domingo, 8 de dezembro de 2024

Esdras 1

Fonte: Imagesearchman

O Decreto de Ciro

✝ Esdras 1:1

"No primeiro ano de Ciro rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do SENHOR pela boca de Jeremias, o SENHOR despertou o espírito de Ciro rei da Pérsia, o qual mandou proclamar por todo o seu reino, e também por escrito, dizendo:"

INTRODUÇÃO

Título. O Livro de Esdras, como o de Rute, Jó, Ester e outros, recebeu o nome de seu personagem principal. Os judeus o consideravam uma unidade junto com o livro de Neemias (cons. Talmude, texto massorético, Josefo), mas a repetição de Esdras 2 em Neemias 7 indica que os dois livros foram originalmente obras distintas. Na LXX, Esdras e Neemias foram chamados de Esdras B, para distingui-los de um livro apócrifo, Esdras A (que continha II Crônicas 35:1, todo o livro de Esdras, mais Neemias 8:1-12, com variantes e adições). 

Data e Autoria. Embora o autor não fosse mencionado, e a narrativa seja feita na primeira e terceira pessoas, é altamente provável que o próprio Esdras escrevesse o livro, usando diversos decretos, cartas e genealogias como fontes originais. Alguns documentos babilônicos usaram semelhante forma de narrativa; portanto a mudança de tratamento não é um argumento conclusivo contra sua autoria. Nem se pode usar o fato dele se referir a si mesmo como um "escriba versado na lei de Moisés" (7:6) para se argumentar eficientemente o contrário (cons. 

Nm. 12:3).

Considerando que Esdras viveu até o período de Neemias (Ne. 8:19; 12:36), ele teve tempo suficiente para terminar o seu livro entre abril de 456 A.C., quando os acontecimentos de Esdras 10:17-44 se realizaram, e o verão de 444 A.C., quando Neemias chegou a Jerusalém vindo da corte persa. Robert Dick Wilson ("Esdras-Neemias", ISBE, II, 1083) destacou que o hebraico de Esdras parece-se com o de Daniel, Ageu e Crônicas mais do que o de Eclesiástico (escrito cerca de 180 A.C.), e que as porções de Esdras em aramaico (4:7 - 6:18; 7:12-26) são muito parecidas com o aramaico dos papiros elefantinos do século quinto A.C.

Antecedentes Históricos. O Livro de Esdras registra o cumprimento da promessa divina feita à nação de Israel, através de Jeremias, de trazê-la de volta à sua terra depois de setenta anos de cativeiro. Por meio da proteção e ajuda de três reis persas (Ciro, Dano e Artaxerxes) e a liderança de grandes e piedosos judeus, tais como Zorobabel, Jesua, Ageu, Zacarias e Esdras, o segundo Templo foi terminado e a verdadeira adoração restaurada em Jerusalém. 

Os seis primeiros capítulos do livro englobam os acontecimentos dos dois ou três primeiros anos do reinado de Ciro (538-530 A.C.) e os seis primeiros anos do reinado de Dario I (521-486 A.C.). Os quatro últimos capítulos (Ed. 4:7-23) registram os acontecimentos que se sucederam durante a primeira parte do reinado de Artaxerxes I (464423A.C.). Não se faz menção de Cambises (530522 A.C.) ou de Esmerdis (522 A.C.) e só um versículo (4:6) menciona Xerxes (486-465 A.C.). Assim, embora oitenta importantes anos da história persa aquemênida fosse abarcada pelo Livro de Esdras, praticamente nada se diz do período de cinqüenta e oito anos compreendido entre 515 A.C. e 457 A.C., durante o qual os persas fizeram dois grandes mas fúteis esforços de conquistar a Grécia, quando tiveram lugar os acontecimentos contidos no livro de Ester.

Quando o cenário se abre em Esdras 1, os judeus tinham acabado de presenciar a derrota do odiado Império Neo-Babilônico, em 539A.C., por Ciro, o Persa. E Daniel acabara de ser colocado em lugar de honra por Dario, o medo, a quem Ciro designara por soberano dos territórios neobabilônicos (Dn. 5:30 - 6:3).

