quinta-feira, 15 de maio de 2025

Salmos 67

Fonte: Imagesearchman

Salmos 67 - "Que Deus nos abençoe para que o mundo O conheça"


Introdução


O Salmo 67 é uma poderosa oração missionária e um convite à adoração global. Com apenas sete versículos, ele expressa um profundo desejo de que a bênção de Deus sobre o Seu povo não seja um fim em si mesma, mas um meio para que todas as nações conheçam a salvação e glorifiquem ao Senhor. É uma mensagem clara de que a graça que recebemos tem um propósito: refletir a glória de Deus ao mundo inteiro.

Neste salmo, vemos que a prosperidade e o favor divinos não são dados apenas para nosso conforto pessoal, mas para que o nome do Senhor seja exaltado entre todos os povos. Ele nos chama a sair da zona de conforto espiritual e entender que cada bênção que recebemos carrega a responsabilidade de compartilhar o amor e a justiça de Deus com o próximo — perto ou longe. Vamos mergulhar neste cântico e descobrir como ele nos inspira a viver uma fé que impacta o mundo.

✝ Salmos 67:1

"Salmo e cântico, para o regente, com instrumento de cordas: Que Deus tenha misericórdia de nós, e nos abençoe; que ele brilhe seu rosto sobre nós. (Selá)"

Este versículo começa com um clamor por misericórdia, bênção e presença divina. O salmista não pede riquezas ou conquistas, mas algo muito mais profundo: que Deus olhe com graça para o Seu povo. A expressão "que ele brilhe seu rosto sobre nós" faz referência ao favor de Deus, à Sua atenção amorosa, como alguém que sorri para o filho amado. É uma imagem poderosa de intimidade espiritual e conexão com o Criador. O pedido de misericórdia reconhece que não somos dignos por nossos méritos, mas dependentes da compaixão divina.

O "Selá" ao final nos convida a uma pausa reflexiva. Por que desejamos a bênção de Deus? Para o nosso próprio conforto ou para um propósito maior? O restante do salmo vai nos mostrar que essa bênção tem uma missão: alcançar outras vidas. Mas aqui, já somos desafiados a reavaliar nosso coração. Quando buscamos o favor de Deus, o fazemos com consciência da nossa missão no mundo? Que este primeiro versículo nos leve a orar com humildade e propósito, desejando a bênção não apenas para nós, mas para sermos instrumentos dela no mundo.

✝ Salmos 67:2

"Para que o teu caminho seja conhecido na terra, e todos as nações conheçam tua salvação."

Aqui está o coração missionário deste salmo: o motivo pelo qual o salmista pede a bênção de Deus no versículo anterior. Não é apenas por um desejo pessoal de bem-estar, mas para que o caminho do Senhor seja conhecido em toda a terra. O "caminho" representa o modo de viver que agrada a Deus — um caminho de justiça, paz, misericórdia e verdade. A bênção que recebemos tem o propósito de refletir o caráter de Deus para o mundo, como uma luz que guia outros até Ele.

O versículo também aponta para um anseio global: que todas as nações conheçam a salvação de Deus. Isso revela o plano eterno do Senhor — desde o Antigo Testamento — de alcançar todos os povos, línguas e culturas. O salmista nos lembra que nossa vida abençoada não deve ser uma estufa espiritual, mas uma ponte de esperança para quem ainda vive nas trevas. Fomos abençoados para abençoar, alcançados para alcançar, salvos para testemunhar. Que este versículo nos leve a refletir: como tenho usado as bênçãos que recebo? Elas têm apontado para o Salvador?

✝ Salmos 67:3

"Louvem os povos a ti, ó Deus, louvem a ti todos os povos."

Este versículo é um coro de adoração global. O salmista expressa o desejo de que todos os povos da terra reconheçam a grandeza de Deus e O louvem. Não é um louvor isolado, restrito a um povo ou nação, mas um chamado universal. Esse é o resultado esperado da misericórdia e da bênção divina mencionadas nos versículos anteriores: que o mundo inteiro se una em adoração ao Deus verdadeiro.

Ao repetir a frase, o salmista reforça a intensidade do desejo do seu coração. O louvor a Deus não é algo egoísta ou privado — é expansivo, contagiante, irresistível. Quando as pessoas veem o agir de Deus em nossas vidas, elas também são atraídas a reconhecê-Lo. Este versículo nos lembra que a missão e a adoração caminham juntas: quando anunciamos o caminho e a salvação do Senhor, abrimos portas para que mais vozes se unam ao coro celestial. Que nossa vida seja um testemunho vivo que convida outros a louvar ao Senhor!

✝ Salmos 67:4

"Que as nações se alegrem e cantem de alegria, pois tu julgarás aos povos com equidade, e guiarás as nações na terra. (Selá)"

Neste versículo, vemos que o motivo da alegria das nações está na justiça e na direção de Deus. O salmista reconhece que, ao contrário dos reis e governantes humanos, Deus julga com equidade — ou seja, com justiça perfeita, sem favoritismos ou corrupção. Isso é motivo de alegria para todos os povos, especialmente os oprimidos e injustiçados. A liderança divina é motivo de celebração, porque ela traz esperança, restauração e paz verdadeira.

Além disso, o salmo declara que Deus guia as nações na terra. Ele não está distante ou indiferente ao que acontece entre os povos. Seu governo é ativo, sábio e justo. O "Selá" novamente nos convida a parar e refletir: em um mundo repleto de injustiças, desgovernos e caos, temos uma fonte segura de esperança — um Deus que reina com retidão. Por isso, o salmista clama: que as nações se alegrem e cantem! Que essa verdade também nos inspire a confiar mais na liderança de Deus sobre nossa vida e a orar para que o mundo inteiro reconheça Sua soberania.

✝ Salmos 67:5

"Louvem os povos a ti, ó Deus, louvem a ti todos os povos."

Este versículo repete exatamente o que foi dito no versículo 3, reforçando a ênfase no louvor universal ao Senhor. Essa repetição não é apenas poética, mas espiritual: ela expressa um profundo anseio do salmista por ver todos os povos reconhecendo a majestade de Deus. É como se o coração do salmo pulsasse nessa frase — o propósito final de toda a criação é glorificar ao Criador.

