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terça-feira, 3 de junho de 2025

Salmos 85

Fonte: Imagesearchman

Salmos 85 -“Restauração e Avivamento: O Clamor por um Novo Tempo”


Introdução


O Salmos 85 é uma oração profunda de um povo que reconhece a bondade e a misericórdia de Deus no passado, mas que clama por restauração no presente. Provavelmente escrito após o retorno do exílio, este salmo reflete a esperança de uma nação que viu a mão de Deus agindo em favor deles, mas que, naquele momento, se via cercada por desafios, angústias e incertezas.

Ele começa reconhecendo como Deus foi generoso, perdoando os pecados e restaurando a sorte de Israel. Mas logo se transforma em um clamor fervoroso, pedindo que Deus novamente derrame sua misericórdia, perdoe as transgressões e traga avivamento espiritual e prosperidade à nação.

O Salmos 85 também revela uma mensagem extremamente atual: quando um povo se volta sinceramente a Deus, buscando-o de todo o coração, Deus responde com paz, restauração e justiça. É uma poderosa lembrança de que, assim como no passado, Deus continua disposto a ouvir, perdoar e restaurar aqueles que confiam Nele.

✝ Salmos 85:1

"Salmo para o regente, dos filhos de Coré: SENHOR, tu tens sido favorável a tua terra; fizeste voltar Jacó do cativeiro."

🔥 Reflexão 

O salmista começa reconhecendo algo poderoso: “SENHOR, tu tens sido favorável à tua terra”. Isso demonstra gratidão e memória viva dos atos de Deus no passado. O povo sabia que Deus havia olhado com bondade para eles, libertando-os, restaurando sua terra e trazendo esperança após tempos difíceis. A expressão “fizeste voltar Jacó do cativeiro” aponta para uma intervenção direta de Deus, tirando seu povo da opressão e devolvendo-lhes dignidade, liberdade e vida.

Aqui há uma grande lição: é essencial que, mesmo em meio aos desafios, nunca esqueçamos o que Deus já fez por nós. Lembrar dos livramentos, das bênçãos e das portas que Ele abriu renova nossa fé e nos dá força para enfrentar as lutas atuais. Deus é aquele que muda cativeiros, restaura vidas e transforma situações que aos olhos humanos parecem impossíveis.

✝ Salmos 85:2

"Tu perdoaste a perversidade de teu povo; encobriste todos os pecados deles. (Selá)"

🔥 Reflexão 

O salmista continua exaltando a misericórdia de Deus: “Tu perdoaste a perversidade de teu povo; encobriste todos os pecados deles.” Isso revela um Deus que não apenas liberta fisicamente, mas também oferece perdão espiritual. A palavra “perversidade” representa as más escolhas, rebeldias e pecados do povo. Mesmo assim, Deus, em sua infinita graça, decidiu perdoar e cobrir seus erros.

O termo “Selá” é um convite para pausa, reflexão e adoração. É como se o salmista dissesse: “Pare um instante e medite profundamente no que foi dito.” Isso nos leva a entender que o perdão de Deus não é algo comum ou rotineiro, mas sim uma dádiva extraordinária. Ele escolhe apagar os nossos erros quando há arrependimento sincero.

A mensagem aqui é clara: nenhum pecado é grande demais que Deus não possa perdoar. Quando há confissão e arrependimento, a misericórdia do Senhor cobre e restaura completamente.

✝ Salmos 85:3

"Tiraste toda a tua irritação; tu te desviaste do ardor de tua ira."

🔥 Reflexão 

O salmista reconhece que Deus não apenas perdoou, mas também retirou sua ira. Ele diz: “Tiraste toda a tua irritação; tu te desviaste do ardor de tua ira.” Isso significa que, mesmo sendo justo e santo, Deus escolheu suspender o juízo, desviando sua indignação que era consequência dos pecados do povo.

Este versículo revela um equilíbrio perfeito entre justiça e misericórdia. Deus é justo, sim, e se ira contra o pecado, mas quando há arrependimento genuíno, Ele se afasta da punição e se aproxima com amor e restauração. Isso demonstra o coração paternal de Deus, que prefere restaurar a destruir, levantar a derrubar, abraçar a afastar.

✝ Salmos 85:4

"Restaura-nos, ó Deus de nossa salvação; e elimina tua ira de sobre nós."

🔥 Reflexão 

Neste versículo, o salmista faz um clamor direto e urgente: “Restaura-nos, ó Deus de nossa salvação.” Mesmo reconhecendo que Deus já havia perdoado e retirado sua ira, o povo percebe que ainda há necessidade de uma restauração mais profunda, não apenas física, mas também espiritual e emocional. É o pedido de quem entende que, sem Deus, não há esperança, não há direção e não há salvação verdadeira. Eles reconhecem que somente Deus tem o poder de curar a terra, restaurar as famílias e trazer de volta a alegria da presença divina.

O salmista também diz: “E elimina tua ira de sobre nós”, mostrando que, embora o perdão já tenha começado, eles ainda sentem as consequências dos seus erros passados. Isso reflete uma grande lição para nós: às vezes, mesmo após recebermos o perdão de Deus, precisamos caminhar por um processo de cura e restauração. Esse versículo nos ensina a não desistir de clamar, buscar e depender de Deus para sermos completamente renovados, tanto por dentro quanto por fora. É um lembrete de que Deus é, acima de tudo, o Deus da salvação e da restauração.

✝ Salmos 85:5

"Ficarás tu irritado contra nós para sempre? Continuarás tua ira de geração em geração?"

🔥 Reflexão 

O salmista, em tom de súplica e angústia, questiona: “Ficarás tu irritado contra nós para sempre?” Esse questionamento revela o temor de que a ira de Deus pudesse ser permanente. É como se o povo sentisse o peso dos próprios pecados e temesse que as consequências se prolongassem indefinidamente. Esse versículo expressa o clamor sincero de quem reconhece suas falhas, mas não quer permanecer distante de Deus. Eles desejam ardentemente experimentar novamente a alegria da comunhão com o Senhor.

Ao perguntar: “Continuarás tua ira de geração em geração?”, o salmista demonstra preocupação não apenas com sua própria geração, mas também com seus descendentes. É um apelo para que Deus quebre esse ciclo e traga misericórdia. Aqui aprendemos que, quando nos colocamos diante de Deus em oração, não intercedemos apenas por nós, mas também pelas gerações futuras. É um reconhecimento de que apenas a misericórdia de Deus pode transformar uma história marcada por erros em um testemunho de restauração e bênçãos

✝ Salmos 85:6

"Não voltarás tu a nos reviver, para que teu povo se alegre em ti?"

🔥 Reflexão 

O salmista, em tom de súplica e angústia, questiona: “Ficarás tu irritado contra nós para sempre?” Esse questionamento revela o temor de que a ira de Deus pudesse ser permanente. É como se o povo sentisse o peso dos próprios pecados e temesse que as consequências se prolongassem indefinidamente. Esse versículo expressa o clamor sincero de quem reconhece suas falhas, mas não quer permanecer distante de Deus. Eles desejam ardentemente experimentar novamente a alegria da comunhão com o Senhor.

Esse verso nos ensina que só há alegria plena e verdadeira em Deus. A pergunta feita pelo salmista não é de dúvida, mas de esperança — quase um apelo amoroso, como quem sabe que Deus é capaz e deseja fazer isso. Assim como eles, também devemos orar pedindo que Deus nos reviva, nos desperte espiritualmente, trazendo de volta a paixão pela Sua presença, pela Sua Palavra e pelo Seu Reino. Quando Deus nos vivifica, tudo muda — a tristeza dá lugar à alegria e o desânimo se transforma em força renovada.

✝ Salmos 85:7

"Mostra-nos tua bondade, SENHOR, e dá para nós tua salvação."

🔥 Reflexão 

O salmista continua seu clamor dizendo: “Mostra-nos tua bondade, SENHOR.” Esse pedido demonstra uma total dependência de Deus. Eles reconhecem que é a bondade do Senhor que sustenta, renova e transforma. É como se o povo dissesse: “Senhor, nós sabemos que tu és bom, mas queremos experimentar novamente essa bondade em nossa realidade, em nossas vidas, de forma visível e palpável.” Esse desejo revela a consciência de que, sem a graça e o favor de Deus, não há como caminhar, prosperar ou encontrar paz verdadeira.

O salmo também diz: “E dá para nós tua salvação.” Aqui, a palavra “salvação” não se refere apenas à libertação física, mas também à restauração espiritual, emocional e social. É um clamor por um socorro completo, que só Deus pode oferecer. Eles não pedem riquezas ou conquistas; pedem aquilo que é mais valioso: a salvação, a presença salvadora de Deus, que traz paz, segurança e vida plena. Isso nos ensina que, acima de qualquer coisa, devemos buscar a face de Deus e confiar na Sua bondade para nos sustentar e nos renovar todos os dias.

✝ Salmos 85:8

"Escutarei o que o Deus, o SENHOR, falar, pois ele falará de paz ao seu povo, e aos seus santos, contanto que não voltem à loucura."

🔥 Reflexão 

Neste versículo, o salmista assume uma postura de quem está disposto a ouvir atentamente a voz de Deus: “Escutarei o que o Deus, o SENHOR, falar.” Isso nos mostra que, além de clamar e pedir, é fundamental ter um coração sensível e disposto a ouvir a direção do Senhor. E qual é a promessa? Deus falará “de paz ao seu povo e aos seus santos”. A paz aqui não é apenas a ausência de guerra ou problemas, mas uma paz completa — espiritual, emocional e até material — que só Deus pode oferecer àqueles que vivem em comunhão com Ele.