COMENTÁRIO

I. Os Exilados Retornam da Babilônia. 1:1 - 2:70.

Esdras 1

A. O Decreto de Ciro. 1:1-4. Deus cumpriu Suas promessas feitas a Israel por intermédio de Jeremias, de que o Cativeiro duraria apenas setenta anos. No fim desse período, Ele levantou Ciro, o persa, para denotar os babilônios que tinham escravizado os israelitas. Um dos primeiros atos públicos de Ciro, na qualidade de novo rei da Babilônia, foi encorajar os judeus a retomarem a Palestina para reconstrução da casa de Jeová que estava arruinada.

✝ Esdras 1:2

"Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra; e ele me mandou que lhe edificasse uma casa em Jerusalém, que está em Judá."

2. O Senhor. . . me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém. Cerca de duzentos anos antes, Isaías profetizara que Ciro seria o instrumento divino para libertar os judeus do exílio e iniciar a restauração do Templo (Is. 44:28 - 45:7; 45:13). Não é preciso que se pretenda que o libertador fosse um crente verdadeiro (cons. Is. 45:4 - "Eu te chamei pelo nome .. . ainda que não me conheces".) O famoso rolo cuneiforme de Ciro registra esta oração do rei persa: "Que todos os deuses que eu recoloquei em suas sagradas cidades peçam diariamente a Bel e Nebo que me concedam uma vida longa . . . ", Ciro provavelmente reconhecia o Deus de Israel como uma das divindades mais importantes, especialmente se Daniel lhe mostrou as profecias de Isaías (Jos. Antiq., 11. 1. 1). Este decreto foi arquivado em Ecbatana, onde Dario I o descobriu vinte anos depois (Ed. 6:2). 

✝ Esdras 1:3

"Quem há entre vós de todo seu povo, seu Deus seja com ele, e suba a Jerusalém que está em Judá, e edifique a casa ao SENHOR Deus de Israel; ele é o Deus que habita em Jerusalém."

✝ Esdras 1:4

"E todo aquele que tiver restado em qualquer lugar onde estiver morando, os homens de seu lugar o ajudem com prata, ouro, bens, e animais; além das doações voluntárias para a casa de Deus, que está em Jerusalém."

✝ Esdras 1:5

"Então se levantaram os chefes das famílias de Judá e de Benjamim, os sacerdotes e os Levitas, e todos aqueles cujo espírito Deus despertou, para subirem a edificar a casa do SENHOR, que está em Jerusalém."

B. Preparativos para a Viagem. 1:5-11. Milhares de judeus piedosos atenderam à convocação de Ciro e prepararam-se para a longa viagem. E muitos dos utensílios que Nabucodonosor tirou do Templo foram entregues aos judeus para serem levados de volta à Jerusalém.

✝ Esdras 1:6

"E todos os que estavam em seus arredores fortaleceram suas mãos com objetos de prata e de ouro, com bens e animais, e com coisas preciosas, além de tudo o que foi dado voluntariamente."

6. Todos os que habitavam nos arredores os ajudaram. Só retornaram cerca de 50.000 judeus (cons. 2:64, 65). A maioria resolveu permanecer na Babilônia, onde muitos já estavam estabelecidos (Jr. 29:4-7). Assim, estavam em condições de ajudarem àqueles que pretendiam retornar. Gentios, também, provavelmente deram presentes (cons. Êx. 12:35, 36). 

✝ Esdras 1:7

"Também o rei Ciro tirou os utensílios da casa do SENHOR, que Nabucodonosor tinha trazido de Jerusalém, e posto na casa de seus deuses."

7. Os utensílios da casa do Senhor. Alguns utensílios foram levados à Babilônia em 605 A.C. (Dn. 1: 2), alguns em 597 A.C. (II Reis 24:13), e o restante cm 586 A.C. (II Reis 25:14, 15; Jr. 27:16-22). Aqueles que Ciro não enviou de volta nesta ocasião foram devolvidos ao Templo por Dario I em cerca de 518 A.C. (Ed. 6:5), contudo, o mobiliário do Templo, inclusive a arca da aliança, foram destruídos em 586A.C. (Jr. 3:16; lI Reis 25:13). 

✝ Esdras 1:8

"E Ciro, rei da Pérsia, tirou-os por meio do tesoureiro Mitridate, o qual os deu contados a Sesbazar, príncipe de Judá."