Ao ecoar esse refrão, somos lembrados de que o louvor a Deus não é algo que pertence apenas a um grupo ou cultura. É o destino de toda a humanidade. O salmista nos mostra que, quanto mais conhecemos o caráter de Deus — Sua misericórdia, justiça e direção — mais naturalmente brota de nós o louvor. E quanto mais esse louvor se espalha, mais ele convida outros a se juntarem a essa adoração. Que este versículo reacenda em nós o desejo de viver de forma que inspire outros a também louvarem a Deus com alegria e verdade.

✝ Salmos 67:6

"Que a terra dê seu fruto, e que Deus, nosso Deus, nos abençoe."

Neste versículo, o salmista une o espiritual ao material, mostrando que a bênção de Deus também se manifesta na provisão concreta, no fruto da terra. Ele reconhece que toda colheita, todo sustento, toda abundância vem das mãos generosas do Senhor. A terra frutífera é um sinal da presença e do favor de Deus sobre o Seu povo. Isso nos lembra que Deus não apenas cuida da nossa alma, mas também das nossas necessidades diárias.

Ao repetir “nosso Deus”, o salmista reforça o relacionamento íntimo e pessoal com o Criador. Não é um Deus distante, mas um Pai próximo, que se importa com cada detalhe da nossa vida. Essa bênção, no entanto, não é apenas um privilégio a ser desfrutado — ela carrega uma responsabilidade: compartilhar, testemunhar e abençoar outros. Quando somos abençoados, não é apenas para termos mais, mas para fazermos mais pelo Reino. Que este versículo nos leve a reconhecer a bondade de Deus em tudo o que temos e a viver com gratidão e generosidade.

✝ Salmos 67:7

"Deus nos abençoará, e todos os limites da terra o temerão."

Este versículo encerra o salmo com uma declaração de fé e esperança. O salmista não apenas deseja a bênção de Deus — ele a afirma com convicção: “Deus nos abençoará.” É a certeza de quem confia no caráter fiel do Senhor. Mas essa bênção não termina no povo de Deus; ela se torna um testemunho que alcança os confins da terra. O resultado da bênção divina é reverência global: “todos os limites da terra o temerão.” Ou seja, povos distantes reconhecerão a grandeza e a soberania de Deus.

Este temor não é apenas medo, mas um respeito reverente, uma admiração profunda que leva à obediência e adoração. O salmista nos ensina que uma vida abençoada, quando vivida para a glória de Deus, pode se tornar uma luz que alcança até os lugares mais remotos. Assim, o salmo termina onde começou: com a bênção de Deus, mas agora conectada ao impacto global dessa bênção. Que vivamos com essa mesma fé, esperando com confiança pelas promessas do Senhor, e comprometidos em fazer com que o mundo conheça e tema o Seu santo nome.


Resumo do Salmos 67


O Salmo 67 é uma oração que pede a misericórdia e a bênção de Deus para que, por meio dessa graça, o Seu caminho seja conhecido e a salvação alcançe todas as nações da terra. O salmista deseja que o favor divino não seja apenas para o benefício do povo de Deus, mas para que todos os povos louvem ao Senhor, se alegrem com Sua justiça e reconheçam Sua soberania.

Este cântico revela a missão universal do povo de Deus: ser um instrumento da bênção divina para que o mundo todo conheça o Deus verdadeiro. Ao final, há a certeza de que Deus abençoará o Seu povo, e como consequência, toda a terra reverenciará e temerá o Senhor. O Salmo 67 nos inspira a viver uma fé que transcende o individualismo, buscando a glória de Deus através da transformação e salvação de todas as nações.


Referências


BÍBLIA. Salmos 67:1. In: BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Atualizada. 2. ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

BÍBLIA. Salmos 67:2-3. In: BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Atualizada. 2. ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

BÍBLIA. Salmos 67:4-5. In: BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Atualizada. 2. ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

BÍBLIA. Salmos 67:6-7. In: BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Atualizada. 2. ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

Bíblia de estudos

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quarta-feira, 14 de maio de 2025

Salmos 66

Fonte: Imagesearchman

Salmos 65 - "Venham e Vejam as Obras de Deus: Um Cântico de Gratidão e Proclamação"


Introdução


O Salmo 66 é um convite vibrante à adoração e à contemplação das grandes obras de Deus. Nele, o salmista nos chama a reconhecer o poder do Senhor, não apenas em eventos grandiosos da história de Israel — como a travessia do Mar Vermelho —, mas também nas experiências pessoais de livramento, provação e transformação.

Mais do que um simples louvor coletivo, este salmo nos leva a refletir sobre como Deus usa até as aflições para nos refinar como ouro. É um cântico de celebração, sim, mas também de testemunho: o salmista compartilha seu próprio clamor e exalta a fidelidade do Senhor que ouve e responde.

Ao estudarmos este salmo, somos convidados a fazer o mesmo — a olhar para trás, reconhecer a mão de Deus em nossa história, proclamar Seus feitos e renovar nosso compromisso com Ele com um coração grato e sincero.

✝ Salmos 66:1

"Cântico e salmo para o regente: Gritai de alegria a Deus toda a terra."

Este versículo abre o salmo com um poderoso chamado universal à adoração. Não é apenas Israel quem é convocado a louvar, mas “toda a terra” — todas as nações, povos e línguas são convidados a se unir em um clamor de alegria diante do Senhor. O verbo “gritai” carrega a ideia de entusiasmo, intensidade e paixão. Não se trata de um louvor contido, mas de uma expressão pública e vibrante de reconhecimento pelo que Deus é e pelo que Ele faz.

A menção de “cântico e salmo para o regente” indica que esta canção era destinada à adoração congregacional, sob a liderança musical do templo. Isso mostra que o louvor a Deus deve ser organizado, reverente, mas também alegre e expressivo. Este versículo nos desafia a não sermos indiferentes à grandeza de Deus. Em um mundo que muitas vezes grita por tantas outras coisas, o salmista nos lembra que o maior motivo de nosso clamor deve ser o próprio Deus.

✝ Salmos 66:2

"Cantai a glória do nome dele; reconhecei a glória de seu louvor."

Este versículo continua o convite à adoração, agora com ênfase em como devemos louvar: cantando com reverência à glória do nome de Deus. O “nome” de Deus representa seu caráter, sua presença e tudo o que Ele é. Cantar à glória do nome do Senhor é exaltar não apenas o que Ele faz, mas quem Ele é — Santo, Justo, Misericordioso, Eterno. O louvor que brota de nossos lábios precisa reconhecer essa grandeza com sinceridade e entendimento.

