quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

JÓ 4

Fonte: Imagesearchman

Elifaz

✝ Jó 4:1

"Então Elifaz o temanita respondeu, dizendo:"

III. Juízo : O Caminho da Sabedoria Obscurecido e Iluminado. 4:1 - 41:34.

A. O Veredito dos Homens. 4:1-37:24.

Considerando que o diálogo de Jó com seus amigos relacionava-se mais com a lamentação de Jó do que diretamente com suas calamidades, a missão dos amigos assume mais os ares de um julgamento do que de consolo pastoral e continua assim progressivamente em cada sucessivo ciclo de discursos. (Em relação à estrutura cíclica do diálogo, veja o Esboço acima.) Os amigos assentaram-se como em um conselho de anciãos para julgarem o ofensor clamoroso. A avaliação da culpa de Jó envolve discussão dos aspectos mais amplos do problema da teodicéia, mas sempre com o caso particular de Jó e a condenação à vista. Portanto, para Jó o debate não consiste em um estudo imparcial e acadêmico do sofrimento em geral, mas uma nova e dolorosa fase dos seus sofrimentos. Os amigos são enganados por seu apego à tradicional teoria, ajudando e favorecendo a Satanás em sua hostilidade contra Deus, e obscurecendo o caminho da sabedoria para Jó, o servo de Deus. Mas o debate serve para silenciar esta sabedoria do mundo e assim prepara o caminho para a apresentação da via de acesso da aliança para a sabedoria, que são apresentados nos discursos de Eliú e o Senhor. Novamente, no apelo que Jó faz dos vereditos humanos ao supremo tribunal, expresso em seu apaixonado anseio de expor o seu caso diante do Senhor, o debate busca a manifestação visível de Deus.

✝ Jó 4:2

"Se tentarmos falar contigo, ficarás incomodado? Mas quem poderia deter as palavras?"

2-11. Quem, todavia, poderá conter as palavras? (v. 2b). Durante sete dias os sábios ficaram observando as calamidades na vida de Jó sem oferecer unta palavra de consolo. Quando Jó se queixou, entretanto, os confortadores não puderam abster-se de reprová-lo. Assim, através de todo o decorrer do debate, seus olhos estiveram fixos no temporário escorregão de Jó para a impaciência, enquanto sua anterior exibição prolongada de paciência desapareceu por completo de sua perspectiva. Reprovaram a Jó como se ele tivesse entregado os pontos ao primeiro sabor da adversidade: Sendo tu atingido, te perturbas (v. 5b). 

Segundo eu tenho visto (v. 8a; cons. 5:3). A autoridade da teoria de Elifaz está na experiência. Ele esposa o ponto de vista tradicional dos sábios orientais porque é o que tem observado na vida. Por exemplo, suas estatísticas mostram que calamidade extrema segue-se à perversidade extrema (vs. 8-11). Só os pecadores arrogantes que passam a vida semeando o mal, colhem a morte entre as calamidades. Perecem como a erva ressequida pelo sopro quente do vento do desejo (v. 9) ou como uma ninhada de leões ferozes dispersos por um golpe súbito (vs. 10,11). Sua observação também confirma o inverso: Acaso já pereceu algum inocente? (v. 7a). Embora os justos experimentem certa medida de sofrimento, jornais são destruídos por meio da aflição. Com estas observações Elifaz deduz sua lei do pecado e sofrimento, e ele presume que essa lei deve governar universalmente a história humana. Infelizmente, u método de Elifaz de arquitetar a doutrina da providência é falível. Pois a verdadeira teologia descansa sobre a autoridade da revelação divina, não sobre limitadas observações humanas e especulações falíveis. Infelizmente também, conforme Jó destaca mais tarde, até as observações e estatísticas de Elifaz são inexatas (cons. 21: 17 e segs.). 