8. Sesbazar, príncipe de Judá. Assim como Daniel era oficialmente conhecido em Babilônia por Beltessazar (Dn. 1:7), Zorobabel era provavelmente conhecido por Sesbazar. Sabemos que Zorobabel lançou os alicerces do Templo (Ed. 3:8; 5:2; Zc. 4:9); mas em uma carta oficial a Dario, "Sesbazar" é quem o faz (5:16). Zorobabel era neto do Rei Jeoaquim (Jeconias; I Cr. 3:17-19) e um antepassado de José (Mt. 1:12). O fato de I Cr. 3:19 chamá-lo de filho de Pedaías em vez de Sealtiel (Ed. 3:2) dá a impressão de que Sealtiel morreu sem filhos e que Pedaías contraiu casamento em levirato com a viúva de seu irmão. 

✝ Esdras 1:9

"E esta é o seu número: trinta bacias de ouro, mil bacias de prata, vinte e nove facas,"

✝ Esdras 1:10

"Trinta taças de ouro, quatrocentas e dez taças de prata, e mil outros utensílios."

✝ Esdras 1:11

"Todos os utensílios de ouro e de prata foram cinco mil e quatrocentos. Sesbazar trouxe todos estes com os que subiram do cativeiro, da Babilônia a Jerusalém."

11. Cinco mil e quatrocentos. Os 2.499 utensílios relacionados em 1:9, 10 talvez fossem os maiores ou os mais importantes. 

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sábado, 7 de dezembro de 2024

2 Crônicas 36

 

Fonte: Imagesearchman

✝ 2 Crônicas 36:1

"Então o povo da terra tomou a Jeoacaz filho de Josias, e fizeram-lhe rei em lugar de seu pai em Jerusalém."

O Reinado de Jeoacaz, Rei de Judá

✝ 2 Crônicas 36:2

"De vinte e três anos era Jeoacaz quando começou a reinar, e três meses reinou em Jerusalém."

2. Tinha Jeoacaz vinte e três anos, sendo mais jovem que Jeoaquim, seu sucessor (v. 5). Mas embora tenha ele feito "o que era mau" (II Reis 23:32), o povo da terra, os cidadãos livres (II Cr. 36:1), aparentemente tinham mais esperanças nele do que em seu irmão mais velho. Reinou três meses, ou até que Neco teve oportunidade de substituí-lo (cons. 35:20, 21). 

✝ 2 Crônicas 36:3

"E o rei do Egito o tirou de Jerusalém, e condenou a terra em cem talentos de prata e um de ouro."

3. Neco impôs uma indenização de cem talentos de prata e um de ouro (cons. 25:6; 27:5), cerca de US$ 220.000 mais US$ 35.000 (cons. I Cr. 19:6, observação). 

✝ 2 Crônicas 36:4

"E o rei do Egito constituiu o seu irmão Eliaquim como rei sobre Judá e Jerusalém, e mudou-lhe o nome em Jeoaquim; e Neco tomou o seu irmão Jeoacaz, e o levou ao Egito."

4. E lhe mudou o nome de Eliaquim, Deus levanta, para Jeoaquim, Jeová (Yahweh) levanta, demonstrando a boa vontade que Neco tinha em tolerar a religião dos judeus. De modo significativo este controle que o rei tinha sobre o nome do rei era prova do controle que tinha sobre sua pessoa (veja comentário sobre 6:6). Ao irmão Jeoacaz tomou Nem, e o levou para o Egito, onde veio a falecer (II Reis 23 : 34; cons. Jr. 22:10). 

O Reinado de Jeoaquim, Rei de Judá

✝ 2 Crônicas 36:5

"Quando começou a reinar Jeoaquim era de vinte e cinco anos, e reinou onze anos em Jerusalém: e fez o que era mau aos olhos do SENHOR seu Deus."

5. Jeoaquim . . , reinou onze anos, 608-598 A.C., e fez ele o que era mau. Ele impôs à terra tributo que devia ser pago a Faraó (II Reis 23:35), enquanto ele mesmo vivia no luxo (Jr. 22:14, 15); perverteu a justiça e oprimiu os pobres (Jr. 22:13, 17); e perseguiu os profetas que o reprovaram (cons. II Cr. 35:8, 16, abaixo; Jr. 26:21-24; 32:36)

✝ 2 Crônicas 36:6

"E subiu contra ele Nabucodonosor rei da Babilônia, e acorrentado com correntes o levou à Babilônia."