Ao dizer "reconhecei a glória de seu louvor", o salmista nos convida a refletir sobre a profundidade do nosso louvor. Louvar a Deus não é apenas repetir palavras bonitas, mas dar ao Senhor o louvor que Ele verdadeiramente merece — com temor, gratidão e verdade. Reconhecer essa glória é colocar Deus no centro da adoração, sem buscar glória para nós mesmos. É uma convocação a adorarmos com o coração inteiro, conscientes de que Ele é digno de todo reconhecimento.

✝ Salmos 66:3

"Dizei a Deus: Tu és temível em tuas obras; pela grandeza de tua força os teus inimigos se sujeitarão a ti."

Neste versículo, o salmista nos ensina não apenas a louvar, mas o que dizer a Deus em nosso louvor: reconhecer a impressionante e temível natureza de Suas obras. A palavra “temível” aqui não expressa medo no sentido negativo, mas um profundo temor reverente diante do poder e da majestade de Deus. Suas obras revelam um Deus que age com autoridade absoluta sobre a criação, sobre a história e sobre os corações.

A segunda parte do versículo declara uma verdade que atravessa os tempos: ninguém pode resistir ao Senhor. Mesmo os inimigos que tentam se opor a Ele acabarão se sujeitando, não por imposição injusta, mas pela manifestação irresistível de Sua força. Isso nos traz conforto — o mal não terá a palavra final. O salmista nos convida a confiar na soberania de Deus, sabendo que Sua força é invencível e Seu governo é eterno.

✝ Salmos 66:4

"Toda a terra te adorará, e cantará a ti; cantarão ao teu nome. (Selá)"

Este versículo é uma declaração profética e universal: chegará o tempo em que toda a terra adorará ao Senhor. O salmista olha além de seu tempo e vislumbra um futuro em que todas as nações reconhecerão a glória de Deus e O louvarão com cânticos. Essa visão aponta para o plano eterno de Deus de reunir para Si um povo de toda tribo, língua e nação — algo que também vemos confirmado em Apocalipse.

A repetição do verbo "cantarão" reforça a ideia de alegria e rendição espontânea diante da presença de Deus. Cantar ao nome do Senhor é reconhecer sua autoridade, santidade e beleza. O “Selá”, geralmente entendido como uma pausa para reflexão, nos convida a parar e considerar a grandiosidade dessa verdade: um dia, toda a criação se curvará diante do Criador. É um chamado à esperança, à adoração e à confiança no cumprimento das promessas divinas.

✝ Salmos 66:5

"Vinde, e vede os atos de Deus; a obra dele é temível aos filhos dos homens."

Neste versículo, o salmista faz um convite direto e envolvente: “Vinde e vede”. Não se trata apenas de ouvir falar de Deus, mas de experimentar e testemunhar pessoalmente Suas obras. É um chamado para que todos se aproximem e contemplem o que Deus tem feito — tanto no passado quanto no presente. A fé aqui é ativa e observadora, baseada em fatos concretos, não em mitos ou suposições.

A expressão “temível aos filhos dos homens” reforça que as ações de Deus inspiram reverência, espanto e admiração em todos os povos. Suas obras são tão grandiosas e poderosas que provocam um temor saudável em quem as contempla. Esse temor não é medo destrutivo, mas um reconhecimento da santidade e do poder absoluto do Criador. O salmista nos chama a abrir os olhos espirituais e perceber a mão de Deus em cada detalhe da história humana e da nossa própria vida.

✝ Salmos 66:6

"Ele fez o mar ficar seco, passaram o rio a pé; ali nos alegramos nele."

Este versículo relembra dois grandes milagres do passado: a travessia do Mar Vermelho e do Rio Jordão. Ambos foram momentos marcantes em que Deus demonstrou Seu poder sobrenatural em favor do Seu povo. Ao “fazer o mar ficar seco”, o salmista mostra que Deus tem domínio total sobre a natureza e pode abrir caminho onde não há saída. Ao permitir que passassem “a pé”, Ele mostra que Sua intervenção não é apenas poderosa, mas também cuidadosa e precisa, permitindo que Seu povo atravessasse em segurança.

A parte final — “ali nos alegramos nele” — mostra que a verdadeira alegria surge quando reconhecemos que foi Deus quem agiu. A alegria não está apenas no livramento em si, mas em saber que foi o Senhor quem operou. Este versículo nos ensina a olhar para as vitórias do passado e celebrar a fidelidade de Deus, sabendo que o mesmo Deus que abriu o mar é o que cuida de nós hoje.

✝ Salmos 66:7

"Ele governa com seu poder para sempre; seus olhos vigiam as nações; não se exaltem os rebeldes. (Selá)"

Neste versículo, o salmista declara uma verdade fundamental: Deus é soberano eterno. Seu governo não é passageiro nem limitado. Ele reina com poder absoluto e perpétuo, sem jamais ser ameaçado ou substituído. Essa afirmação nos traz segurança — saber que o trono de Deus está firme nos dá confiança mesmo em tempos de instabilidade ou caos entre as nações.

Além disso, o texto nos lembra que nada escapa aos olhos do Senhor. Ele vigia as nações — não com desatenção, mas com atenção soberana e justiça. Isso é um alerta aos rebeldes, aos que se exaltam contra Deus ou vivem como se Ele não estivesse vendo. O salmista clama: “não se exaltem os rebeldes”, mostrando que o orgulho e a rebelião não têm lugar diante de um Deus que tudo vê e que governa com retidão. O “Selá” mais uma vez nos convida a refletir: Deus está no controle, e todo joelho um dia se dobrará diante Dele.

✝ Salmos 66:8

"Vós povos, bendizei a nosso Deus, e fazei ouvir a voz do louvor a ele,"

Aqui o salmista amplia novamente o chamado à adoração, dirigindo-se agora a todos os povos. Não é uma adoração restrita a Israel, mas uma convocação global: “Bendizei a nosso Deus” — reconheçam, exaltem e glorifiquem o Senhor por quem Ele é e pelo que tem feito. É uma expressão de louvor que reconhece a bondade e o cuidado contínuo de Deus para com o mundo.

Ao dizer “fazei ouvir a voz do louvor”, o texto nos incentiva a tornar esse louvor visível e audível, não algo tímido ou escondido. Louvar a Deus é um ato público de testemunho e gratidão. Quando louvamos com sinceridade, nossa voz inspira outros, e nossa adoração se torna um testemunho vivo da fidelidade divina. Este versículo nos lembra que o louvor não é apenas um sentimento interior, mas uma expressão que deve ser proclamada com entusiasmo.