Doutrina vil só pode oferecer conforto vão. Porventura não é o teu temor de Deus aquilo em que confias, e a tua esperança a retidão dos teus olhos? (4: 6). Elifaz não duvida da justiça essencial de Jó. Portanto, esperando arrancá-lo de seu abatimento, ele lhe assegura que por causa de sua piedade, ele não perecerá. Mas esta avaliação favorável de alguém que foi humilhado é inconsistente com a teoria do próprio Elifaz. Para ser consistente ele deveria considerar Jó como o mais desprezível filho de Belial. Pois a agonia do patriarca é tão grande que ele cobiça apaixonadamente a morte da qual Elifaz, declarando ser a pior calamidade que pudesse sobrevir aos incrédulos, diz que ele está imune. Mais tarde, quando Elifaz já elaborou sua posição mais consistentemente, ele acusa Jó de hipocrisia e criminalidade. No seu primeiro discurso, contudo, desprezando a severidade excepcional dos sofrimentos de Jó, ele o classifica entre os pecadores generalizadamente moderados, homens justos moderadamente sofredores e apenas fica perplexo diante de suas lamúrias não imoderadas. 

Jó levantou uma questão sobre a sabedoria da providência divina. Elifaz se opõe com o argumento de que os homens decaídos, piedosos ou incrédulos, estão carentes de sabedoria e justiça e, portanto, incompetentes para criticar a Providência (4:12-21). Eles são, além disso, alvos justos de todos os infortúnios que sobrevêm aos mortais (5:1-7).

✝ Jó 4:3

"Eis que tu ensinavas a muitos, e fortalecias as mãos fracas;"

✝ Jó 4:4

"Tuas palavras levantavam aos que tropeçavam, e fortificavas os joelhos que desfaleciam."

✝ Jó 4:5

"Mas agora isso que aconteceu contigo, tu te cansas; e quando isso te tocou, te perturbas."

✝ Jó 4:6

"Por acaso não era o teu temor a Deus a tua confiança, e a integridade dos teus caminhos tua esperança?"

✝ Jó 4:7

"Lembra-te agora, qual foi o inocente que pereceu? E onde os corretos foram destruídos?"

✝ Jó 4:8

"Como eu tenho visto, os que lavram injustiça e semeiam opressão colhem o mesmo."

✝ Jó 4:9

"Com o sopro de Deus eles perecem, e pelo vento de sua ira são consumidos."

✝ Jó 4:10

"O rugido do leão, a voz do leão feroz, e os dentes dos leões jovens são quebrantados."

✝ Jó 4:11

"O leão velho perece por falta de presa, e os filhotes da leoa se dispersam."

✝ Jó 4:12

"Uma palavra me foi dita em segredo, e meu ouvidos escutaram um sussurro dela."

12. Uma palavra se me disse em segredo; e os meus ouvidos perceberam um sussurro dela. Como fonte suplementar de seus conhecimentos, Elifaz refere-se impressionantemente a uma revelação especial que lhe foi concedida em uma visão noturna (v. 15) de arrepiar os cabelos. Sua narrativa da misteriosa aparição e voz (vs. 15, 16) serve para o revestir de um manto profético. (Com referência a semelhantes aspectos de teofanias testemunhadas por Abraão, Moisés e Elias, veja Gn. 15:12; Nm. 12:8; I Reis 19:12). O conteúdo da alegada revelação está em Jó 4:17-21, seria porventura o mortal justo diante de Deus? 

✝ Jó 4:13

"Em imaginações de visões noturnas, quando o sono profundo cai sobre os homens,"

✝ Jó 4:14

"Espanto e tremor vieram sobre mim, que espantou todos os meus ossos."

✝ Jó 4:15

"Então um vento passou por diante de mim, que fez arrepiar os pelos de minha carne."

✝ Jó 4:16

"Ele parou, mas não reconheci sua feição; uma figura estava diante de meus olhos, e ouvi uma voz quieta, que dizia :"

✝ Jó 4:17

"Seria o ser humano mais justo que Deus? Seria o homem mais puro que seu Criador?"