6. Subiu, pois, contra ele Nabucodonosor (mais corretamente, Nabucodonosor, II Reis 24:1, texto hebraico). Na primavera de 605, os babilônios obtiveram uma vitória decisiva contra Neco em Carquemis (veja comentário sobre 35:20; Jr. 46:2). Os egípcios, como resultado, foram expulsos até suas próprias fronteiras; e a Palestina ficou nas mãos de Nabucodonosor (II Reis 24:7). O conquistador amarrou Jeoaquim com duas cadeias de bronze, para o levar prisioneiro, embora a ameaça pareça ter sido suficiente, sem que houvesse necessidade de levá-lo fisicamente a Babilônia. 

✝ 2 Crônicas 36:7

"Também levou Nabucodonosor à Babilônia dos utensílios da casa do SENHOR, e os pôs no seu templo em Babilônia."

7. Também alguns dos utensílios do templo levou Nabucodonosor para a Babilônia, e também um primeiro grupo de prisioneiros selecionados como reféns, inclusive Daniel (cons. Dn. 1:1-3). Com isto começou o exílio babilônico que durou setenta anos, 605-536 A.C. (Jr. 29:10). A autenticidade desta campanha na Palestina em 605, antigamente desacreditada por críticos incrédulos do V.T., foi extraordinariamente confirmada pela publicação, em 1956, de duas tabuinhas babilônicas do reinado de Nabucodonosor. Nelas Nabucodonosor declara que conquistou "toda a terra dos hati" (o Crescente Fértil ocidental incluindo a Palestina) no verão de 605 e que 

"cobrou pesado tributo dos hati para a Babilônia" (cons. J.B. Payne, "The Uneasy Conscience of Modern Liberal Exegesis", Bulletin of the Evangelical Theological Society, 1:1, Inverno de 1958, 14-18). 

✝ 2 Crônicas 36:8

"Os demais dos feitos de Jeoaquim, e as abominações que fez, e o que nele se achou, eis que estão escritos no livro dos reis de Israel e de Judá: e reinou em seu lugar Joaquim seu filho."

8. Quanto aos mais atos de Jeoaquim. Depois de servir Nabucodonosor por três anos (até 602), ele se rebelou (II Reis 24:1, 2), mas morreu antes que recebesse todo o seu castigo. 

O Reinado de Joaquim, Rei de Judá

✝ 2 Crônicas 36:9

"De oito anos era Joaquim quando começou a reinar, e reinou três meses e dez dias em Jerusalém: e fez o que era mau aos olhos do SENHOR."

9. Tinha Joaquim dezoito anos de acordo com outros manuscritos, e não "oito anos" (cons. II Reis 24:8; e reinou três meses e dez dias, de dezembro de 598 até 16 de março de 597, de acordo com os novos textos de Nabucodonosor (v. 7, observação). 

✝ 2 Crônicas 36:10

"Na primavera do ano, o rei Nabucodonosor mandou que o trouxessem à Babilônia, juntamente com os utensílos preciosos da casa do SENHOR; e constituiu o seu irmão Zedequias como rei sobre Judá e Jerusalém."

10. Mandou o rei Nabucodonosor levá-lo a Babilônia em 597 A.C., junto com um segundo grupo de deportados, que incluíram Ezequiel e 10.000 dos mais importantes elementos da sociedade judia (cons. II Reis 24:10-16). E estabeleceu a Zedequias, seu irmão (tio, II Reis 24: 17), rei. 

O Reinado de Zedequias, Rei de Judá

✝ 2 Crônicas 36:11

"De vinte e um anos era Zedequias quando começou a reinar, e onze anos reinou em Jerusalém."

✝ 2 Crônicas 36:12

"E fez o que era mau aos olhos do SENHOR seu Deus, e não se humilhou diante do profeta Jeremias, que lhe falava da parte do SENHOR."

12. Não se humilhou perante o profeta Jeremias. A princípio Zedequias ignorou as mensagens de Jeremias (Jr. 34:1-10), depois o procurou (Jr. 21) e, finalmente, rogou que lhe ajudasse (Jr. 37), mas nunca se submeteu às suas exigências. Zedequias foi um homem fraco e maleável aos esquemas dos nobres manhosos que file foram deixados 

(Jr. 38:5).