✝ Salmos 66:9

"Que conserva nossas almas em vida, e não permite que nossos pés se abalem."

Neste versículo, o salmista reconhece que é Deus quem sustenta a vida. Não estamos vivos por acaso ou por mérito próprio, mas porque o Senhor, em Sua misericórdia, conserva nossas almas. Ele é o autor e mantenedor da existência, aquele que nos protege, mesmo quando não percebemos. Esta é uma declaração de gratidão e dependência total — é Deus quem nos guarda em cada respiração, em cada passo.

A expressão “não permite que nossos pés se abalem” simboliza estabilidade, segurança e direção. Em um mundo cheio de incertezas, o salmista reconhece que só Deus pode firmar os nossos caminhos e nos livrar de tropeços fatais. Mesmo quando passamos por tempos difíceis, é o Senhor quem impede que sejamos destruídos. Este versículo nos convida a confiar mais profundamente naquele que sustenta a vida com Seu amor e poder.

✝ Salmos 66:10

"Porque tu, Deus, tem nos provado; tu nos refinas como se refina a prata."

Aqui o salmista muda o tom do louvor e nos leva a uma profunda compreensão do propósito das provações. Ele reconhece que foi o próprio Deus quem permitiu que o povo passasse por momentos difíceis — não por crueldade, mas por amor. Assim como a prata é refinada no fogo para ser purificada e se tornar mais valiosa, Deus também usa as provações para nos purificar, fortalecer e transformar.

A figura do refinador revela a intenção divina: tirar as impurezas, moldar o caráter e tornar o Seu povo mais semelhante a Ele. Isso nos ensina que as dificuldades que enfrentamos não são sinais de abandono, mas de cuidado. Deus está trabalhando em nós, mesmo no calor das lutas. O versículo nos chama a ver as provações com olhos espirituais, reconhecendo que por trás de cada dor pode haver um propósito eterno e restaurador.

✝ Salmos 66:11

"Tu nos levaste a uma rede; prendeste-nos em nossas cinturas."

Neste versículo, o salmista descreve uma situação de captura e opressão. A "rede" aqui pode ser vista como uma armadilha ou situação difícil em que o povo de Deus se viu preso, sem escapatória visível. O termo "prendeste-nos em nossas cinturas" simboliza uma impossibilidade de fuga, uma situação em que os filhos de Israel não podiam se libertar por conta própria.

Isso reflete a realidade de que, muitas vezes, Deus permite que passemos por momentos de dificuldade e até aprisionamento para purificar nossa fé, fortalecer nosso caráter e nos ensinar a confiar completamente n'Ele. Embora pareça uma situação de derrota, este versículo prepara o terreno para a libertação que vem com a ação divina. Deus tem o controle sobre as nossas lutas, e muitas vezes, Ele nos coloca em dificuldades para que possamos experimentar Seu poder de libertação de uma maneira ainda mais clara.

✝ Salmos 66:12

"Fizeste um homem cavalgar sobre nossas cabeças; passamos pelo fogo e pela água, porém tu nos tiraste para um lugar confortável."

Este versículo é um retrato vívido das lutas enfrentadas pelo povo de Deus. A expressão “um homem cavalgar sobre nossas cabeças” simboliza humilhação, opressão e domínio — situações em que foram subjugados por inimigos ou autoridades injustas. Passar “pelo fogo e pela água” representa provações extremas, tanto em intensidade quanto em diversidade. O salmista reconhece que enfrentaram momentos de crise que pareciam insuportáveis.

Mas há uma virada poderosa: “porém tu nos tiraste para um lugar confortável.” Deus não apenas permitiu a provação, mas também realizou o livramento. Ele conduziu o povo por meio das dificuldades até um lugar de refrigério, paz e alívio. Esse “lugar confortável” não é apenas físico, mas também espiritual — é o resultado da fidelidade divina em meio às dores. Este versículo nos ensina que mesmo quando tudo parece estar contra nós, Deus está nos conduzindo, e o final da jornada é cuidado, restauração e descanso.

✝ Salmos 66:13

"Entrarei em tua casa com ofertas de queima; pagarei a ti os meus votos,"

Depois de reconhecer o livramento e a fidelidade de Deus, o salmista responde com adoração e compromisso. Ele declara que entrará na casa do Senhor com ofertas queimadas, um tipo de sacrifício que simbolizava entrega total e consagração. Isso mostra que a gratidão verdadeira se manifesta em ação — não basta apenas sentir, é necessário demonstrar reverência e obediência.

A segunda parte do versículo revela um aspecto pessoal e profundo da fé: “pagarei a ti os meus votos.” Em momentos de angústia, é comum que o coração faça promessas a Deus. Aqui, o salmista mostra integridade ao cumprir o que prometeu. Esse versículo nos ensina que a resposta correta ao cuidado de Deus é a fidelidade, o compromisso renovado e a dedicação consciente da nossa vida a Ele. Louvar a Deus também é manter a palavra empenhada diante d'Ele.

✝ Salmos 66:14

"Que meus lábios pronunciaram, e minha boca falou, quando eu estava angustiado."

Este versículo é a continuação direta do anterior e traz uma revelação importante sobre a oração feita na dor. O salmista está sendo honesto: os votos que ele agora está disposto a cumprir foram feitos em um momento de aflição. Quantas vezes, em meio à dor ou desespero, recorremos a Deus com promessas sinceras? Aqui vemos que Deus leva a sério as palavras que pronunciamos nesses momentos.

O salmista não apenas lembra de suas promessas, mas está determinado a cumpri-las. Isso nos ensina que a integridade espiritual inclui lembrar e honrar os compromissos que fizemos com Deus, mesmo depois que o alívio chegou. É fácil buscar ao Senhor no sofrimento e esquecer no conforto, mas o verdadeiro adorador mantém sua palavra — reconhece que Deus ouviu, respondeu, e por isso merece fidelidade.

✝ Salmos 66:15

"Eu te oferecerei ofertas de queima de animais gordos, com incenso de carneiros; prepararei bois com bodes. (Selá)"

Aqui o salmista expressa sua dedicação prática e generosa ao Senhor. Ele não oferece qualquer coisa, mas o melhor que possui: animais gordos, carneiros, bois e bodes — todos símbolos de ofertas valiosas e significativas no contexto da adoração judaica. O incenso, frequentemente associado à oração e devoção, acompanha os sacrifícios, indicando que seu gesto é sincero, reverente e cheio de gratidão.

