo com justiça e os povos com Sua verdade, ou seja, com equidade e fidelidade. Isso significa que não haverá corrupção, parcialidade nem erro — o Senhor julgará conforme Sua perfeita natureza, trazendo ordem definitiva ao caos humano. Este versículo aponta profeticamente para a vinda do Messias e também para o juízo final, reafirmando que Deus é soberano sobre toda a história e digno de toda adoração.
📖 Resumo do Salmo 96
O Salmo 96 é um cântico universal de adoração, que exorta toda a terra — povos, nações e a própria criação — a louvar ao Senhor. Ele começa com um chamado a cantar uma nova canção ao Senhor, reconhecendo Sua salvação, glória e maravilhas. O salmista declara que o Senhor é maior e mais digno de temor do que todos os falsos deuses, pois somente Ele é o Criador dos céus.
O texto convida as famílias das nações a reconhecerem a glória e a força do Senhor, a se aproximarem com ofertas e a adorarem com reverência em Sua santidade. Deus é apresentado como Rei soberano, que governa com justiça e que julgará o mundo de maneira reta e verdadeira.
Nos versos finais, até mesmo a natureza é chamada a celebrar: os céus, a terra, o mar, os campos e as árvores são descritos como participantes dessa alegria, porque o Senhor está vindo. A vinda de Deus é motivo de júbilo, pois Ele virá não para destruir, mas para restaurar e estabelecer a justiça com verdade. O Salmo 96 nos ensina que adorar a Deus é reconhecer Seu domínio, Sua beleza e Sua vinda gloriosa.
Referências
BÍBLIA. Português. Almeida Revista e Corrigida. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2011. Salmo 96.
BEACON HILL. Comentário Bíblico Beacon. Volume 3: Salmos a Cantares. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. Comentário sobre Salmo 96.
RYRIE, Charles C. Estudo da Bíblia Ryrie. São Paulo: Mundo Cristão, 2009. (Anotações e comentários sobre o Salmo 96).
WRIGHT, N. T. Simplesmente Cristão: Por que o Cristianismo faz sentido. São Paulo: Editora Ultimato, 2007. (Capítulo sobre adoração e soberania divina — ligação teológica com Salmo 96)..
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