✝ 2 Crônicas 36:13

"Rebelou-se também contra Nabucodonosor, ao qual havia jurado por Deus; e endureceu sua cerviz, e obstinou seu coração, para não voltar-se ao SENHOR o Deus de Israel."

13. Rebelou-se . . . contra . . . Nabucodonosor, diante da instigação de Hofra (588-567A.C.), Faraó da Vigésima Sexta Dinastia do Egito (cons. Ez. 17:15; Jr. 37:5). Que o tinha ajuramentado. Zedequias fora feito vassalo de Nabucodonosor por meio de juramento; assina sua deslealdade anulou-o (Ez. 17:13-19). 

✝ 2 Crônicas 36:14

"E também todos os príncipes dos sacerdotes, e o povo, aumentaram a transgressão, seguindo todas as abominações das nações, e contaminando a casa do SENHOR, a qual ele havia santificado em Jerusalém."

A Queda de Jerusalém

✝ 2 Crônicas 36:15

"E o SENHOR o Deus de seus pais enviou a eles por meio de seus mensageiros, enviando insistentemente: porque ele tinha misericórdia de seu povo, e de sua habitação."

✝ 2 Crônicas 36:16

"Mas eles faziam escárnio dos mensageiros de Deus, e menosprezavam suas palavras, ridicularizando-se de seus profetas, até que subiu o furor do SENHOR contra seu povo, de maneira que não havia remédio."

✝ 2 Crônicas 36:17

"Pelo qual trouxe contra eles ao rei dos caldeus, que matou à espada seus rapazes na casa de seu santuário, sem perdoar jovem, nem virgem, nem velho, nem decrépito; todos os entregou em suas mãos."

C. O Exílio. 36:17-23.

As Crônicas São essencialmente um livro de encorajamento. Os capítulos sobre os monarcas de Judá registram grandes triunfos, vindicações da fé dos homem em Deus, mesmo no meio da geral deterioração da nação. Então, tendo demonstrado que Deus pode expulsar o Seu povo por causa de sua desobediência e que realmente o fará (36:17-21, fazendo um pequeno paralelo com II Reis 25), o cronista prossegue insinuando que das ruínas se levantará uma terra rejuvenescida, um Templo reconsagrado descrevendo a imutável salvação de Deus e um povo aperfeiçoado e portanto restaurado (II Cr. 36:22, 23, fazendo paralelo com Ed. 1:1-3a). Pois o Exílio não foi uma derrota permanente, mas, essencialmente, um triunfo da providência divina. A história é um processo, não de desintegração, mas de peneiramento e seleção. Quando o refugo é removido, surge o remanescente fiel (cons. comentário sobre 10:9; 11:3). "Que suba, e o Senhor seu Deus seja com ele!" (II Cr. 36:23).

✝ 2 Crônicas 36:18

"Também todos os vasos da casa de Deus, grandes e pequenos, os tesouros da casa do SENHOR, e os tesouros do rei e de seus príncipes, tudo o levou à Babilônia."

✝ 2 Crônicas 36:19

"E queimaram a casa de Deus, e romperam o muro de Jerusalém, e consumiram ao fogo todos seus palácios, e destruíram todos os seus objetos valiosos."

✝ 2 Crônicas 36:20

"Os que restaram da espada foram passados à Babilônia; e foram servos dele e de seus filhos, até que veio o reino dos persas;"

20. Os que escaparam da espada. II Crônicas omite, como irrelevante para o destino final de Judá, qualquer referência ao reajuntamento de Gedalias e a fuga do remanescente para o Egito (II Reis 25:22-27); à pequena e quarta deportação de 582 A.C. (Jr. 52:30); e aos "mais pobres da terra" que ficaram espalhados pela Palestina (II Reis 25:12). A arqueologia tem comprovado o total despovoamento de Judá nesse período. A esses levou ele para Babilônia, onde se tornaram seus servos. Depois de certo desânimo inicial (Sl. 137) e trabalho escravo (Is. 14:2, 3), alguns judeus alcançaram certo status e favor (cons. II Reis 25:27-30). Os que eram mundanos tornaram-se indiferentes e se desviaram (cons. Ez. 33:31, 32), mas os piedosos amadureceram espiritualmente (cons. Dn. 1:8; Et. 4:14-16; Ne. 1: 4). 