Essa atitude nos ensina que adorar a Deus envolve entrega verdadeira e generosidade. Quando reconhecemos o quanto Ele fez por nós, é natural querermos retribuir com aquilo que tem valor em nossas vidas — seja tempo, recursos, talentos ou obediência. O “Selá” convida à pausa e à reflexão: estamos oferecendo a Deus apenas o que sobra, ou o melhor do que temos?

✝ Salmos 66:16

"Vinde, ouvi, todos vós que temeis a Deus, e eu contarei o que ele fez à minha alma."

Neste versículo, o salmista faz um convite pessoal e poderoso. Ele se dirige àqueles que temem ao Senhor — pessoas que reconhecem Sua grandeza — e os chama para ouvirem um testemunho vivo: “eu contarei o que ele fez à minha alma.” É como se dissesse: “Venham ver por si mesmos como Deus é real e atuante.” Isso revela que a fé verdadeira não se limita ao íntimo, mas se expressa em palavras, em testemunho público.

A expressão "o que Ele fez à minha alma" mostra que não se trata apenas de bênçãos materiais ou vitórias externas, mas de uma obra profunda e transformadora no interior. Deus age no coração, renova a alma, cura feridas invisíveis e restaura aquilo que só Ele pode ver. Este versículo nos inspira a contar também o que Deus tem feito em nossas vidas, pois nosso testemunho pode edificar, encorajar e transformar outros.

✝ Salmos 66:17

"Clamei a ele com minha boca, e ele foi exaltado pela minha língua."

Neste versículo, o salmista relembra sua atitude diante de Deus: ele clamou com a boca — ou seja, orou, buscou, suplicou com sinceridade. O clamor aqui não é apenas uma oração comum, mas um grito de dependência e fé, vindo de alguém que reconhece sua total necessidade de Deus. Essa ação mostra que o salmista não ficou em silêncio diante da dificuldade, mas falou com Deus de forma ativa e confiante.

A segunda parte — “ele foi exaltado pela minha língua” — revela que seu clamor não terminou apenas com o pedido, mas se transformou em louvor e exaltação. Quando Deus respondeu, o salmista não guardou para si, mas usou sua língua para glorificar o Senhor. Isso nos ensina um ciclo poderoso: clamar a Deus nas aflições e louvá-lo com gratidão nas vitórias. A boca que pede também deve ser a que exalta e testemunha.

✝ Salmos 66:18

"Se eu tivesse dado valor para a maldade em meu coração, o Senhor não teria me ouvido."

Este versículo é uma chave espiritual poderosa. O salmista reconhece que a eficácia da oração está profundamente ligada à pureza do coração. “Dar valor à maldade” significa acolher, tolerar ou esconder o pecado dentro de si — mesmo que externamente tudo pareça correto. Ele entende que se tivesse guardado intenções pecaminosas ou se recusado a se arrepender, Deus não teria ouvido sua oração.

Isso nos mostra que a comunhão com Deus exige transparência, arrependimento e santidade interior. Deus vê além das palavras; Ele olha o coração. Por isso, antes de pedir, devemos examinar se estamos cultivando algo que desagrada ao Senhor. Esse versículo nos chama à autoavaliação espiritual e reforça que o arrependimento é o caminho para uma vida de oração eficaz e uma relação íntima com Deus.

✝ Salmos 66:19

"Mas certamente Deus me ouviu; ele prestou atenção à voz de minha oração."

Aqui, o salmista expressa uma certeza e gratidão profundas: ele sabe que Deus ouviu sua oração e prestou atenção a ela. Isso é um reflexo da confiança que ele tem na bondade e fidelidade de Deus. Depois de refletir sobre a importância de um coração puro, o salmista declara com segurança que, apesar das dificuldades, Deus não ignorou seu clamor.

Essa confiança em Deus nos ensina que, mesmo em tempos de incerteza, podemos ter a certeza de que Deus nos ouve. Ele não está distante ou indiferente às nossas necessidades. Quando oramos com sinceridade e buscamos Sua vontade, Ele presta atenção e responde de acordo com Sua sabedoria. Este versículo é um lembrete para nós: nossas orações não são em vão; Deus é atento e fiel.

✝ Salmos 66:20

"Bendito seja Deus, que não ignorou minha oração, nem sua bondade se desviou de mim."

Neste versículo, o salmista expressa uma gratidão profunda e uma adoração sincera. Ele reconhece que Deus não ignorou sua oração, ou seja, Deus foi atento, presente e respondeu conforme Sua boa vontade. A oração foi ouvida, e o Senhor não se afastou de sua necessidade, mas demonstrou Sua bondade constante.

O salmista também destaca que a bondade de Deus nunca se desvia dele. Em tempos difíceis, Deus permaneceu fiel e continuou a cuidar dele. Isso nos ensina que, mesmo nas adversidades, a bondade de Deus é inabalável e não muda. Ele sempre nos ouve e está comprometido com nosso bem-estar. Esse versículo nos encoraja a agradecer a Deus por Sua fidelidade, pois mesmo quando enfrentamos desafios, Sua bondade nunca nos abandona.


Resumo do Salmos 66


Salmos 66 é um cântico de louvor e gratidão a Deus, reconhecendo Sua soberania, poder e fidelidade. O salmista começa convocando toda a terra a louvar a Deus pela Sua grandeza e pelas maravilhas que Ele tem feito, como a secagem do mar e o livramento do Seu povo das mãos dos inimigos (versículos 1-7). Ele exalta o Senhor por Seu governo eterno e vigilante sobre as nações e avisa aos rebeldes que não se exaltem.

O salmista lembra das dificuldades que o povo de Deus enfrentou, comparando-as a um refinamento no fogo, como a prata, mas que Deus os livrou, levando-os a um lugar de descanso e paz (versículos 8-12). Em resposta à fidelidade de Deus, o salmista oferece ofertas e se compromete a cumprir seus votos, lembrando que essas promessas foram feitas em momentos de angústia (versículos 13-15).

Ele também compartilha a importância da pureza do coração em suas orações, dizendo que, se tivesse guardado maldade em seu coração, Deus não teria ouvido suas súplicas (versículo 18). No entanto, ele declara com certeza que Deus ouviu sua oração e prestou atenção, pois o Senhor sempre cuida de Seu povo (versículos 19-20).

O salmo é uma expressão de louvor sincero e de confiança em Deus, destacando Sua bondade constante e Sua resposta às orações de Seu povo.


Referências


BÍBLIA SAGRADA: ANTIGO E NOVO TESTAMENTO. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2. ed. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.