Porém, há uma condição clara no final do versículo: “contanto que não voltem à loucura.” Isso significa que o povo precisava se afastar do pecado, da rebeldia e dos caminhos tortuosos. O amor de Deus é constante, mas a manifestação da paz, da bênção e da restauração depende da disposição do povo em permanecer no caminho da obediência. Esta é uma poderosa lição para nós hoje: Deus está sempre disposto a falar, guiar e abençoar, mas cabe a nós decidir não retornar às práticas que nos afastam da Sua presença.

✝ Salmos 85:9

"Certamente sua salvação está perto daqueles que o temem, para que a glória habite em nossa terra."

🔥Reflexão 

O salmista declara com convicção: “Certamente sua salvação está perto daqueles que o temem.” Isso mostra que a salvação, o livramento e a presença de Deus não estão distantes, mas bem próximos daqueles que vivem com reverência, respeito e amor ao Senhor. Temer a Deus não significa ter medo, mas sim honrá-lo, respeitá-lo e viver segundo Seus princípios. Quando existe esse temor genuíno, Deus se aproxima, cuida, protege e derrama sua salvação sobre a vida do Seu povo.

O propósito dessa salvação é revelado na parte final do versículo: “para que a glória habite em nossa terra.” Isso significa que, quando há um povo que teme e busca a Deus, Sua glória se manifesta de forma visível, trazendo paz, prosperidade, unidade, cura e transformação. A presença gloriosa de Deus não fica restrita ao templo ou aos momentos de adoração, mas se estende por toda a terra, mudando a realidade de famílias, cidades e nações. É um convite para buscarmos essa presença gloriosa que transforma tudo ao nosso redor.

✝ Salmos 85:10

"A bondade e a verdade se encontrarão; a justiça e a paz se beijarão."

🔥Reflexão 

Este versículo traz uma das imagens mais lindas e profundas das Escrituras: “A bondade e a verdade se encontrarão; a justiça e a paz se beijarão.” Isso significa que, na manifestação da presença de Deus, não há conflito entre misericórdia e verdade, nem entre justiça e paz. Tudo se alinha de forma perfeita. A bondade representa o amor, a misericórdia e o perdão de Deus. A verdade revela sua fidelidade, santidade e justiça. Quando Deus age, essas qualidades que, aos olhos humanos, poderiam parecer opostas, se encontram em perfeita harmonia.

Da mesma forma, “a justiça e a paz se beijarão” expressa uma união íntima e inseparável. Isso nos mostra que a verdadeira paz não existe sem justiça, e a justiça de Deus não vem para destruir, mas para restaurar e trazer paz. Onde Deus reina, há equilíbrio entre correção, amor, restauração e bênção. Essa é uma mensagem poderosa para nossos dias: quando buscamos a Deus e vivemos segundo seus princípios, Ele estabelece sobre nós uma ordem celestial, onde o amor, a verdade, a justiça e a paz caminham juntos, transformando tudo ao nosso redor.

✝ Salmos 85:11

"A verdade brotará da terra, e a justiça olhará desde os céus."

🔥Reflexão

O salmista declara algo maravilhoso e profético: “A verdade brotará da terra.” Isso significa que, quando o povo se volta para Deus, quando há arrependimento e transformação, a verdade começa a surgir, florescer e crescer no meio das pessoas. É como se a terra, antes seca e marcada pelo pecado, agora produzisse frutos de justiça, sinceridade, integridade e fidelidade. Esse brotar da verdade simboliza uma sociedade restaurada, onde os valores divinos voltam a ser vividos no dia a dia.

E complementa dizendo: “A justiça olhará desde os céus.” Aqui, vemos Deus, o justo juiz, olhando com aprovação, cuidado e proteção sobre aqueles que andam em sua verdade. É como se os céus e a terra entrassem em perfeita conexão: a verdade sobe da terra e a justiça desce dos céus. Isso nos mostra que, quando há compromisso com a verdade e com Deus, o favor, a proteção e a presença do Senhor se manifestam de forma visível. O céu responde à terra, e a terra reflete a glória do céu.

✝ Salmos 85:12

"E o SENHOR também dará o bem; e a nossa terra dará o seu fruto."

🔥Reflexão

O salmista declara com fé e convicção: “E o SENHOR também dará o bem.” Isso revela que quando há alinhamento entre o céu e a terra — quando o povo vive em verdade, justiça e temor a Deus — o Senhor libera bênçãos sobre a vida deles. O “bem” aqui não é apenas espiritual, mas também material, emocional e social. Deus cuida dos detalhes, supre as necessidades e derrama favor sobre aqueles que andam em seus caminhos. O bem de Deus é completo, perfeito e transforma qualquer cenário de escassez em abundância.

E o versículo conclui: “E a nossa terra dará o seu fruto.” Isso mostra que, quando Deus libera sua bênção, até a natureza responde. A terra volta a produzir, os negócios prosperam, as famílias são restauradas, os projetos avançam e tudo começa a frutificar. É um ciclo de bênção: Deus libera o bem dos céus e a terra responde com frutos. Essa é uma promessa viva para todos que decidem viver debaixo da vontade de Deus, caminhando em verdade, justiça e amor.

✝ Salmos 85:13

"A justiça irá adiante dele, e ele nos porá no caminho de seus passos."

🔥Reflexão

O salmista encerra este salmo com uma declaração poderosa: “A justiça irá adiante dele.” Isso significa que onde Deus passa, sua justiça vai à frente, preparando o caminho. Deus não age de forma desordenada ou injusta. Sua presença traz ordem, retidão e restauração. Quando a justiça de Deus se manifesta, o mal recua, a opressão é desfeita e o que estava torto é endireitado. É como se Deus, andando à frente, limpasse o caminho e trouxesse proteção, direção e segurança para o seu povo.

E ele conclui dizendo: “E ele nos porá no caminho de seus passos.” Isso revela um Deus que não apenas age por nós, mas também nos convida a andar junto com Ele, no caminho que Ele trilha. Seguir os passos de Deus é viver em obediência, em retidão e em comunhão diária com Ele. É a garantia de que, se seguirmos sua direção, nunca estaremos perdidos, pois Ele nos conduz por caminhos de paz, justiça e vida abundante. Essa é a grande promessa final deste salmo: um Deus que guia, protege e leva seu povo em segurança pelos seus caminhos.


Resumo do Salmos 85


O Salmo 85 é uma oração profunda de gratidão, arrependimento e esperança. Ele começa reconhecendo que Deus, em sua bondade, já havia restaurado o povo no passado, perdoando seus pecados e retirando sua ira. No entanto, o salmista clama novamente por restauração, pedindo que Deus reviva seu povo, renove sua misericórdia e traga paz e salvação.

O centro do salmo revela uma linda promessa: quando o povo se volta para Deus, a bondade e a verdade se encontram, e a justiça e a paz se beijam. Isso mostra que, na presença de Deus, tudo se alinha — amor, verdade, correção e bênção caminham juntos. O salmo encerra com a convicção de que, se o povo seguir os passos de Deus, sua justiça irá adiante, preparando o caminho, e a terra responderá, dando frutos e prosperidade.


Referências


SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL. Bíblia Sagrada. Almeida Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2009.

BEACON, F. F. Bruce et al. Comentário Bíblico Beacon – Volume 3: Salmos a Cânticos. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado: Salmos - Vol. 3. 1. ed. São Paulo: Hagnos, 2004.

RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse. 1. ed. São Paulo: Vida, 2005.

Bíblia de estudos

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quarta-feira, 28 de maio de 2025

Salmos 80

Fonte: Imagesearchman

Salmos 80 - "Restaura-nos, ó Deus! Um Clamor por Avivamento e Misericórdia"


Introdução


O Salmo 80 é uma oração profundamente comovente, onde o salmista, Asafe, ergue sua voz em nome do povo de Israel, pedindo a restauração e a intervenção de Deus. É um clamor vindo de um coração quebrantado, que reconhece a necessidade da presença divina em tempos de sofrimento, angústia e aparente abandono.

Neste salmo, vemos a imagem de Deus como o Pastor de Israel, aquele que guia, protege e sustenta seu povo. A súplica central se repete como um refrão poderoso: "Restaura-nos, ó Deus; faze resplandecer o teu rosto, e seremos salvos." Este é um chamado ao avivamento espiritual, ao arrependimento e à esperança na misericórdia do Senhor.

Ele reflete a realidade de muitos que, hoje, também se sentem distantes de Deus, enfrentando lutas, perdas ou tempos de seca espiritual. Mas, assim como Israel clamou, somos convidados a fazer o mesmo: buscar a face do Pai, confiar na sua graça e crer que Ele é poderoso para restaurar tudo aquilo que parece perdido.