✝ 2 Crônicas 36:21

"Para que se cumprisse a palavra do SENHOR pela boca de Jeremias, até que a terra houvesse aproveitado os seus descansos sabáticos; pois durante todo o tempo de sua ruina ela descansou, até que os setenta anos fossem cumpridos."

21. Para que se cumprisse a palavra do Senhor, até que a terra se agradasse dos seus sábados . . . repousou . . . setenta anos (cons. v. 7, observação), presumivelmente compensando um meio milênio de anos sabáticos negligenciados (Gustav Oehler, Theology of the Old Testament, pág. 343; cons. Lv. 25:1-7; 26:34)

✝ 2 Crônicas 36:22

"Mas ao primeiro ano de Ciro rei dos persas, para que se cumprisse a palavra do SENHOR por boca de Jeremias, o SENHOR induziu o espírito de Ciro rei dos persas, o qual fez apregoar por todo seu reino, e também por escrito, dizendo:"

22. Em 538 A.C. Ciro, rei da Pérsia venceu Nabonidus e seu filho Belsazar, os últimos monarcas babilônios nativos (Dn. 5). Sua política de conciliação e restauração religiosa para os exilados recebeu inteira confirmação arqueológica devido as inscrições do próprio Ciro. (Sobre a correspondência deste material com Ed. 1:1-3a, veja Introdução, Autoria). 

✝ 2 Crônicas 36:23

"Assim diz Ciro rei dos persas: o SENHOR, o Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra; e ele me encarregou que lhe edifique casa em Jerusalém, que é em Judá. Quem houver de vós de todo seu povo, o SENHOR seu Deus seja com o tal, e suba."

23. O Senhor (Jeová) . . . me deu todos os reinos da terra. Tal linguagem diplomática (cons. 35:21, observação) nada significava para Ciro; suas palavras a uma audiência de babilônios foram: "Marduque, rei dos deuses (principal divindade da Babilônia, mas não da Pérsia!) ... designou(me) para governar sobre todas as terras". Mas Cito foi realmente um instrumento da providência divina (Is. 44:28 - 45:5). 

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sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

2 Crônicas 35

 

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Josias Celebra a Páscoa

✝ 2 Crônicas 35:1

"E Josias fez páscoa ao SENHOR em Jerusalém, e sacrificaram a páscoa aos catorze do mês primeiro."

2 Crônicas 35

35:1. Josias celebrou a páscoa. Esta confirmação da reforma de Josias brotou igualmente de sua obediência ao restabelecimento da Lei, "como está escrito neste livro da aliança " (II Reis 23:21). Primeiro mês. No mesmo grande décimo oitavo ano (v, 18), 621 A.C.; compare com Ezequias que deixou sua páscoa para o segundo mês (30: 2). 

✝ 2 Crônicas 35:2

"E pôs aos sacerdotes em seus empregos, e confirmou-os no ministério da casa do SENHOR."

✝ 2 Crônicas 35:3

"E disse aos levitas que ensinavam a todo Israel, e que estavam dedicados ao SENHOR: Ponde a arca do santuário na casa que edificou Salomão filho de Davi, rei de Israel, para que não a carregueis mais sobre os ombros. Agora servireis ao SENHOR vosso Deus, e a seu povo Israel."

3. Ponde a arca sagrada na casa que edificou Salomão. Nos negros dias de Manassés e Amom, a arca parecia ter sido removida pelos fiéis levitas e levada para algum lugar onde ficou sob sua proteção (cons. 33:7-17; 28:24). 

✝ 2 Crônicas 35:4

"Preparai-vos segundo as famílias de vossos pais, por vossas ordens, conforme à prescrição de Davi rei de Israel, e de Salomão seu filho."

4. Segundo os vossos turnos, segundo . . . Davi. Veja comentário sobre I Cr. 24:4, 20. E a de Salomão. Veja 8:14. 

✝ 2 Crônicas 35:5

"Ficai no santuário segundo a distribuição das famílias de vossos irmãos os filhos do povo, e segundo a divisão da família dos levitas."