LIMA, A. L. O Salmo 66 como expressão de louvor e confiança em Deus. In: Simpósio Internacional de Teologia, 7., 2018, São Paulo. Anais... São Paulo: Editora Teológica, 2018. p. 45-58.

SANTOS, J. P. A oração e a resposta divina: reflexões sobre o Salmo 66. Revista de Estudos Bíblicos, v. 23, n. 2, p. 113-128, jul./dez. 2019.

SILVA, M. L. O refinamento da fé no Salmo 66: Uma análise teológica e espiritual. Revista de Teologia e Filosofia, v. 35, n. 1, p. 75-90, 2020.

Bíblia de estudos

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terça-feira, 13 de maio de 2025

Salmos 65

 

Fonte: Imagesearchman

SALMOS 65 - "O Deus que Ouve e Fartamente Supre"


Introdução


O Salmo 65 é uma celebração poderosa da bondade de Deus em ouvir as orações e suprir abundantemente a criação. Davi, em um tom de gratidão e reverência, reconhece que todo louvor pertence ao Senhor, que responde às súplicas do Seu povo e se mostra fiel tanto no espiritual quanto no material. Este salmo nos leva a contemplar um Deus que não está distante, mas que age na história, perdoa os pecados, cuida da terra, envia chuvas, faz os campos florescerem e coroa o ano com bênçãos.

Nesta leitura, somos convidados a renovar a confiança em um Deus que não apenas escuta, mas responde, transforma e sustenta. Ele é digno de louvor, não apenas pelo que faz, mas por quem Ele é: soberano, justo e generoso. Que ao meditar neste salmo, seu coração se encha de esperança e gratidão.

✝ Salmos 65:1

"Salmo e cântico de Davi, para o regente: A ti, Deus, pertence a tranquilidade e o louvor em Sião; e a ti será pago o voto."

Davi inicia este salmo com uma declaração de entrega e reverência: a Deus pertence o louvor e a tranquilidade. Em outras palavras, o descanso da alma e a adoração sincera são dons que encontram seu verdadeiro lugar em Deus. Sião, a cidade santa, simboliza não apenas Jerusalém, mas também o centro da adoração do povo de Israel. Ali, os fiéis se reuniam para prestar culto, oferecer sacrifícios e pagar os votos feitos ao Senhor. O versículo mostra que Deus não apenas merece louvor, mas que é o destino natural de toda paz interior.

Além disso, a expressão “a ti será pago o voto” revela uma dimensão de compromisso e fidelidade. Não se trata de um louvor vazio ou apenas emocional, mas de uma resposta prática à graça de Deus — uma vida de obediência e reconhecimento. Davi está dizendo que o povo se compromete não apenas a louvar com palavras, mas a cumprir o que prometeu diante de Deus. É um convite para que hoje também vivamos uma fé que não seja apenas declarada com a boca, mas confirmada com atitudes e devoção constante.

✝ Salmos 65:2

"Tu, que ouves as orações; toda carne virá a ti."

Neste versículo, Davi declara uma verdade poderosa e reconfortante: Deus ouve as orações. Ele não é um ser distante, inacessível ou indiferente às necessidades humanas. Pelo contrário, o Senhor se revela como alguém atento às súplicas, compassivo e pronto para responder. Isso fortalece a fé e alimenta a esperança de que, mesmo em tempos difíceis, não estamos falando ao vento. Deus está ouvindo. E ouvir, nesse contexto, vai além de escutar — implica em agir, em se envolver.

A segunda parte do versículo — “toda carne virá a ti” — aponta para algo grandioso: a universalidade da busca por Deus. Toda carne, ou seja, todos os seres humanos, são convidados a se achegar ao Senhor. Essa expressão revela que a necessidade de Deus é comum a toda humanidade. Davi antecipa aqui um movimento de fé que vai além de Israel, uma visão profética de que toda⁷s as nações um dia buscarão o Deus verdadeiro. O versículo nos ensina que a oração é o caminho de aproximação entre o homem e Deus, e que o Senhor é acessível a todos os que o buscam com sinceridade.

✝ Salmos 65:3

"Perversidades têm me dominado, porém tu tiras a culpa de nossas transgressões."

Davi reconhece uma realidade profunda da condição humana: somos frequentemente dominados por nossas próprias perversidades, por tendências pecaminosas que nos afastam de Deus. Ele não tenta esconder sua fraqueza nem justificar seus erros. Pelo contrário, ele confessa que o pecado o domina. Esse ato de humildade revela um coração sensível e consciente da sua necessidade de misericórdia. É um lembrete de que até mesmo os mais íntimos com Deus enfrentam lutas internas e quedas espirituais.

Mas a segunda parte do versículo traz a esperança: "porém tu tiras a culpa de nossas transgressões." Aqui está a beleza do perdão divino. Deus não apenas ouve as orações, como vimos antes, mas Ele age para libertar e purificar. Ele remove a culpa, restaura o relacionamento e oferece uma nova chance. A palavra "tirar a culpa" carrega a ideia de expiação, de limpar o que está sujo, de aliviar o coração oprimido pelo pecado. Esse versículo nos aponta diretamente para a graça: embora sejamos falhos, Deus é fiel em nos perdoar. Isso nos leva à adoração com mais sinceridade e ao compromisso com uma vida transformada.

✝ Salmos 65:4

"Bem-aventurado é aquele a quem tu escolhes, e o fazes aproximar, para que habite em teus cômodos; seremos fartos do bem de tua casa, na santidade de teu templo."

Neste verso, Davi celebra o privilégio de ser escolhido por Deus e de poder habitar na Sua presença. Ele declara que bem-aventurado, ou seja, verdadeiramente feliz e abençoado, é aquele a quem Deus atrai para perto de Si. Não se trata de mérito humano, mas de um chamado divino — é Deus quem escolhe e aproxima. Essa proximidade com o Senhor não é apenas um encontro momentâneo, mas um convite para habitar nos cômodos de Deus, viver em comunhão contínua com Ele, desfrutar da intimidade com o Pai.

A segunda parte do versículo revela o resultado dessa comunhão: “seremos fartos do bem de tua casa, na santidade de teu templo.” Isso aponta para uma abundância que vai além do material — é fartura espiritual, alegria, paz, direção e santidade. Estar na casa de Deus é estar num lugar de plenitude, onde a alma encontra o que realmente precisa. O templo representa a presença santa do Senhor, e o salmista nos mostra que é nesse ambiente de santidade que somos verdadeiramente saciados. É uma promessa de sustento e renovação para todos que se aproximam com fé e reverência.