✝ Salmos 80:1

"Para o regente, conforme “Susanedute”. Samo de Asafe: Ó Pastor de Israel, inclina teus ouvidos a mim, tu que pastoreias a José como a ovelhas, que habitas entre os querubins, mostra teu brilho,"

O salmista começa este clamor chamando Deus de “Pastor de Israel”, uma expressão cheia de carinho, cuidado e proteção. Ao dizer “inclina teus ouvidos a mim”, ele expressa uma oração urgente, quase desesperada, pedindo que Deus olhe novamente para seu povo e ouça seu grito de socorro. O termo “José” representa aqui as tribos do norte de Israel, uma forma poética de se referir ao povo que estava enfrentando dificuldades. É um reconhecimento de que, assim como o pastor cuida de suas ovelhas, Deus é quem sustenta, protege e conduz seu povo.

A menção de Deus como aquele que “habita entre os querubins” nos leva diretamente à imagem da Arca da Aliança, onde a presença divina se manifestava de forma poderosa no meio do povo de Israel. Quando o salmista diz “mostra teu brilho”, ele está clamando por uma manifestação visível da glória de Deus, uma intervenção sobrenatural que traga restauração, livramento e esperança. Esse versículo nos ensina que, quando nos sentimos cercados por dificuldades, precisamos lembrar que Deus é nosso Pastor, sempre atento, e que podemos, sim, pedir que sua luz brilhe novamente sobre nossas vidas.

✝ Salmos 80:2

"Perante Efraim, Benjamim e Manassés, desperta o teu poder, e vem para nos salvar."

O salmista aqui faz menção a três tribos específicas: Efraim, Benjamim e Manassés, que tradicionalmente marchavam juntas no acampamento de Israel, próximas da Arca da Aliança, representando força, unidade e liderança. Ao citar essas tribos, Asafe está reforçando a ideia de que o pedido de ajuda não é individual, mas coletivo — é o clamor de todo o povo que precisa urgentemente do agir de Deus. O apelo “desperta o teu poder” transmite a sensação de que Deus parece estar em silêncio ou distante, e o salmista, com ousadia e fé, pede que o Senhor se levante e manifeste Seu poder soberano.

A segunda parte do versículo, “vem para nos salvar”, é um grito que reflete total dependência de Deus. O povo reconhece que nenhum exército, estratégia ou recurso humano seria capaz de trazer a salvação que tanto precisam. Somente Deus tem o poder de reverter cenários, transformar o impossível e restaurar o que foi perdido. Esse versículo nos convida, ainda hoje, a entregar nossas batalhas nas mãos do Senhor, reconhecendo que a verdadeira vitória e salvação vêm dEle, e não de nossas próprias forças.

✝ Salmos 80:3

"Restaura-nos, Deus, e faz brilhar o teu rosto; e assim seremos salvos."

Aqui surge o refrão central deste Salmo, um clamor que se repete ao longo do texto e carrega um peso espiritual enorme: "Restaura-nos, Deus, e faz brilhar o teu rosto; e assim seremos salvos." É um pedido direto e cheio de fé, onde o povo reconhece que a restauração vem unicamente de Deus. Quando o salmista pede que Deus “faça brilhar o teu rosto”, ele está clamando pela graça, pela presença favorável de Deus, porque no contexto bíblico, o rosto de Deus brilhando significa aceitação, bênção, comunhão e proteção.

A expressão “e assim seremos salvos” mostra claramente que a salvação, seja no sentido espiritual, emocional ou físico, não está nas mãos dos homens, mas somente na manifestação da bondade e misericórdia do Senhor. Isso nos ensina que, não importa o quão quebrados estejamos, se buscarmos a face de Deus, se clamarmos por Sua presença, Ele tem poder para restaurar vidas, famílias, nações e até situações que parecem não ter mais saída. Esse verso nos desafia hoje a dobrar nossos joelhos, clamar, buscar a face de Deus e confiar que Ele é o Deus que restaura!

✝ Salmos 80:4

"Ó SENHOR Deus dos exércitos, até quando ficarás irritado contra a oração de teu povo?"

Neste versículo, o tom do salmista se torna ainda mais intenso e carregado de dor. Ao dizer “Ó SENHOR Deus dos Exércitos”, ele invoca Deus em Seu aspecto de comandante supremo, poderoso e soberano sobre todas as coisas. Mas, apesar de reconhecer esse poder, surge a pergunta angustiante: “Até quando ficarás irritado contra a oração de teu povo?”. Isso revela um momento em que o povo se sente ignorado, como se suas orações não estivessem sendo respondidas, e como se Deus estivesse permitindo que eles colhessem as consequências de seus próprios erros e afastamento dEle.

Esse tipo de questionamento não é um sinal de falta de fé, mas sim de um relacionamento real, sincero e transparente com Deus. O salmista não esconde sua dor, mas expressa seu sentimento de abandono e busca respostas do Senhor. Muitas vezes, em nossas vidas, também passamos por períodos de silêncio, onde parece que Deus está distante. Esse versículo nos ensina que é válido derramar nosso coração diante de Deus, até mesmo questionando, porque Ele é um Pai que prefere ouvir um filho sincero e quebrantado do que alguém indiferente e acomodado na fé.

✝ Salmos 80:5

"Tu os alimentas com pão de lágrimas, e lhes faz beber lágrimas com grande medida."

O salmista descreve aqui a profundidade da dor do povo, usando uma imagem muito forte e poética: “pão de lágrimas”. Isso significa que o sofrimento se tornou parte da rotina, algo diário, constante, como se eles se alimentassem de tristeza e angústia. A dor não é mais um evento isolado, mas se transformou em algo presente em cada detalhe da vida. Quando ele diz que Deus os faz “beber lágrimas com grande medida”, ele mostra que o sofrimento é abundante, esmagador, como se a única coisa disponível para saciar a sede fosse a própria tristeza.

Esse versículo revela que, às vezes, Deus permite que passemos por processos de quebrantamento profundo, não por prazer em ver nosso sofrimento, mas para que voltemos nossos olhos para Ele. Muitas vezes, é no meio das lágrimas que nossa fé é refinada, nossa dependência é restaurada e nosso coração volta a buscar o que realmente importa: a presença de Deus. Essa palavra fala com muita força também aos nossos dias, quando, em meio às lutas, somos convidados a transformar nosso pranto em oração e confiar que Aquele que permite as lágrimas também é poderoso para enxugá-las e trazer restauração.

✝ Salmos 80:6

"Puseste-nos como a briga de nossos vizinhos, e nossos inimigos zombam de nós ."

O salmista expressa a humilhação profunda que o povo está enfrentando, comparando Israel à "briga dos vizinhos" — algo que chama atenção, gera disputa e é motivo de desgosto público. Isso mostra que eles não só estão sofrendo internamente, mas também se tornaram alvo de escárnio e zombaria daqueles ao seu redor. A situação social e espiritual do povo está tão delicada que os inimigos se aproveitam dessa vulnerabilidade para desprezá-los, fazendo da nação um exemplo negativo diante das outras.

Esse versículo reflete o sentimento de isolamento e rejeição que muitos enfrentam em suas próprias jornadas de fé ou vida pessoal, quando as lutas não são apenas internas, mas também externas, com o desprezo ou a crítica de outros. É um chamado para lembrarmos que, mesmo quando o mundo parece rir das nossas dificuldades, Deus continua sendo nosso refúgio e defensor. Ele é capaz de transformar a zombaria em vitória e restaurar a honra dos que confiam Nele.

✝ Salmos 80:7

"Restaura-nos, ó Deus dos exércitos, e faz brilhar o teu rosto; e assim seremos salvos."

Aqui temos o refrão novamente, reforçando o clamor que é o coração de todo o Salmo: “Restaura-nos, ó Deus dos exércitos, e faz brilhar o teu rosto; e assim seremos salvos.” O salmista volta a pedir a intervenção divina, lembrando a grandeza e o poder de Deus como comandante dos exércitos celestiais. Essa invocação não é apenas um pedido de ajuda, mas uma declaração de fé, de que a verdadeira salvação só vem quando Deus manifesta Sua glória e graça sobre o povo.

Quando Deus “faz brilhar o Seu rosto”, isso significa mais do que uma simples atenção: é a expressão máxima da Sua presença favorável e do Seu amor restaurador. O povo entende que sem essa manifestação, não há salvação verdadeira. Essa repetição do refrão nos lembra hoje que, em meio às dificuldades, não devemos desistir de clamar pela restauração do Senhor, confiando que Ele é poderoso para reverter qualquer situação e trazer paz, esperança e vida abundante.

✝ Salmos 80:8

"Tu transportaste tua vinha do Egito, tiraste as nações, e a plantaste."

Neste versículo, o salmista usa a imagem da vinha para falar do povo de Israel, mostrando o cuidado especial que Deus teve ao tirá-los do Egito, das mãos da escravidão, para um lugar de prosperidade. Deus não apenas os libertou, mas também os “plantou” em uma terra fértil, um lugar escolhido para que crescessem e florescessem. Essa metáfora revela o plano divino para Israel: ser uma nação protegida, frutífera e abençoada, destinada a produzir frutos para a glória de Deus.

Porém, ao lembrar dessa origem abençoada, o salmista também deixa implícito um lamento pelo estado atual da vinha — o povo que deveria florescer está em sofrimento e precisando de restauração. Essa reflexão nos leva a pensar sobre como Deus nos planta em situações favoráveis, mas que exigem cuidado e atenção constantes. Também nos lembra que, mesmo quando nos sentimos desgastados ou quebrantados, Deus é o agricultor que sabe o que faz e pode renovar nossa força e propósito.

✝ Salmos 80:9

"Preparaste um lugar para ela, e a fizeste estender suas raízes, e ela encheu a terra."