17. Seria a o homem puro diante do seu Criador? A tradução da E.R.C. também é gramaticalmente possível e fornece uma réplica adequada para o desafio feito ao governo de Deus implícito na lamentação de Jó. Se, comparando-se com a sabedoria divina, até a sabedoria dos anjos é imperfeita (v. 18), certamente os homens que vivem e morrem e não atingem a sabedoria (v. 21b) não estão qualificados para se assentarem e julgarem os caminhos de Deus. Analisando a inferioridade do homem diante dos anjos, em termos de sua mortalidade, Elifaz faz eco ao veredito divino contra o corpo do homem que é pó (v. 19; cons. Gn. 3:19). 

Em comparação com a vida angélica, a vida humana, como a traça (Jó 4:19, 20), é transitória. A morte do homem é como o colapso de uma tenda quando suas cordas são desatadas (v. 21).

✝ Jó 4:18

"Visto que ele não confia em seus servos, e considera seus anjos como loucos,"

✝ Jó 4:19

"Quanto mais naqueles que habitam em casas de lodo, cujo fundamento está no pó, e são esmagáveis como a traça!"

✝ Jó 4:20

"Desde a manhã até a tarde são despedaçados, e perecem sempre, sem que ninguém perceba."

✝ Jó 4:21

"Por acaso sua excelência não se perde com eles mesmos? Eles morrem sem sabedoria."

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terça-feira, 21 de janeiro de 2025

JÓ 3

 

Fonte: Imagesearchman

O Discurso de Jó

✝ Jó 3:1

"Depois disto Jó abriu sua boca, e amaldiçoou seu dia."

Jó 3

B. A Impaciência de Jó. 3:1-26.

Entre as alturas da serenidade espiritual do prólogo e do epílogo, estende-se o abismo da agonia espiritual de Jó. A descida e a subida do abismo ficam marcadas por mudanças súbitas e dramáticas de temperamento espiritual. Estas foram descritas em breves passagens transicionais (isto é, caps. 3; 42:1-6). O primeiro delas descreve o mergulho assustadoramente abrupto da paciência às profundezas do abatimento.

✝ Jó 3:2

"Pois Jó respondeu, e disse:"

✝ Jó 3:3

"Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse: Um homem foi concebido."

3-10. A inevitável presente miséria de Jó obstrui as lembranças dos felizes anos passados quando ele lamenta o fato de ter nascido. Que o Todo-Poderoso não o faça se lembrar do dia em que nasceu (v. 4), mas que reclamem-no as trevas e a sombra de morte (v. 5a). Se a noite de sua conceição pudesse ser apagada do calendário do tempo (v. 6), ou o monstro marinho (v. 8b, ASV, leviatã, símbolo mitológico do inimigo da ordem cósmica) pudesse engoli-lo no caos. 

✝ Jó 3:4

"Torne-se aquele dia em trevas; Deus não lhe dê atenção desde acima, nem claridade brilhe sobre ele."

✝ Jó 3:5

"Reivindiquem-no para si trevas e sombra de morte; nuvens habitem sobre ele; a escuridão do dia o espante."

✝ Jó 3:6

"Tome a escuridão aquela noite; não seja contada entre os dias do ano, nem faça parte do número dos meses."

✝ Jó 3:7

"Ah se aquela noite fosse solitária, e música de alegria não viesse a ela!"

✝ Jó 3:8

"Amaldiçoem-na os que amaldiçoam o dia, os que se preparam para levantar seu pranto."

✝ Jó 3:9

"Escureçam-se as estrelas de sua manhã; espere a luz, e não venha, e as pálpebras não vejam o amanhecer;"

✝ Jó 3:10

"Pois não fechou as portas do ventre onde eu estava, nem escondeu de meus olhos o sofrimento."

✝ Jó 3:11

"Por que eu não morri desde a madre, ou perdi a vida ao sair do ventre?"