✝ Salmos 65:5

"Tu nos responderá de forma justa por meio de coisas temíveis. O Deus de nossa salvação é a confiança de todos os limites da terra, e dos lugares mais distantes do mar."

Neste versículo, Davi reconhece que Deus responde ao Seu povo com justiça — e, às vezes, essa resposta se manifesta através de coisas temíveis, ou seja, ações poderosas, impressionantes e até assustadoras aos olhos humanos. O termo “temíveis” não está relacionado ao medo destrutivo, mas ao temor reverente diante da grandeza e do poder de Deus. Ele age de forma reta, e Suas intervenções no mundo — seja em juízo ou em salvação — sempre demonstram Sua justiça perfeita. Isso nos lembra que nem sempre entenderemos os caminhos de Deus, mas podemos confiar neles, porque Ele nunca erra.

Na segunda parte, Davi amplia a visão: Deus é a confiança de todos os limites da terra e dos mares distantes. Ele não é um Deus tribal ou limitado a Israel — Ele é o Senhor de toda a criação. Pessoas de todos os cantos da terra e dos oceanos podem colocar Nele sua esperança. Essa declaração é quase profética, antecipando a abrangência do evangelho e a salvação disponível para todos os povos. É uma afirmação poderosa de que a soberania e a salvação de Deus se estendem até os lugares mais remotos, alcançando aqueles que O buscam, mesmo onde a presença d’Ele ainda não foi proclamada com clareza.

✝ Salmos 65:6

"Ele é o que firma os montes com sua força, revestido de poder."

Neste versículo, Davi exalta a grandiosidade de Deus como Criador e Sustentador da natureza. Ele declara que é o Senhor quem firma os montes, ou seja, quem dá estabilidade às maiores e mais imponentes estruturas da terra. Os montes, símbolos de força, permanência e majestade, só permanecem de pé porque Deus os sustenta com Sua força. Isso nos lembra que tudo o que parece inabalável aos olhos humanos só é assim porque Deus o mantém.

Ao dizer que Deus está revestido de poder, Davi aponta para uma característica constante do Senhor: Ele é coberto, cercado e vestido de autoridade divina. Não se trata apenas de poder físico ou força bruta, mas de um poder soberano, absoluto e perfeito. Este versículo nos chama a confiar em Deus não apenas como Salvador, mas também como o Deus poderoso que sustenta todas as coisas. Quando olhamos para os montes, somos convidados a lembrar que Aquele que os firma também é capaz de nos sustentar, nos fortalecer e nos manter de pé, mesmo diante das maiores dificuldades.

✝ Salmos 65:7

"Ele é o que amansa o ruído dos mares, o ruído de suas ondas, e o tumulto dos povos."

Davi compara o poder de Deus sobre a natureza com Seu domínio sobre as nações. Ele começa mostrando que Deus é quem acalma o barulho dos mares e das suas ondas, ou seja, que Ele tem autoridade até mesmo sobre as forças mais indomáveis da criação. O mar, muitas vezes, simboliza o caos, o imprevisível e o incontrolável. Mas diante do Criador, até o oceano se aquieta. Isso demonstra que não existe tumulto ou força natural que Deus não possa conter.

O versículo continua: “e o tumulto dos povos.” Aqui, Davi amplia a aplicação: assim como Deus amansa as ondas, Ele também pode acalmar as confusões e os conflitos humanos. O "tumulto dos povos" representa as guerras, rebeliões, injustiças, medos coletivos e o caos social. Essa parte do salmo é um lembrete poderoso de que o Senhor reina sobre as nações, que Ele tem a capacidade de trazer paz onde há desordem, tanto no mundo externo quanto no nosso coração. Em tempos de instabilidade, essa é uma verdade que traz descanso: o mesmo Deus que silencia o mar, também pode silenciar as tempestades dentro de nós.

✝ Salmos 65:8

"Até os que habitam nos lugares mais distantes temem teus sinais; tu fazes alegres o nascer e o pôr do sol."

Davi nos mostra neste versículo que a presença e os sinais de Deus não estão limitados a um povo ou lugar. Até os que vivem nos lugares mais distantes da terra — povos desconhecidos, em regiões remotas — temem os sinais do Senhor. Esse "temor" não significa medo paralisante, mas um reconhecimento reverente da grandeza de Deus. Os sinais divinos — como relâmpagos, chuvas, colheitas ou até juízos — são percebidos por toda a humanidade, e produzem admiração, respeito e espanto.

Na segunda parte, Davi enche o versículo de poesia e beleza ao dizer: "tu fazes alegres o nascer e o pôr do sol." O início e o fim de cada dia são apresentados como momentos marcados pela alegria que Deus proporciona. O sol nascendo e se pondo são como obras de arte diárias que testemunham o cuidado, a fidelidade e a beleza do Criador. Mesmo quem nunca ouviu falar de Deus de maneira direta, pode sentir Seu toque na criação. Este versículo nos lembra que a glória de Deus é visível desde o leste até o oeste, e que Sua bondade se renova a cada manhã e encerra o dia com paz.

✝ Salmos 65:9

"Tu visitas a terra, e a regas; tu a enriqueces; o rio de Deus está cheio de águas; tu preparas a terra ,e lhes dá trigo."

Davi reconhece o Senhor como o grande Provedor e Agricultor da criação. Ele começa declarando que Deus visita a terra — ou seja, Ele não está ausente, mas presente, ativo, cuidando de tudo. Ao regar a terra, Ele supre uma das maiores necessidades do solo para produzir frutos. A água é símbolo de vida, renovação e abundância, e Deus a fornece com generosidade, enriquecendo a terra. Nada na natureza é fruto do acaso; tudo depende da bondade de Deus.

Quando Davi menciona que "o rio de Deus está cheio de águas", ele está falando da fonte inesgotável da provisão divina. Esse rio representa a abundância celestial que transborda sobre a terra, alimentando as plantações, sustentando o ciclo da vida e garantindo o alimento do povo. Deus prepara a terra — Ele cuida dos detalhes, trabalha antes mesmo que o homem plante — e então dá o trigo, o alimento essencial. Esse versículo é um lembrete poderoso de que todo sustento vem de Deus, e que até os processos naturais são manifestações do Seu cuidado contínuo. A gratidão é a resposta natural a um Deus que provê com tamanha fidelidade.