Aqui o salmista continua a metáfora da vinha, destacando que Deus não só a plantou, mas “preparou um lugar para ela”, um solo fértil e adequado para que pudesse crescer com saúde e vigor. Ele permitiu que a vinha “estendesse suas raízes”, o que simboliza a estabilidade, o enraizamento profundo e a segurança necessária para prosperar. A vinha que cresce forte e bem alimentada é uma imagem da bênção e do cuidado contínuo de Deus para com o Seu povo.

A expressão “ela encheu a terra” mostra a expansão e a influência que Israel deveria ter no mundo, sendo um testemunho vivo do poder e da fidelidade de Deus. Porém, sabemos pelo contexto do salmo que essa expansão foi ameaçada ou comprometida, e é por isso que o clamor por restauração é tão urgente. Para nós, essa passagem nos lembra que Deus tem planos grandiosos para nossas vidas e que, quando estamos firmes em nossas raízes, podemos alcançar e impactar o mundo ao nosso redor com o amor e a glória d’Ele.

✝ Salmos 80:10

"Os montes foram cobertos pela sombra dela, e seus ramos se tornaram como o dos mais fortes cedros."

O salmista usa aqui imagens poderosas para descrever a grandeza e a influência da vinha, que é o povo de Israel. Os montes cobertos pela sombra dela mostram que a influência de Israel deveria ser tão grande e abrangente que até as montanhas seriam envolvidas por sua presença, trazendo proteção, sombra e sustento. Além disso, os ramos como os dos cedros indicam força, robustez e durabilidade, pois o cedro é uma das árvores mais fortes e majestosas da região, símbolo de estabilidade e resistência.

Essa passagem revela a expectativa de que o povo de Deus não apenas sobrevivesse, mas prosperasse em poder e influência, sendo um testemunho vivo da força divina. Para nós hoje, esse verso lembra que, quando estamos enraizados em Deus, nossa vida pode se expandir de forma sólida, forte e abençoada, impactando não só a nós mesmos, mas também tudo ao nosso redor, trazendo sombra, abrigo e vida para muitos.

✝ Salmos 80:11

"Ela espalhou seus ramos até o mar, e seus brotos até o rio."

Neste versículo, a metáfora da vinha se amplia ainda mais, mostrando a grande extensão que o povo de Israel deveria alcançar. “Espalhar seus ramos até o mar” e “seus brotos até o rio” indica uma influência ampla, que alcança fronteiras distantes e envolve grandes territórios. Isso simboliza a expansão do impacto do povo escolhido por Deus, que deveria ser um exemplo de prosperidade, bênção e presença divina para todas as nações ao redor.

Essa imagem nos lembra que o propósito de Deus para nossas vidas vai muito além do que imaginamos, e Ele nos chama para frutificar e alcançar horizontes amplos, tocando vidas e lugares que parecem distantes. Mesmo que hoje possamos sentir limitações, essa passagem nos desafia a confiar no plano de Deus para nos expandir e usar nossa influência para um propósito maior.

✝ Salmos 80:12

"Por que pois quebraste seus muros, de modo que os que passam arrancam seus frutos?"

Aqui o salmista expressa uma profunda tristeza e perplexidade diante da situação do povo. A vinha, que Deus cuidadosamente plantou e fez crescer, agora tem seus “muros quebrados”, ou seja, perdeu sua proteção e segurança. Os muros representavam barreiras contra invasores e adversidades, e sem eles, a vinha está vulnerável. A imagem dos “que passam arrancando seus frutos” mostra o quanto o povo está sendo atacado, saqueado e desprotegido, sofrendo perdas dolorosas diante de seus inimigos.

Esse versículo nos convida a refletir sobre as consequências do afastamento de Deus ou da falta de vigilância espiritual e emocional em nossas vidas. Quando permitimos que nossos muros — nossos limites, proteção e fé — sejam destruídos, nos tornamos vulneráveis ao ataque das circunstâncias adversas e das influências negativas. Mas, ainda assim, a mensagem do salmo é um chamado à restauração e à reconstrução desses muros, confiando que Deus pode trazer segurança e proteção novamente.

✝ Salmos 80:13

"O porco do campo a destruiu; os animais selvagens a devoraram."

Neste versículo, o salmista usa imagens fortes para mostrar o quanto a vinha está vulnerável e sofrendo ataques. O “porco do campo” e os “animais selvagens” representam ameaças externas que destroem o que Deus cuidadosamente plantou. Na cultura da época, porcos eram vistos como animais impuros que causavam grandes danos às plantações, e os animais selvagens simbolizam forças caóticas e destrutivas. Essa descrição enfatiza o estado de abandono e fragilidade do povo, que está sofrendo perdas severas e humilhação.

Essa passagem nos lembra que, quando deixamos de proteger nossa vida espiritual, emocional ou física, abrimos espaço para que forças negativas destruam o que construímos com esforço e fé. Porém, o clamor do Salmo não termina na derrota, mas segue em busca da restauração divina, mostrando que Deus pode reerguer o que foi destruído e trazer nova vida, mesmo das situações mais difíceis.

✝ Salmos 80:14

"Ó Deus dos exércitos, volta, te pedimos; olha desde os céus, e vê, e visita esta vinha;"

Aqui o salmista faz um apelo urgente e cheio de fé: “Ó Deus dos exércitos, volta, te pedimos”. É uma súplica para que Deus não permaneça distante, mas volte a intervir na história de Seu povo. A expressão “Deus dos exércitos” reforça a ideia do poder soberano de Deus, capaz de comandar exércitos celestiais e lutar pelas causas daqueles que confiam Nele.

Ao pedir que Deus “olha desde os céus, e vê, e visita esta vinha”, o salmista está clamando por atenção, cuidado e restauração divina. Ele quer que Deus enxergue a situação vulnerável do povo e atue para protegê-los e renovar suas forças. Esse versículo nos ensina a importância de manter um coração aberto e clamante, reconhecendo a soberania de Deus e confiando que Ele não abandona aqueles que o buscam com sinceridade.

✝ Salmos 80:15

"E a videira que tua mão direita plantou; o ramo que fortificaste para ti."

Este verso reforça a relação especial entre Deus e o Seu povo, usando novamente a imagem da vinha para expressar cuidado e intimidade. A “videira que tua mão direita plantou” mostra que a planta não é obra do acaso, mas uma criação direta e intencional de Deus, feita com poder e propósito. A mão direita, símbolo de força e autoridade, indica que Deus investiu pessoalmente na formação e no crescimento do Seu povo.

Além disso, o “ramo que fortificaste para ti” demonstra que essa vinha foi fortalecida para um propósito específico: ser uma extensão da própria presença e poder de Deus no mundo. Esse versículo nos lembra que somos obra das mãos de Deus, criados e fortalecidos para cumprir um propósito divino. Mesmo diante das dificuldades, podemos confiar que Deus está cuidando de nós e nos preparando para frutificar e glorificar Seu nome.

✝ Salmos 80:16

"Ela está queimada pelo fogo, e cortada; perecem pela repreensão de tua face."

Neste versículo, o salmista descreve o estado crítico da vinha, mostrando que ela está “queimada pelo fogo, e cortada” — imagens que indicam destruição, sofrimento e perda. O fogo simboliza juízo, purificação dolorosa, e o corte representa a poda ou até a separação que traz dor. Tudo isso ocorre “pela repreensão de tua face”, ou seja, como consequência do afastamento da presença favorável de Deus. Quando Deus volta Seu olhar em repreensão, a bênção e a proteção desaparecem, e a planta sofre.

Esse texto nos mostra que o afastamento de Deus traz consequências reais e dolorosas, mas também convida à reflexão sobre a importância da correção divina, que, embora dura, é para o nosso crescimento e restauração. O fogo e o corte podem ser instrumentos que Deus usa para purificar nosso coração, nos livrar do que é prejudicial e preparar-nos para uma nova fase de vida sob a Sua graça.

✝ Salmos 80:17

"Seja tua mão sobre o homem de tua mão direita, sobre o filho do homem a quem fortificaste para ti."

Neste verso, o salmista clama para que a “mão de Deus” — símbolo máximo de poder, proteção e bênção — esteja sobre aquele a quem Ele escolheu e fortaleceu. A expressão “o homem de tua mão direita” e “o filho do homem a quem fortificaste para ti” pode ser interpretada como uma referência ao próprio povo de Israel, que foi separado e fortalecido para um propósito divino. Alguns estudiosos também veem aqui uma antecipação profética da figura do Messias, Jesus Cristo, o Filho do Homem, que viria para restaurar e salvar.

Esse pedido revela a esperança de que, mesmo após momentos de dor, destruição e repreensão, Deus ainda pode levantar, fortalecer e capacitar aqueles que são alvo do Seu amor e da Sua promessa. Para nós, essa é uma poderosa lembrança de que, quando estamos sob a mão de Deus, não há inimigo, crise ou dificuldade que possa nos derrubar. Ele nos sustenta, nos guia e nos prepara para viver dentro do Seu plano perfeito.

✝ Salmos 80:18

"Assim não desviaremos de ti; guarda-nos em vida, e chamaremos o teu nome."

Aqui o salmista faz uma linda declaração de compromisso e dependência de Deus. Ele reconhece que, uma vez fortalecidos e protegidos pelo Senhor, o povo “não se desviará” mais de Seus caminhos. O pedido “guarda-nos em vida” não é apenas sobre preservar a existência física, mas também sobre viver uma vida cheia da presença, do favor e da bênção de Deus. É um clamor por vida plena, guiada e sustentada pelo Altíssimo.