11-19. Por que? Imprecação explosiva produz lamentação de autopiedade. Por que, já que fora concebido e nascera, não ficara entre os abortos ou natimortos (vs. 11, 16)? Até o confinamento da negra sepultura – ainda não iluminada pela glória da ressurreição de Cristo – parecia muito melhor do que a sua existência. Ali Jó, um pária e um provérbio entre os homens desprezíveis e loucos, participaria da sorte comum dos reis e príncipes (vs, 14, 15); ali todos aqueles que são afligidos pelos "maus" e pelos senhores encontram alívio das perturbações humanas (vs. 17-19). 

✝ Jó 3:12

"Por que joelhos me receberam? E por que seios me amamentaram?"

✝ Jó 3:13

"Pois agora eu jazeria e repousaria; dormiria, e então haveria repouso para mim;"

✝ Jó 3:14

"Com os reis e os conselheiros da terra, que edificavam para si os desertos;"

✝ Jó 3:15

"Ou com os príncipes que tinham ouro, que enchiam suas casas de prata."

✝ Jó 3:16

"Ou por que não fui como um aborto oculto, como as crianças que nunca viram a luz?"

✝ Jó 3:17

"Ali os maus deixam de perturbar, e ali repousam os cansados de forças."

✝ Jó 3:18

"Ali os prisioneiros juntamente repousam; e não ouvem a voz do opressor."

✝ Jó 3:19

"Ali estão o pequeno e o grande; e o servo livre está de seu senhor."

✝ Jó 3:20

"Por que se dá luz ao sofredor, e vida aos amargos de alma,"

20-26. Por que, não tendo nascido morto, mas tendo sido bem recebido e nutrido (v.12), sua vida miserável teve de continuar? Quando a lamentação se aproxima do fim, Jó finalmente anuncia seu problema básico : Por que Deus concedeu a luz da vida ao homem cujo caminho é oculto, e a quem Deus cercou de todos os lados (v. 23; cons, v. 20). A palavra que Satanás usou para descrever Jó como "cercado com sebe" por todos os lados com o favor de Deus (1:10), agora Jó usa referindo-se a alguém que está "tolhido" por Deus através de trevas e desfavores. 

✝ Jó 3:21

"Que esperam a morte, e ela não chega, e que a buscam mais que tesouros;"

✝ Jó 3:22

"Que saltam de alegram e ficam contentes quando acham a sepultura?"

✝ Jó 3:23

"E também ao homem cujo caminho é oculto, e a quem Deus o encobriu?"

✝ Jó 3:24

"Pois antes do meu pão vem meu suspiro; e meus gemidos correm como águas."

✝ Jó 3:25

"Pois aquilo eu temia tanto veio a mim, e aquilo que tinha medo me aconteceu."

✝ Jó 3:26

"Não tenho tido descanso, nem tranquilidade, nem repouso; mas perturbação veio sobre mim."

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segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

JÓ 2

 

Fonte: Imagesearchman

A Segunda Provação de Jó

✝ Jó 2:1

"E veio outro dia em que os filhos de Deus vieram para se apresentarem diante do SENHOR, e e Satanás também veio entre eles para se apresentar diante do SENHOR."

Jó 2

3) A Persistência de Satanás. 2:1-6.

1-3. Convocado novamente diante do trono da corte celestial para prestar contas, Satanás não apresenta relatório voluntário de sua tentação a Jó. Deus, contudo, para glorificar o Seu nome, declara abertamente a integridade comprovada e verdadeira do Seu servo. Sem causa (v. 3c). Esta é a mesma palavra hebraica que Satanás usou ("debalde") em sua pergunta (1:9). Deus faz eco ao termo para se opor à insinuação de Satanás. Agora era óbvio que Jó servia a Deus sem interesse e, portanto, Satanás o acusava sem causa. 

✝ Jó 2:2

"Então o SENHOR disse a Satanás: De onde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR, e dizendo: De rodear a terra, e de passear por ela."

✝ Jó 2:3

"E o SENHOR disse a Satanás: Tendes visto meu servo Jó? Pois ninguém há semelhante a ele na terra, homem íntegro e correto, temente a Deus e que se afasta do mal; e que ainda mantém sua integridade, mesmo depois de teres me incitado contra ele, para o arruinar sem causa."