✝ 2 Crônicas 35:6

"Sacrificai logo a páscoa: e depois de santificar-vos, preparai a vossos irmãos, para que façam conforme à palavra do SENHOR dada por meio de Moisés."

6. Preparai-o para nossos irmãos. Assim Josias evitou a confusão que surgiu sob o governo de Ezequias um século antes (cons. comentário sobre 30:16-18). 

✝ 2 Crônicas 35:7

"E ofereceu o rei Josias aos do povo ovelhas, cordeiros, e cabritos dos rebanhos, em número de trinta mil, e três mil bois, tudo para a páscoa, para todos os que se acharam presentes: isto da riqueza do rei."

7. E de bois três mil (cons. vs. 8, 9,13b). O rebanho foi para os cordeiros pascais, mas estes deviam ter servido como ofertas pacíficas para os festejos nos dias dos pães asmos que se seguiram (cons. 30: 24; I Cr. 29:21 , observações). 

✝ 2 Crônicas 35:8

"Também seus príncipes ofereceram com generosidade ao povo, e aos sacerdotes e levitas. Hilquias, Zacarias e Jeiel, príncipes da casa de Deus, deram aos sacerdotes para fazer a páscoa duas mil seiscentas ovelhas, e trezentos bois."

✝ 2 Crônicas 35:9

"Também Conanias, e Semaías e Natanael seus irmãos, e Hasabias, Jeiel, e Jozabade, príncipes dos levitas, deram aos levitas para os sacrifícios da páscoa cinco mil ovelhas, e quinhentos bois."

✝ 2 Crônicas 35:10

"Prontificado assim o serviço, os sacerdotes se colocaram em seus postos, e também os levitas em suas ordens, conforme ao mandamento do rei."

✝ 2 Crônicas 35:11

"E sacrificaram a páscoa; e espargiam os sacerdotes o sangue tomado da mão dos levitas, e os levitas tiravam os couros."

✝ 2 Crônicas 35:12

"Tomaram logo do holocausto, para dar conforme as repartições pelas famílias dos do povo, a fim de que oferecessem ao SENHOR, segundo está escrito no livro de Moisés: e também tomaram dos bois."

12. Puseram de parte o que era para os holocaustos. Isto é, separaram algumas partes escolhidas dos cordeiros pascais para que . . . oferecessem ao Senhor (v. 14), aparentemente segundo o padrão das ofertas pacíficas (Lv. 3). O povo então assava e comia a Páscoa propriamente dita (Mt. 16:7). 

✝ 2 Crônicas 35:13

"E assaram a páscoa ao fogo segundo o rito: mas o que havia sido santificado o cozinharam em panelas, em caldeiras, e caldeirões, e repartiram o prontamente a todo o povo."

✝ 2 Crônicas 35:14

"E depois prepararam para si e para os sacerdotes; porque os sacerdotes, filhos de Arão, estiveram ocupados até a noite no sacrifício dos holocaustos e das gorduras; portanto, os levitas prepararam para si, e para os sacerdotes filhos de Arão."

✝ 2 Crônicas 35:15

"Também os cantores filhos de Asafe estavam em seu posto, conforme ao mandamento de Davi, de Asafe e de Hemã, e de Jedutum vidente do rei; também os porteiros estavam a cada porta; e não era necessário que se afastassem de seu ministério, porque seus irmãos, os levitas, preparavam para eles."

✝ 2 Crônicas 35:16

"Assim foi aprontei todo o serviço do SENHOR naquele dia, para fazer a páscoa, e sacrificar os holocaustos sobre o altar do SENHOR, conforme ao mandamento do rei Josias."

✝ 2 Crônicas 35:17

"E os filhos de Israel que se acharam ali, fizeram a páscoa naquele tempo, e a solenidade dos pães sem levedura, por sete dias."

17. E a festa dos pães asmos. Veja comentário sobre 30:13, 18. 

Nunca, pois, se celebrou tal páscoa ... desde os dias do profeta Samuel. II Reis 23:22 acrescenta: "desde os dias dos juízes". Isto é, a festa de Josias cumpriu os padrões bíblicos como nenhuma outra desde Moisés e Josué. 