A resposta natural de quem recebe esse cuidado é a adoração: “chamaremos o teu nome”. Isso revela um coração grato, disposto a viver em comunhão e total dependência do Senhor. Esse verso nos lembra que, quando reconhecemos que nossa vida está nas mãos de Deus, nossa atitude muda: deixamos de andar perdidos e passamos a viver para honrá-Lo, adorá-Lo e invocar constantemente o Seu nome sobre todas as áreas da nossa vida.

✝ Salmos 80:19

"SENHOR Deus dos exércitos, restaura-nos; faz brilhar o teu rosto, e assim seremos salvos."

O Salmo se encerra com o mesmo clamor que já apareceu antes, mostrando a insistência e a fé do salmista na misericórdia de Deus. Ele diz: “SENHOR Deus dos exércitos, restaura-nos”, clamando para que Deus traga de volta aquilo que foi perdido: paz, proteção, bênção e vida. O pedido “faz brilhar o teu rosto” carrega a ideia de que, quando Deus olha com favor para Seu povo, tudo muda — a luz da Sua face traz esperança, restauração e salvação.

Essa oração nos ensina que, por mais difíceis que sejam as circunstâncias, nunca devemos desistir de buscar a face de Deus. A verdadeira salvação, transformação e restauração vêm quando escolhemos estar na presença dEle. Quando Deus brilha sobre nós, a escuridão se dissipa, a dor se ameniza e a vitória se torna certa. Que essa seja também a nossa oração diária: “Restaura-nos, Senhor, e faz brilhar sobre nós o teu rosto”.


Resumo do Salmos 80


O Salmo 80 é uma oração fervorosa de súplica e restauração. O salmista, Asafe, clama ao Deus Pastor de Israel, pedindo que Ele volte Seu olhar para o povo, que se encontra em aflição e sofrimento. Usando a metáfora da vinha, ele relembra como Deus tirou Seu povo do Egito, plantou, cuidou e fez prosperar, até que se tornou forte e influente. No entanto, devido ao afastamento de Deus, os muros dessa vinha foram quebrados, ela ficou exposta aos ataques dos inimigos e foi devastada.

Diante desse cenário de dor, humilhação e perda, o salmista repete três vezes um clamor cheio de fé: “Restaura-nos, ó Deus dos exércitos; faz brilhar o teu rosto, e seremos salvos”. O salmo é, acima de tudo, uma expressão de arrependimento, dependência e esperança. Ele nos ensina que, quando o povo se volta sinceramente para Deus, reconhecendo Sua soberania e buscando Sua presença, há restauração, proteção e salvação.


Referências


BÍBLIA. Salmos 80:3. “Restaura-nos, ó Deus; faz resplandecer o teu rosto, e seremos salvos.”

BÍBLIA. Salmos 80:7. “Restaura-nos, ó Deus dos exércitos; faz resplandecer o teu rosto, e seremos salvos.”

BÍBLIA. Salmos 80:14. “Ó Deus dos exércitos, volta-te, nós te suplicamos! Olha dos céus, vê e visita esta vinha.”

BÍBLIA. Salmos 80:19. “SENHOR Deus dos exércitos, restaura-nos; faz resplandecer o teu rosto, e seremos salvos.”

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quarta-feira, 30 de abril de 2025

Salmos 53

Fonte: Imagesearchman


Salmos 53 - "A Loucura da Incredulidade e o Olhar de Deus sobre a Humanidade"


Introdução


O Salmo 53 é um eco poderoso do Salmo 14, mas com algumas variações que reforçam o juízo de Deus sobre a corrupção humana. Escrito por Davi, este salmo revela a profundidade da decadência moral de uma geração que rejeita a Deus. Começa com uma frase impactante: “Diz o tolo no seu coração: Não há Deus”, e a partir daí traça um retrato sombrio da humanidade afastada do Criador.

No entanto, mesmo em meio à depravação e à incredulidade, o salmo aponta para a esperança vinda de Sião — a salvação de Deus. É um chamado à reflexão profunda sobre a natureza do coração humano e uma convocação para buscarmos o Senhor com sinceridade. Ao meditarmos nesse salmo, somos levados a olhar para dentro de nós mesmos e a renovar nossa fé na justiça e redenção vindas do alto.

✝ Salmos 53:1

"Instrução de Davi, para o regente, sobre “Maalate”: O tolo diz em seu coração: Não há Deus. Eles se corrompem, e cometem abominável perversidade, ninguém há que faça o bem."

Davi inicia este salmo com uma declaração firme e impactante: “O tolo diz em seu coração: Não há Deus.” Aqui, o “tolo” não é alguém sem inteligência, mas sim alguém que vive como se Deus não existisse — uma pessoa moralmente insensata, que rejeita a verdade divina para seguir os próprios desejos. Essa incredulidade não é apenas teórica; ela se manifesta em ações. Negar a existência de Deus conduz à corrupção do caráter e a uma vida marcada por perversidade. O afastamento de Deus resulta em escolhas destrutivas e egoístas.

Davi ainda afirma que “ninguém há que faça o bem”. Isso revela a abrangência do pecado na humanidade. Não é uma crítica isolada, mas um diagnóstico espiritual: sem Deus, todos estão perdidos, desviados do bem. Esse versículo nos confronta com uma verdade dura, mas necessária: precisamos reconhecer nossa necessidade de Deus. Ele é a fonte do bem, e sem Ele, o coração humano se torna terreno fértil para o mal. Por isso, essa mensagem nos convida à humildade, ao arrependimento e à dependência total do Senhor.

✝ Salmos 53:2

"Deus olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia alguém prudente, que buscasse a Deus."

Neste versículo, Davi nos leva a um cenário sublime: Deus, do alto dos céus, observa atentamente a humanidade. Não é um olhar distante ou indiferente, mas sim um olhar criterioso, como o de um Pai que procura por filhos que desejem andar em Seus caminhos. Deus procura por alguém “prudente”, alguém sábio — mas essa sabedoria, segundo as Escrituras, não é apenas intelectual; é espiritual. Ser prudente aqui significa reconhecer a verdade, temer ao Senhor e buscá-Lo com sinceridade.

Esse versículo revela uma realidade importante: Deus valoriza corações que O procuram. No entanto, há também uma nota de tristeza implícita — Ele olha, mas quase não encontra quem realmente O busque. Essa cena nos faz refletir: entre tantos corações no mundo, será que o nosso é contado entre os que desejam a presença e a vontade de Deus? Que essa palavra nos desperte a viver uma fé ativa e intencional, marcada pela busca diária por nosso Criador.

✝ Salmos 53:3

"Todos se desviaram, juntamente se fizeram detestáveis; ninguém há que faça o bem, nem um sequer."

Davi aprofunda a mensagem já iniciada nos versículos anteriores: não apenas alguns, mas todos se desviaram. A humanidade, em sua condição natural afastada de Deus, tomou um caminho contrário à vontade divina. A expressão “juntamente se fizeram detestáveis” mostra que esse afastamento coletivo não é neutro, mas conduz a uma condição moral e espiritual repulsiva diante do Senhor. É um retrato sombrio, mas verdadeiro, da corrupção universal do coração humano.

A sentença final — “ninguém há que faça o bem, nem um sequer” — ecoa em toda a Bíblia, sendo citada por Paulo em Romanos 3:12 para mostrar que todos pecaram e carecem da glória de Deus. Essa verdade não visa nos esmagar, mas nos levar à dependência da graça. Não há justiça verdadeira fora de Deus. Precisamos reconhecer que o bem genuíno só pode ser produzido quando o Espírito de Deus habita e transforma nossos corações. Este versículo é, ao mesmo tempo, um espelho e um convite: enxergar nossa real condição e correr para a misericórdia do Pai.

✝ Salmos 53:4

"Será que não tem conhecimento os praticantes de maldade, que devoram a meu povo, como se comessem pão? Eles não clamam a Deus."

Neste versículo, Davi levanta uma pergunta retórica e carregada de indignação: “Será que não têm conhecimento os praticantes de maldade?” A implicação é clara — essas pessoas sabem o que é certo, mas escolhem o mal. Sua maldade não vem por ignorância, mas por rebeldia. Eles devoram o povo de Deus “como se comessem pão”, ou seja, com naturalidade, frequência e sem qualquer peso de consciência. A injustiça se tornou algo cotidiano para eles, tão comum quanto uma refeição.

Além disso, “eles não clamam a Deus”, o que mostra a raiz de seu desvio: um coração orgulhoso e independente, que não reconhece sua necessidade do Senhor. A ausência de oração revela a ausência de reverência, de humildade, de busca por direção. Esse versículo denuncia a crueldade dos ímpios, mas também aponta a importância de uma vida de comunhão com Deus. Em tempos de maldade e opressão, somos chamados não apenas a resistir, mas a clamar — pois quem busca o Senhor encontra direção, força e justiça.

✝ Salmos 53:5

"Ali eles terão grande medo, onde não havia medo; porque Deus espalhou os ossos daquele que te cercava; tu os humilhaste, porque Deus os rejeitou."