✝ Jó 2:4

"Então Satanás respondeu ao SENHOR, dizendo: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem, dará por sua vida."

4-6. Pele por pele (v. 4b). Uma paródia cínica do reverente louvor com o qual Jó reagiu à sua desolação (1:21). Satanás insinua que mesmo a doxologia de Jó, brotada na angústia da aflição, era a reação calculada de um hábil regateador. Embora desapontado por Deus não lhe ter permitido ficar com nada, Jó escondeu sua amargura pelas perdas, sem profana solicitude por seu bem-estar físico: tudo quanto o homem tem dará por sua vida (v. 4b). Satanás dá a entender que Jó, através de sua doxologia apenas fingiu amor a Deus como gratificação exorbitante mas necessária para garantir sua saúde. Toca-lhe nos ossos e na carne (v. 5b). Se Deus consentir que Satanás toque não simplesmente nas posses de Jó, mas também em sua pessoa, de modo que não reste nenhuma vantagem para "o acordo religioso", Jó devolverá maldição por maldição. Assim novamente Satanás continua a partir da depreciação da piedade passada de Jó até uma predição de que ele se comprovará profano. Assim novamente Deus permite que o mistério da aflição venha tragar o seu servo. 

✝ Jó 2:5

"Mas estende agora tua mão, e toca em seus ossos e sua carne, e verás se ele não te amaldiçoa em tua face."

✝ Jó 2:6

"E o SENHOR disse a Satanás: Eis que ele está em tua mão; mas preserva sua vida."

✝ Jó 2:7

"Então Satanás saiu de diante do SENHOR, e feriu a Jó de chagas malignas desde a planta de seus pés até a topo de sua cabeça."

4) A Paciência de Jó. 2:7-10.

7,8. Tumores malignos (v. 7b). Opiniões médicas modernas não são unânimes no diagnóstico da doença de Jó, mas de acordo com a prognose dos dias de Jó, era aparentemente incurável. Os horríveis sintomas incluíam erupções inflamadas acompanhadas de intenso prurido (2:7,8), feridas contaminadas por bichos (7:5), erosão óssea (30:17), escurecimento e descamação da pele (30: 30) e terríveis pesadelos noturnos (7:14), embora alguns desses sintomas possam ser atribuídos à prolongada duração que se seguiu à instalação da doença. Todo o corpo de Jó, ao que parece, foi rapidamente tomado pelos sintomas repugnantes e dolorosos. Embora Satanás fosse obrigado a poupar a vida de sua vítima, o sofredor provavelmente pensava que sua morte era iminente. Em cinza (v. 8b). A doença incurável foi tal que reduziu este antigo príncipe dos patriarcas orientais, respeitado acima de qualquer outro, a um pária da sociedade humana. Antes considerado o sal da terra, foi agora expulso dela como se fosse refugo. Sua habitação foi o isolamento completo daquilo que provavelmente era o monturo da cidade. 

✝ Jó 2:8

"E Jó tomou um caco para se raspar com ele, e ficou sentado no meio da cinza."

✝ Jó 2:9

"Então sua mulher lhe disse: Ainda manténs a tua integridade? Amaldiçoa a Deus, e morre."