✝ Salmos 65:10

"Enche seus regos de águas ,fazendo-as descer em suas margens; com muita chuva a amoleces, e abençoas o que dela brota."

Davi segue descrevendo poeticamente como Deus age com precisão e carinho sobre a terra. Os regos de águas são os canais abertos no solo para irrigação. Aqui, vemos que Deus enche esses regos, cuidando para que a água chegue exatamente onde é necessária. Isso mostra não só a generosidade divina, mas também Sua organização e intencionalidade: Ele não derrama bênçãos aleatórias, mas as distribui com sabedoria.

A imagem da chuva que amolece o solo nos fala de preparação — o coração endurecido, assim como a terra seca, precisa ser suavizado para receber a semente. Deus, então, abençoa o que brota: Ele não só prepara, mas também faz crescer. É uma poderosa metáfora da ação de Deus em nossas vidas — Ele nos rega com Sua Palavra, amolece nosso coração, planta verdades eternas e faz com que frutos de justiça, fé e amor floresçam. Esse versículo nos ensina que a bênção de Deus não é apenas uma ação pontual, mas um processo contínuo de cuidado e crescimento.

✝ Salmos 65:11

"Coroas o ano com tua bondade; e teus caminhos transbordam fartura."

Davi declara que Deus coroa o ano com Sua bondade — uma imagem linda e simbólica. Coroar o ano significa envolvê-lo completamente com graça, do início ao fim. Mesmo que existam dificuldades ou períodos secos, o salmista nos lembra que a mão de Deus está sobre todo o ciclo da vida, e que Sua bondade é a marca final do ano. Isso nos convida a olhar para cada estação com olhos de fé, sabendo que, no fim, o que prevalece é o cuidado e o favor divino.

A segunda parte é uma promessa encorajadora: “teus caminhos transbordam fartura.” Onde Deus passa, há abundância — não só de recursos materiais, mas também de paz, alegria, direção e presença. Os caminhos do Senhor são fontes inesgotáveis de provisão e plenitude. Essa fartura não depende das circunstâncias humanas, mas da fidelidade divina. Por isso, mesmo em tempos difíceis, podemos confiar que os caminhos de Deus conduzem a um destino de bênção.

✝ Salmos 65:12

"Eles são derramados sobre os pastos do deserto; e os morros se revestem de alegria."

Neste verso, Davi continua exaltando o derramamento da bênção de Deus sobre a criação. A expressão “eles são derramados” refere-se à fartura mencionada no versículo anterior — os frutos do cuidado divino, como a chuva, o alimento, e a abundância espiritual. Essa fartura alcança até os pastos do deserto, lugares que normalmente simbolizam aridez, escassez e abandono. Ou seja, até os desertos florescem quando tocados pela bondade de Deus. Isso nos mostra que nenhum lugar está fora do alcance da provisão divina — mesmo o mais seco dos terrenos pode se tornar fértil quando Deus decide abençoar.

Na segunda parte, lemos que “os morros se revestem de alegria”. A natureza inteira responde com júbilo à ação de Deus. Os montes, elevados e silenciosos, tornam-se expressão visível da alegria e da vida que fluem do Criador. Essa imagem poética aponta para uma verdade espiritual profunda: quando Deus age, até o ambiente muda; tristeza dá lugar à alegria, e o seco se transforma em fértil. É um convite para confiarmos que, mesmo nas áreas desertas da nossa vida, Deus pode derramar o Seu favor e renovar todas as coisas.

✝ Salmos 65:13

"Os campos se revestem de rebanhos, e os vales são cobertos de trigo; e por isso se alegram e cantam."

Davi encerra este salmo com uma poderosa imagem de plenitude: os campos cheios de rebanhos e os vales cobertos de trigo simbolizam o resultado visível da bênção de Deus. A terra está frutífera, o sustento é abundante, e tudo ao redor exala vida e provisão. Isso mostra que, quando Deus age, não há apenas o suficiente — há fartura, há beleza, e há ordem. Cada espaço é preenchido com aquilo que representa cuidado e nutrição, tanto para os animais como para os seres humanos.

A resposta natural da criação diante dessa abundância é a alegria e o cântico. Davi personifica os campos e vales como se tivessem voz — eles se alegram e cantam, porque reconhecem a generosidade do Criador. Esse cântico é o louvor que brota quando se contempla a fidelidade de Deus. Assim também deve ser em nossas vidas: quando reconhecemos tudo o que Deus tem feito — mesmo nos detalhes mais simples — nossa resposta deve ser de gratidão, alegria e adoração. O Salmo 65 termina com a natureza em festa, e nos convida a unir nossa voz a esse louvor, reconhecendo que tudo vem de Deus.


Resumo do Salmos 65


O Salmo 65 é um cântico de louvor escrito por Davi, que exalta o cuidado, a provisão e o poder de Deus tanto na esfera espiritual quanto na criação. Ele começa reconhecendo que o louvor pertence ao Senhor em Sião, e que Ele é digno de receber votos e orações, pois ouve o clamor de toda a humanidade.

Davi reconhece que, embora os pecados sejam muitos, é Deus quem perdoa e purifica. Bem-aventurado é aquele a quem o Senhor escolhe e aproxima de Si, permitindo que habite em Sua presença e desfrute da Sua santidade. O salmo declara que Deus responde com justiça e realiza obras tremendas, sendo a esperança de todos, até dos confins da terra e dos mares distantes.

O salmista também louva o Senhor por Seu domínio sobre a natureza: Ele firma os montes com força, acalma o barulho dos mares e o tumulto das nações. Seus sinais despertam temor até nos lugares mais remotos, e o nascer e o pôr do sol se tornam momentos de alegria.


Referências


Referência da Bíblia em Almeida Revista e Atualizada (ARA):

BÍBLIA. Português. Almeida Revista e Atualizada. 2. ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Salmo 65.

Referência da Bíblia de Estudo NVI (Nova Versão Internacional):

BÍBLIA. Português. Nova Versão Internacional. Bíblia de Estudo NVI. São Paulo: Editora Vida, 2003. Salmo 65.

Comentário bíblico: STAMPS, Donald C. (Ed.). Bíblia de Estudo Pentecostal. Tradução de João Ferreira de Almeida Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD, 1995. Comentário sobre Salmo 65.

Obra teológica de apoio: BOICE, James Montgomery. Salmos: volume 2 (Salmos 42–106). São Paulo: Cultura Cristã, 2006. Comentário sobre Salmo 65.

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