Este versículo descreve o destino inevitável dos ímpios: “Ali eles terão grande medo, onde não havia medo.” Ou seja, mesmo onde parecia haver segurança e confiança, o temor os alcançará. Isso revela como a paz do ímpio é ilusória. Quando Deus intervém, a falsa estabilidade se desfaz. O medo surge porque eles percebem, ainda que tarde, que estão lutando contra o Todo-Poderoso — e ninguém pode prevalecer contra Ele.

Davi ainda diz que “Deus espalhou os ossos daquele que te cercava”, mostrando que o Senhor desfaz os planos dos que oprimem o Seu povo. A humilhação dos inimigos ocorre porque “Deus os rejeitou” — e essa é a derrota mais amarga. Quando Deus se afasta de alguém, tudo o mais perde o valor e a força. Esse versículo é uma palavra de consolo para os justos: os que se levantam contra os filhos de Deus serão envergonhados, não pela força humana, mas pelo agir do Senhor. Ele é quem defende os que O amam e confiam em Seu nome.

✝ Salmos 53:6

"Ah, que logo venham de Sião as salvações de Israel! Quando Deus fizer voltar os prisioneiros de seu povo, então Jacó se alegrará; Israel se encherá de alegria."

O salmo encerra com uma nota de esperança e clamor: “Ah, que logo venham de Sião as salvações de Israel!” Davi expressa um desejo ardente pela intervenção divina, pela libertação que só pode vir de Deus. Sião, o monte santo, representa o lugar da presença de Deus, de onde emana a salvação. Mesmo diante de uma realidade sombria de corrupção e opressão, há uma certeza pulsando: Deus não abandonará o Seu povo. A salvação está a caminho.

“Quando Deus fizer voltar os prisioneiros de seu povo, então Jacó se alegrará; Israel se encherá de alegria.” Essa promessa fala de restauração. O povo, antes cativo e abatido, será liberto e renovado. A alegria de Jacó e de Israel representa a celebração da fidelidade de Deus, que cumpre Suas promessas. Este versículo nos ensina que, por pior que seja o tempo presente, os planos de Deus não falham. A libertação virá, a alegria será restaurada, e o povo que hoje chora, em breve cantará. É uma mensagem que aponta para o futuro messiânico e também para a esperança que nos sustenta dia após dia.

Resumo do Salmos 53

O Salmo 53 é um retrato profundo da condição espiritual da humanidade sem Deus. Davi expõe a insensatez do coração incrédulo ao afirmar que o tolo diz: “Não há Deus”. Esse afastamento voluntário do Criador leva à corrupção moral e à prática do mal. Não se trata de um erro isolado, mas de uma realidade universal: todos se desviaram, ninguém faz o bem por si só.

Deus, do alto dos céus, observa os homens em busca de alguém sábio, alguém que O busque sinceramente. Mas Ele encontra uma geração corrompida, que oprime o povo fiel e vive sem reverência. Ainda assim, o salmo não termina em juízo, mas em esperança. Deus julgará os ímpios, confundirá seus planos e trará salvação ao Seu povo. O clamor final por libertação vindoura de Sião aponta para a fidelidade de Deus e para a alegria que Ele restaurará ao Seu povo.

Este salmo é tanto um alerta quanto uma promessa: alerta sobre os perigos de viver sem Deus, e promessa de que a salvação vem para aqueles que confiam n’Ele.

Referências

BÍBLIA SAGRADA: ANTIGO TESTAMENTO. Salmos 53. In: BÍBLIA SAGRADA: Tradução de João Ferreira de Almeida. 1. ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2011. p. 814.

HERNANDES, José. O Livro dos Salmos: Uma Introdução e Comentário. São Paulo: Editora Vida, 2003. p. 453-456.

PEREIRA, W. M. Comentário Bíblico de Salmos. 2. ed. São Paulo: Editora Hagnos, 2012. p. 42-45.

WRIGHT, N. T. Salmos: O Coração da Bíblia. São Paulo: Editora Ultimato, 2009. p. 132-135.

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sábado, 26 de abril de 2025

Salmos 50

Fonte: Imagesearchman

"Salmos 50 – O Chamado de Deus ao Julgamento e à Verdadeira Adoração"


Introdução

O Salmo 50, escrito por Asafe, é uma poderosa convocação divina que revela o caráter justo e santo de Deus. Neste capítulo, o Senhor se apresenta como Juiz de toda a Terra, convocando o Seu povo não apenas para observância externa de rituais, mas para uma adoração verdadeira e cheia de sinceridade. Deus denuncia a religiosidade vazia e mostra que Ele deseja um coração grato, uma vida de obediência e confiança em Sua justiça.

Este salmo nos convida à autorreflexão: será que temos vivido uma fé apenas de aparência, ou temos oferecido ao Senhor uma adoração que brota de um relacionamento íntimo com Ele? Através de palavras firmes e ao mesmo tempo repletas de misericórdia, Deus nos mostra que Ele conhece nossos atos, examina nossas intenções e espera de nós um culto vivo, verdadeiro e transformador.

✝ Salmos 50:1

"Salmo de Asafe: Deus, o SENHOR Deus fala e chama a terra, desde onde o sol nasce até onde ele se põe."

Neste primeiro versículo, vemos o início solene de um salmo que traz um peso profético e espiritual profundo. Asafe começa declarando que é Deus, o SENHOR Deus, quem está falando. A repetição dos nomes divinos (“Deus, o SENHOR Deus”) reforça a autoridade suprema de quem vai se pronunciar. Ele não é um deus qualquer, local ou limitado — é o Deus eterno, Criador e Juiz de toda a Terra.

A frase "fala e chama a terra, desde onde o sol nasce até onde ele se põe" mostra que o chamado divino é universal. Deus não está falando apenas com Israel, mas com toda a humanidade. Seu alcance vai de leste a oeste — símbolo de totalidade, abrangendo todas as nações, povos e tempos. Isso nos lembra que a Palavra de Deus é viva, global e atemporal. Ele está convocando todos os seres humanos a ouvirem sua voz e prestarem atenção ao que vem a seguir.

✝ Salmos 50:2

"Desde Sião, a perfeição da beleza, Deus mostra seu imenso brilho."

Neste versículo, vemos uma imagem gloriosa de Deus irradiando Sua presença desde Sião, que representa Jerusalém, o centro espiritual de Israel. Ela é chamada de "a perfeição da beleza", não apenas por suas características naturais ou arquitetônicas, mas porque ali Deus escolheu manifestar Sua presença e glória. A beleza de Sião é espiritual — está na presença do Santo que habita ali.

A expressão “Deus mostra seu imenso brilho” descreve uma manifestação divina poderosa e resplandecente. É como se o Senhor estivesse revelando Sua majestade de forma visível e incontestável. Esse brilho não é apenas luz, é glória, é pureza, é santidade que emana do próprio Deus. Isso nos lembra que onde Deus está, há beleza, luz e revelação — e que Ele deseja brilhar por meio do Seu povo.

✝ Salmos 50:3

"Nosso Deus virá, e não ficará calado; fogo queimará adiante dele, e ao redor dele haverá grande tormenta."

Aqui, o salmista apresenta uma cena majestosa e ao mesmo tempo temível: “Nosso Deus virá” — isso é uma certeza, não uma possibilidade. Deus não está distante ou indiferente; Ele virá para agir, intervir e julgar. E quando vier, “não ficará calado” — Ele vai se pronunciar com autoridade, revelando verdades, corrigindo erros e estabelecendo justiça.

A imagem do fogo que queima adiante dele e da grande tormenta ao seu redor transmite poder, purificação e julgamento. Fogo, na Bíblia, frequentemente simboliza a santidade de Deus que consome o pecado, e a tempestade representa a sua força irresistível. Essa cena nos lembra que a presença de Deus não pode ser ignorada nem tratada com leviandade — Ele é amor, sim, mas também é justiça.

Essa manifestação poderosa nos leva a rever nossa postura diante de Deus: estamos ouvindo Sua voz ou tentando ignorá-la? Vivemos de forma que agrada à Sua santidade?

✝ Salmos 50:4

"Ele chamará aos céus do alto, e à terra, para julgar a seu povo."

Deus, como o supremo juiz, convoca tanto os céus quanto a terra como testemunhas do julgamento do Seu povo. Esta imagem poderosa mostra que nada escapa à Sua autoridade — todo o universo é chamado para observar a justiça de Deus sendo exercida. Não é um julgamento comum; é um evento solene, onde a fidelidade do povo de Deus será posta à prova diante da criação inteira.

Esse versículo também nos lembra que ser parte do povo de Deus é um privilégio, mas também uma responsabilidade. Deus não se contenta apenas com rituais ou aparências; Ele busca a verdadeira obediência e sinceridade do coração. O chamado para julgamento é um convite à reflexão: estamos vivendo de maneira que honra o compromisso que temos com Ele?

✝ Salmos 50:5

"Ajuntai-me meus santos, que confirmam meu pacto por meio de sacrifício."

Aqui, Deus faz um chamado direto para reunir aqueles que são Seus verdadeiros santos — os que firmaram um pacto com Ele através de sacrifícios. Esses "sacrifícios" no Antigo Testamento eram sinais visíveis da aliança entre Deus e Seu povo. No entanto, Deus deixa claro que Ele valoriza mais o coração e a fidelidade por trás do sacrifício do que o ritual em si. Ele deseja comunhão real, baseada em compromisso e sinceridade.