9,10. A narrativa nos faz pensar na tentação do Éden (Gn. 3). A esposa de Jó desempenhava um papel notavelmente semelhante ao de Eva. Ambas sucumbiram ao tentador e se tomaram seu instrumento para ruína do marido. Satanás poupou a esposa de Jó – como poupara os quatro mensageiros – para usá-la mais tarde em sua guerra contra a alma de Jó. Amaldiçoa a Deus, e morre (v.9b). A blasfema apostasia na qual insistia que o sofredor incorresse era precisamente o que Satanás profetizara de Jó. Seu maligno conselho conduziu esta fase do tormento de Jó para o mais alto grau de intensidade e provocou sua segunda reação decisiva. Como qualquer doida (v. 10a). A caridosa reserva da resposta de Jó testifica tão convincentemente quanto suas doxologias da genuinidade de sua piedade. Ele não chamou sua esposa de doida, mas acusou-a de estar falando, no seu frenético desespero, como alguém em cuja companhia ela não costumava andar. A loucura do seu comportamento realça mais a sabedoria da piedosa paciência de Jó. Na Bíblia, "sabedoria" é uma virtude religiosa, e a "loucura" à qual Jó se refere não é ausência de acuidade intelectual mas grosseira anarquia e impiedade (cons. Sal. 14:1). Não receberíamos também o mal? (10b). O verbo significa receber com mansidão, com paciência. É usado em um antigo provérbio cananita: "Se as formigas são magoadas, elas não se submetem (passivamente) mas mordem a mão do homem que as feriu" (Cartas de Amarna, 252:18). Em tudo isso não pecou Jó com os seus lábios (v. 10c). Ele não amaldiçoou a Deus, como Satanás profetizara confiantemente. Certamente não há aqui nenhuma sugestão velada de que Jó tenha amaldiçoado a Deus em seu coração. A sabedoria de Jó comprovou-se perfeita; ele servia a Deus verdadeiramente, sem pretensão à alguma coisa, pelo próprio Deus. 

Satanás seduziu Adão quando ainda Adão se encontrava na integridade de sua justiça após a criação. Por causa disso Satanás achava que poderia passar uma rasteira nos depravados filhos de Adão segundo a sua vontade e que poderia espezinhá-los. Mas aqui se encontra a grande maravilha da graça redentora: o pecador Jó permanece triunfante, onde o justo Adão caiu tragicamente! Assim, para confusão de Satanás e conforto dos santos, o Senhor deu prova inequívoca de que uma justiça mais duradoura do que a de Adão estava sendo providenciada através do segundo Adão. Este triunfo da paciência de Jó sobre a malícia do Adversário forneceu um selo, especialmente para os séculos que precederam a Encarnação, da promessa de Deus de que Ele concederia aos fiéis o dom da salvação eterna através do Cristo que viria.

✝ Jó 2:10

"Porém ele lhe disse: Tu falas como uma tola. Receberíamos o bem de Deus, e o mal não receberíamos? Em tudo isto Jó não pecou com seus lábios."

Os Amigos de Jó

✝ Jó 2:11

"Quando três amigos de Jó, Elifaz temanita, Bildade suíta, e Zofar naamita, ouviram todo este mal que lhe tinha vindo sobre ele, vieram cada um de seu lugar; porque haviam combinado de juntamente virem para se condoerem dele, e o consolarem."

II. Lamentação. O Caminho da Sabedoria Perdido. 2:11 - 3:26 A. A Vinda dos Homens Sábios. 2:11-13.

A prova da sabedoria de Jó não terminara ainda. Uma nova fase desta sabedoria começa agora com a agravação do estado de Jó mediante tormento espiritual. Embora Satanás não apareça novamente, ele continua presente sutilmente usando os bem-intencionados confortadores de Jó como cúmplices involuntários, com sucesso mais aparente do que seus esforços até este ponto.

✝ Jó 2:12

"Eles, quando levantaram seus olhos de longe, não o reconheceram; e choraram em alta voz; e cada um deles rasgou sua capa, e espalharam pó ao ar sobre suas cabeças."

12,13. Embora os amigos estivessem cônscios das calamidades de ló, não estavam preparados para o que encontraram. Seu silêncio atordoado de uma semana de duração foi como o luto por um morto (cons. Gn. 50:10; I Sm. 31:13). Sinceros em sua simpatia, sua presença muda, evidentemente pouco conforto fornecia. A julgar de sua subseqüente interpretação da miséria de Jó, sua missão de consolo teria falhado antes, se tivessem falado. Contudo, parece lamentável que o prolongado silêncio precisasse ser quebrado pelo grito do atormentado sofredor e não por uma palavra de consolo de um amigo. 

✝ Jó 2:13

"Assim se sentaram com ele na terra durante sete dias e sete noites, e nenhum lhe falava palavra alguma, pois viam que a dor era muito grande."

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