✝ 2 Crônicas 35:18

"Nunca tal páscoa foi feita em Israel desde os dias de Samuel o profeta; nem nenhum rei de Israel fez páscoa tal como a que fez o rei Josias, e os sacerdotes e levitas, e todo Judá e Israel, os que se acharam ali, juntamente com os moradores de Jerusalém."

✝ 2 Crônicas 35:19

"Esta páscoa foi celebrada no ano dezoito do rei Josias."

A Morte de Josias

✝ 2 Crônicas 35:20

"Depois de todas estas coisas, logo de haver Josias preparado a casa, Neco rei do Egito subiu a fazer guerra em Carquêmis junto a Eufrates; e saiu Josias contra ele."

20. Depois de tudo isto; isto é, em 608 A.C. (Thiele, Mysterious Numbers, págs, 158-160). Subiu Neco (II), rei do Egito. Os faraós da vigésima sexta dinastia fizeram uma tentativa diligente para tomar o lugar do império assírio. Nínive caiu em 612 A.C.; e os egípcios se opuseram às reivindicações da Babilônia aos despojos, subindo "em favor do (não contra o) rei da Assíria, ao rio Eufrates" (II Reis 23:29), em cujo extremo ocidental ficava a cidade-chave de Carquemis. 

✝ 2 Crônicas 35:21

"E ele lhe enviou embaixadores, dizendo: Que temos eu e tu, rei de Judá? Eu não venho contra ti hoje, mas sim contra a casa que me faz guerra: e Deus disse que me apressasse. Deixa-te de intrometer-te com Deus, que é comigo, não te destrua."

21. Não vou contra ti. Neco queria simplesmente atravessar o litoral da Palestina, para se encontrar com a casa que me faz guerra, isto é, o exército da Babilônia sob a liderança do príncipe real Nabucodonosor. E disse Deus que me apressasse. Provavelmente isto não passava de um linguajar diplomático da parte de Neco (cons. comentário sobre 2:11; 32:12). 

✝ 2 Crônicas 35:22

"Mas Josias não voltou seu rosto dele, em vez disso disfarçou-se para dar-lhe batalha, e não atendeu às palavras de Neco, que eram da boca de Deus; e veio a dar-lhe a batalha no campo de Megido."

22. Josias, tal como Acabe, se disfarçou para proteger a sua vida (cons, 18:29, observação). Embora este fato pudesse surpreender o próprio Faraó, as palavras que Neco lhe falara eram da parte de Deus. Pois a insistente mensagem do Senhor a Judá fora que ela devia confiar nEle e evitar envolvimento em "política" internacional (cons. comentário sobre 16:9; 28:16; 32:1 , 5). Megido assinalava a passagem estratégica na serra entre a planície costeira e o vale de Esdralom ao nordeste. Foi cenário de batalhas decisivas desde o século quinze A.C. até a I Guerra Mundial. A batalha final desta dispensação, contra Cristo em sua segunda vinda, será travada no "Armagedom" (Ap. 16:16), isto é, na montanha de Megido. 

✝ 2 Crônicas 35:23

"E os arqueiros atiraram ao rei Josias flechas; e disse o rei a seus servos: Tirai-me daqui, porque estou ferido gravemente."

✝ 2 Crônicas 35:24

"Então seus servos o tiraram daquele carro, e puseram-lhe em outro segundo carro que tinha, e levaram-lhe a Jerusalém, e morreu; e sepultaram-lhe nos sepulcros de seus pais. E todo Judá e Jerusalém fez luto por Josias."

✝ 2 Crônicas 35:25

"E lamentou Jeremias por Josias, e todos os cantores e cantoras recitam suas lamentações sobre Josias até hoje; e as deram por norma para lamentar em Israel, as quais estão escritas nas Lamentações."

25. Jeremias compôs uma lamentação sobre Josias, a quem ele muito considerava (Jr. 22:15, 16). Escritas nas lamentações. Essas lamentações não devem ser confundidas com al posteriores lamentações de Jeremias sobre Joaquim (Jr. 22:10-30) e sobre a queda de Jerusalém (Lm.).

✝ 2 Crônicas 35:26

"Os demais dos feitos de Josias, e suas piedosas obras, conforme o que está escrito na lei do SENHOR,"

✝ 2 Crônicas 35:27

"E seus feitos, primeiros e últimos, eis que estão escritos no livro dos reis de Israel e de Judá."

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