Esse versículo nos ensina que ser santo não é apenas uma posição externa, mas uma resposta de amor e entrega a Deus. Somos convidados a ser parte desse povo separado, que não apenas conhece o pacto de Deus, mas que também o confirma por atitudes de fé e obediência genuína.

✝ Salmos 50:6

"E os céus anunciarão sua justiça, pois o próprio Deus é o juiz. (Selá)"

Neste versículo, os céus são descritos como proclamadores da justiça de Deus. Toda a criação testemunha e confirma que Deus é justo em Suas ações e julgamentos. "Selá" nos convida a fazer uma pausa e meditar profundamente nessa verdade: Deus é o juiz perfeito, que julga com total retidão, sem parcialidade ou erro. Não há necessidade de defesa ou acusação humana — o próprio universo reconhece Sua justiça.

Essa afirmação fortalece nossa confiança no caráter de Deus. Em um mundo onde tantas vezes vemos injustiças, podemos descansar sabendo que o verdadeiro julgamento pertence a Deus, e Ele agirá com perfeita equidade. Somos chamados a confiar e esperar n'Ele, sabendo que Sua justiça será plenamente revelada.

✝ Salmos 50:7

"Ouve, povo meu, e eu falarei; eu darei testemunho contra ti, Israel; eu sou Deus, o teu Deus."

Deus agora fala diretamente ao Seu povo, chamando-os à atenção: "Ouve, povo meu". É uma convocação solene, onde Ele mesmo será testemunha contra Israel. Mesmo sendo o Deus de Israel, o relacionamento íntimo que eles tinham com Ele não os isenta da responsabilidade. Deus se apresenta não só como Salvador, mas também como Juiz, lembrando que a aliança com Ele envolve tanto amor quanto correção.

Esse versículo nos ensina que pertencer a Deus é uma grande bênção, mas também exige fidelidade e reverência. Quando Deus fala, é para trazer à luz o que precisa ser corrigido. Ele não ignora as falhas do Seu povo, mas age para restaurá-los e trazê-los de volta ao caminho da verdade.

✝ Salmos 50:8

"Eu não te repreenderei por causa de teus sacrifícios, porque tuas ofertas de queima estão continuamente perante mim."

Deus declara que não está repreendendo o povo pelo simples ato de oferecer sacrifícios — eles estavam de fato realizando essas práticas de forma contínua. Isso é um ponto positivo: o povo mantinha a tradição de adorar e reconhecer a Deus através dos rituais estabelecidos. Em termos de aparência externa, eles estavam obedecendo.

No entanto, o lado negativo é que Deus não se satisfaz apenas com formalidades. O problema não era a falta de sacrifícios, mas a falta de coração sincero e verdadeira obediência. As ofertas estavam sendo feitas, mas muitas vezes de forma mecânica, sem a entrega interior que Deus deseja. A mensagem é clara: a prática religiosa vazia não agrada ao Senhor — Ele busca comunhão verdadeira, não apenas rituais.

✝ Salmos 50:9

"Não tomarei bezerro de tua casa, nem bodes de teus currais;"

Deus deixa claro que Ele não precisa dos bezerros ou bodes que o povo oferece. Ele não é como os ídolos das nações vizinhas, que "dependiam" das oferendas humanas para receber honra. O Senhor é totalmente autossuficiente; Ele não retira nada das posses dos homens por necessidade. As ofertas que o povo trazia não acrescentavam nada à grandeza de Deus — elas deveriam ser uma expressão de gratidão e reverência, não uma tentativa de "alimentar" ou "suprir" a Deus.

Essa verdade nos ensina que Deus não busca nossas ofertas por carência, mas como um reflexo do nosso amor e reconhecimento da Sua soberania. O que Ele deseja de nós é o coração entregue e sincero, e não apenas atos externos de devoção.

✝ Salmos 50:10

"Porque todo animal das matas é meu, e também os milhares de animais selvagens das montanhas."

Deus afirma Sua absoluta soberania sobre toda a criação. Cada animal das florestas, cada criatura selvagem que habita as montanhas — todos pertencem a Ele. Nada existe fora do Seu domínio ou propriedade. Ele não depende das ofertas humanas, pois já é o dono de tudo que existe.

Essa declaração reforça a grandeza e a suficiência de Deus. Nosso papel não é dar a Ele como se fôssemos sustentá-Lo, mas reconhecer que tudo o que temos e vemos é d'Ele. Esse entendimento nos leva à humildade e à verdadeira adoração: reconhecer que somos apenas administradores do que pertence ao Senhor.

✝ Salmos 50:11

"Conheço todas as aves das montanhas, e as feras do campo estão comigo."

Deus afirma que conhece intimamente todas as aves das montanhas e que todas as feras do campo Lhe pertencem e estão sob Seu cuidado. Esse conhecimento não é apenas superficial; é profundo e completo, indicando um domínio absoluto sobre toda a vida. Nada passa despercebido aos olhos de Deus — Ele está presente em toda a criação.

Essa verdade nos ensina que Deus é um Senhor atento e soberano. Se Ele conhece cada criatura, quanto mais conhece a nós, que fomos feitos à Sua imagem! Somos lembrados de que estamos constantemente diante de um Deus que vê tudo, cuida de tudo e governa com perfeição.

✝ Salmos 50:12

"Se eu tivesse fome, não te diria, porque meu é o mundo, e tudo o que nele há."

Neste versículo, Deus reforça Sua autossuficiência e soberania. Se Ele tivesse fome, não precisaria pedir nada ao homem, pois tudo no mundo pertence a Ele. Isso nos lembra que, como Criador de todas as coisas, Deus não depende de nós para suprir Suas necessidades. Ele não busca nossas ofertas ou sacrifícios por uma carência, mas sim como um reflexo de nossa devoção e compromisso com Ele.

Esse versículo também nos ensina que nossa relação com Deus não deve ser baseada em dar-Lhe algo que Ele "precisa", mas em reconhecer que tudo o que temos e somos vem d'Ele. O verdadeiro ato de adoração é entender que, ao oferecer algo a Deus, estamos expressando nossa gratidão e reconhecimento pela Sua grandeza e generosidade.

✝ Salmos 50:13

"Comeria eu carne de touros, ou beberia sangue de bodes?"

Deus faz uma pergunta retórica que desafia o pensamento humano: "Comeria eu carne de touros, ou beberia sangue de bodes?" Ele está mostrando que os sacrifícios de animais não são para satisfazer uma necessidade pessoal Sua. Deus não precisa desses rituais para ser completo ou para alcançar algo. Os sacrifícios eram um meio de Deus ensinar Seu povo sobre a santidade e a obediência, não uma necessidade que Ele tivesse de comida ou bebida.

Esse versículo reforça a ideia de que os sacrifícios externos não têm valor se não forem acompanhados de um coração sincero. Deus não é um ser carente que necessita das nossas ofertas, mas um Deus que busca uma relação genuína com Seu povo.

✝ Salmos 50:14

"Oferece a Deus sacrifício de louvor, e paga ao Altíssimo os teus votos."

Aqui, Deus nos dá a chave para uma verdadeira adoração: o sacrifício de louvor. Ele não exige mais carne de touros ou sangue de bodes; o que Ele realmente deseja é um coração grato e adorador. O "sacrifício de louvor" é a oferta de um espírito rendido, que reconhece a grandeza de Deus e expressa esse reconhecimento em palavras e ações.

Além disso, Deus nos chama a cumprir os nossos votos. Quando fazemos promessas a Deus, elas devem ser honradas, pois Ele é digno de nossa fidelidade. O versículo nos ensina que a adoração verdadeira é muito mais do que rituais; ela envolve nossa entrega total e a disposição de cumprir nossas palavras e compromissos com Deus.

✝ Salmos 50:15

"E clama a mim no dia da angústia; e eu te farei livre, e tu me glorificarás."

Neste versículo, Deus nos faz uma promessa poderosa: Ele ouvirá o nosso clamor no dia da angústia. Quando passamos por dificuldades, podemos chamar a Ele com confiança, sabendo que Ele nos libertará. O Senhor não é indiferente ao nosso sofrimento; Ele está disposto a nos resgatar e a nos oferecer a libertação que precisamos.

No entanto, há uma resposta esperada de nós: depois de ser libertados, devemos glorificar a Deus. A promessa de salvação e ajuda de Deus não é apenas para nossa satisfação pessoal, mas para que, ao sermos libertos, possamos reconhecer Sua grandeza e honra-Lo por Sua fidelidade.

Esse versículo nos lembra que Deus está presente nas nossas dificuldades e sempre estará pronto a agir em nosso favor. A nossa parte é confiar Nele e responder com louvor.

✝ Salmos 50:16

"Mas Deus diz ao perverso: Para que tu recitas meus estatutos, e pões meu pacto em tua boca?"

Aqui, Deus fala diretamente ao perverso, questionando o motivo de recitar Seus estatutos e trazer Seu pacto à boca quando a vida dessa pessoa não reflete esses princípios. O versículo nos desafia a entender que, simplesmente pronunciar as palavras de Deus, sem viver de acordo com elas, é hipocrisia. Deus não se agrada apenas das palavras vazias, mas do compromisso sincero que se reflete nas ações.

Este versículo nos lembra que ser parte do povo de Deus exige mais do que um simples conhecimento ou declarações sobre Seus ensinamentos. Deus deseja uma vida transformada, onde nossas atitudes, comportamentos e escolhas confirmem a nossa fidelidade a Ele. A verdadeira adoração vai além daquilo que falamos; ela se manifesta no que fazemos e em como vivemos.

✝ Salmos 50:17

"Pois tu odeias a repreensão, e lança minhas palavras para detrás de ti."

Deus aponta que aqueles que vivem de maneira perversa não apenas falham em seguir Seus estatutos, mas também rejeitam a correção que Ele oferece. A "repreensão" de Deus é a advertência para que abandonemos o erro e voltemos ao caminho certo. Porém, o perverso não aceita essa correção; pelo contrário, "lança as palavras de Deus para trás", como se fosse algo sem valor ou sem importância.

Esse versículo nos desafia a avaliar nossa postura diante da palavra de Deus. Estamos dispostos a ouvir e a aceitar a correção de Deus, mesmo quando ela nos incomoda, ou a rejeitamos e ignoramos o que Ele nos diz? Deus nos chama a um relacionamento de transformação, onde, ao ouvir Sua palavra, nos dissemos prontos a mudar.

✝ Salmos 50:18

"Se vês ao ladrão, tu consentes com ele; e tens tua parte com os adúlteros."

Neste versículo, Deus acusa o perverso de compactuar com o mal. Quando ele vê o ladrão, não só não o repreende, mas também "consente com ele", permitindo ou até apoiando sua ação. Da mesma forma, a pessoa se envolve com os adúlteros, compartilhando e participando das ações erradas. Isso demonstra uma vida em que, ao invés de se afastar do pecado, a pessoa escolhe estar em comunhão com ele, aceitando e aprovando as práticas ilícitas.

Deus nos ensina que o simples fato de não se opor ao pecado — seja no roubo, na imoralidade ou em qualquer outra forma de injustiça — é também uma forma de envolvimento. O versículo nos desafia a refletir sobre nossa postura diante do pecado ao nosso redor. Será que estamos, de alguma forma, consentindo com comportamentos errados, ou estamos buscando viver uma vida que honre a Deus em todas as áreas?

✝ Salmos 50:19

"Com tua boca pronuncias o mal, e tua língua gera falsidades."

Neste versículo, Deus aponta para o poder da língua usada para o mal. A pessoa que se desvia do caminho de Deus não só se envolve em ações erradas, como também usa suas palavras para espalhar o mal. "Pronunciar o mal" e "gerar falsidades" indicam uma atitude de engano, manipulação e desonestidade. A língua é uma ferramenta poderosa, e, quando não é controlada, pode causar grande destruição, espalhando mentiras e malícia.

Esse versículo nos desafia a refletir sobre como usamos as nossas palavras. Estamos utilizando nossa fala para edificar e falar a verdade, ou estamos propagando mentiras e maldade? Deus nos chama para sermos cuidadosos com o que dizemos, porque nossas palavras têm o poder de construir ou destruir, de abençoar ou prejudicar.

✝ Salmos 50:20

"Tu te sentas e falas contra teu irmão; contra o filho de tua mãe tu dizes ofensas."

Neste versículo, Deus revela uma atitude de hostilidade e rancor no coração do perverso, que não só pronuncia mal contra o irmão, mas também contra aqueles mais próximos, como o "filho de tua mãe" — um irmão de sangue. Esse comportamento reflete divisões, mágoas e ofensas dentro das relações familiares, que são especialmente preciosas para Deus. A verdadeira adoração e fidelidade a Deus se refletem também em como tratamos os outros, especialmente aqueles com quem temos laços mais próximos.

Deus nos desafia a examinar nossos corações e nossas palavras, especialmente nas relações familiares e entre amigos. Estamos construindo laços de amor, respeito e perdão, ou estamos semeando ofensas e amargura? O versículo nos lembra que nossas palavras e atitudes contra os outros não são indiferentes a Deus; Ele vê e julga.

✝ Salmos 50:21

"Tu fazes estas coisas, e eu fico calado; pensavas que eu seria como tu? Eu te condenarei, e mostrarei teus males diante de teus olhos."

Deus responde ao perverso, que pensa que, por Ele permanecer "calado" diante das injustiças, Ele aprova ou ignora o mal. O silêncio de Deus, porém, não deve ser interpretado como conivência. Deus está reservando o julgamento para o momento certo, quando Ele "te condenará" e revelará os males cometidos. O versículo nos ensina que, mesmo que pareça que Deus esteja em silêncio diante do mal, Ele está atento a tudo e trará justiça no devido tempo.

Esse versículo nos desafia a não tomarmos o silêncio de Deus como um sinal de que Ele aprova a injustiça ou o pecado. Ao contrário, é um lembrete de que o julgamento de Deus é certo e perfeito, e Ele trará à tona todas as coisas que estão ocultas. Deus não é como o homem; Ele não se deixa enganar nem se comprometer com o pecado, mas tem total controle sobre o que acontece.

✝ Salmos 50:22

"Entendei, pois, isto, vós que vos esqueceis de Deus; para que eu não vos faça em pedaços, e não haja quem vos livre."

Neste versículo, Deus faz um chamado urgente para aqueles que se esqueceram Dele, lembrando-os das consequências de sua indiferença e desobediência. Ele avisa que, ao ignorar Sua soberania e negligenciar o relacionamento com Ele, eles estão se colocando em perigo. Deus é justo e, se o povo continuar afastado, Ele agirá com severidade, e não haverá quem possa interceder ou livrar. O "fazer em pedaços" é uma imagem de julgamento severo e da impotência do ser humano diante da justiça de Deus.

Esse versículo é um forte lembrete de que o esquecimento de Deus não é algo trivial. Ele nos convida a uma reflexão profunda sobre nossa vida com Ele: estamos vivendo de acordo com a Sua vontade, ou estamos deixando Ele de lado, como se não precisássemos Dele? A advertência é clara: o afastamento de Deus leva à destruição, mas Ele está sempre disposto a nos chamar de volta ao Seu caminho.

✝ Salmos 50:23

"Quem oferece sacrifício de louvor me glorificará, e ao que cuida de seu caminho, eu lhe mostrarei a salvação de Deus."

Neste versículo, Deus nos ensina que a verdadeira adoração não está apenas em oferecer rituais ou sacrifícios materiais, mas em oferecer um "sacrifício de louvor", ou seja, uma adoração genuína que glorifica a Deus com o coração. O verdadeiro louvor é aquele que vem de uma vida alinhada com a vontade de Deus, reconhecendo Sua grandeza e expressando gratidão e reverência.

Além disso, Deus promete que "ao que cuida de seu caminho", ou seja, aquele que vive de maneira íntegra e obediente a Ele, Ele mostrará a salvação. A salvação de Deus não é apenas uma promessa futura, mas algo que se manifesta ao longo da nossa jornada, à medida que escolhemos andar nos Seus caminhos.

Esse versículo nos convida a refletir sobre a qualidade da nossa adoração e como nossas vidas refletem o que professamos com os lábios. Deus não deseja apenas palavras, mas uma vida que O glorifique em ações e atitudes.

Resumo do Salmos 50

Salmos 50 é um salmo de advertência e julgamento, onde Deus se apresenta como o Juiz soberano de toda a criação. O salmo começa com uma convocação celestial, em que Deus chama os céus e a terra para testemunharem Sua justiça. Ele lembra ao povo que, embora tenha ordenado sacrifícios e ofertas, Ele não precisa dessas coisas, pois é o Criador e Senhor de tudo o que existe. Deus não busca rituais vazios ou adoração superficial, mas uma vida verdadeira de obediência e sinceridade.

Deus critica aqueles que, embora recitem Seus estatutos e façam sacrifícios, vivem de forma perversa, desrespeitando Seu pacto e praticando o mal contra os outros. Ele aponta a hipocrisia daqueles que, por um lado, falam sobre Sua palavra, mas, por outro, agem com injustiça, mentiras e ofensas. O silêncio de Deus, muitas vezes, é interpretado como conivência, mas Ele avisa que, em Seu devido tempo, Ele trará o julgamento, revelando todos os pecados ocultos.

Deus, então, faz um chamado àqueles que se esqueceram d'Ele, advertindo que, se não se arrependerem, experimentarão Suas consequências. Contudo, Ele também oferece a promessa de salvação para aqueles que O adoram com um coração sincero e seguem Seus caminhos. O sacrifício que Deus realmente deseja é um "sacrifício de louvor", uma vida de gratidão e fidelidade, e aqueles que cuidam de seus caminhos receberão Sua salvação.

O salmo, portanto, nos ensina sobre a necessidade de uma adoração autêntica e uma vida alinhada com a vontade de Deus, alertando-nos sobre o perigo de viver de forma hipócrita ou distante d'Ele.


Referências


BÍBLIA SAGRADA: ANTIGO TESTAMENTO. Salmos 50. Tradução de João Ferreira de Almeida. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.

WRIGHT, Christopher J. H. Salmos 50: Ação de graças e julgamento. In: O Antigo Testamento: Introdução e comentário. 2. ed. São Paulo: Editora Vida Nova, 2007. p. 410-412.

CALVINO, João. Comentário sobre o livro dos Salmos. Tradução de Silvio Lima. São Paulo: Cultura Cristã, 2003. p. 520-522.

SPURGEON, Charles H. O Tesouro da Bíblia. Volume 3. 10. ed. São Paulo: Editora Fiel, 2007. p. 1156-1160.

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